domingo, dezembro 24, 2006

Para todos os visitantes deste blog:


Expoente máximo da pegagogia - a microsoft

Liguei a máquina.

E depois, durante mais de 2 horas fizeram-me criar uma nova fé.

A fé na microsoft enquanto expoente máximo da inovação em pedagogia.

O embrulho começa agora a ficar perfeito.

Novo ECD + microsoft - a revolução no ensino está aí.

É verdadeiramente notável a capacidade demonstrada em transformar um instrumento que pode ser pedagógico, numa máquina de propaganda publicitária ao serviço da microsoft. E é isto fundamentalmente no que consistem os portáteis atribuidos às escolas.

Isto quando tanto se falou por aí no software livre.

Queres fazer uma planificação? Então aí tens o word;
Queres fazer um debate de ideias? Então aí tens o visio;
Queres fazer uma pesquisa na net? Não há melhor que o msn search;
Queres fazer uma apresentação? Aí tens o power point.
E por aí fora.... até chegares ao ponto de juntares tudo no masmo saco, e usarares o VCT, (pomposo conceito(?) de vitual classroom tour) afinal um powerpoint com ligações a todos os programas ferramentas de que necessitas (da microsoft, pois está claro!)

E, ao fim de muitas horas a preparares os teus powerpoints e quejandos, e a ensinares os teus alunos o uso destas ferramentas, eventualmente terás tempo também para lhes ensinares quem foi D. Afonso Henriques, isto se o powerpoint sobre o dito cujo Afonso ficar pronto a tempo de o passares na aula.

Mais um "velho do restelo" a bradar contra a inovação...

Olha que não...

Informática ao serviço da Pedagogia, acho que sim.

Pedagogia ao serviço da Microsoft, acho que não!

sexta-feira, dezembro 22, 2006

O futuro está nos microcosmos!!!

Mas, na realidade, para quê tantas escolas por esse país fora??? para quê? e Porquê?
Pois a solução é fácil e está ao alcance do País:

Trata-se da construção dos microcosmos educativos.

2 microcosmos educativos por capital de distrito.

Será a melhor maneira de promover a socialização e diluir o insucesso.

Um microcosmos educativo para o básico.

Outro microcosmos educativo escola para o secundário.

Poder-se-á aproveitar edifícios já existentes (castelos, palácios, centros comerciais) ou, em alguns casos construir de raíz, cnsoante as situações.

Mas, não obstante o investimento inicial (que até será provavelmente compensado pela venda das escolas existentes e terrenos que elas ocupam), o que se poupará em pessoal não docente será fantástico.
Embora nem sequer seja isso que importa.

O importante mesmo é que escolas grandes geram o sucesso escolar, e escolas pequenas o insucesso escolar.
Logo: em escolas gigantescas o sucesso escolar será enorme!!!

Embora não se saiba porquê, sabe-se que é assim.
Embora não haja estatísticas que o comprovem, a ministra diz que é assim.
E se ela o diz, ela socióloga de grande gabarito, não há pois necessidade de mais nenhuma espécie de comprovação.
É assim por que é assim.
É assim e pronto.

Aliás basta ouvir os fazedores de opinião de serviço (pois é verdade, fazedores de opinião...melhor dizer opinion makers - percebe-se menos a conotação antidemocrática da expressão, dizendo-a em Inglês) (sim, porque é verdade, paga-se a um conjunto de senhores para diariamente nos dizerem como havemos nós, simples mortais, de pensar!) (Bem que diziam alguns, nos velhos tempos logo a seguir ao 25 de Abril, que o povo não estava preparado para a democracia. Foi talvez aí que pela primeira vez se sentiu a necessidade da criação do cargo de "opinion maker", não vá o povo atrever-se a construir uma opinião sozinho...)

Mas, dizia eu, basta ouvir os opinion makers explicar que é mesmo verdade, que as escolas pequeninas são geradoras do insucesso e que os sindicatos de professores só as defendem por interesses corporativos.
E isto confesso que não percebo porque até julgava que os professores detestavam terem de ir "desterrados" dar aulas para o "cu de Judas" ainda por cima sem subsídios de deslocação ou de alojamento...

Mas, aí está a vantagen de haver opinion makers... é que nem preciso de perceber, basta escutá-los e depois repetir o que eles dizem e assimficamos certos de não errar, porque assim limitando-nos a reproduzir a opinião que nos fizeram ter por nós, ficamos muito mais seguros e descansados.

Até porque isto de haver tantas escolas até terá eventualmente razões históricas que se prendem com o desvario da 1ª Republica ao construir escolas por tudo o que era sítio...)O Estado-novo, nesse aspecto, não foi suficientemente eficaz, mas valha-nos-nos a Providência que nos deu agora Sócrates e sus muchachos e muchachas.

Portanto, sonhemos acordados:

Lisboa - uma mega escola do básico.
Será a escola de maior sucesso do País. Milhões de alunos juntos a socializarem-se mutuamente.
Vindos de todas as áreas da Grande Lisboa.
Um verdadeiro microcosmos educativo!

E outro microcosmos educativo igual para o secundário!

E assim garantiremos o sucesso da educação em Portugal.

(Bem, assim e claro, com as aulas de substituição!)

Tribunal condena roubo

"Isabel Coelho é uma das duas professoras que ganharam as acções judiciais que colocaram contra o Estado. Exigiam às suas escolas o pagamento das aulas de substituição como trabalho extraordinário – pago a dobrar. Os Tribunais Administrativos de Castelo Branco e de Leiria deram razão às docentes e abriram um precedente que pode obrigar o Ministério da Educação (ME) a desembolsar mais de um milhão de euros." - in Correio da manhã de hoje

Porque, na verdade, de um roubo se trata. Ou pior qté que roubo. Trata-se de trablaho exigido e não remunerado.

Basta que mais 4 sentenças proferidas por tribunais decidam no mesmo sentido e ficará estabelecida a obrigação do estado de pagar a todos todas as horas de substituição dadas desde o início da implementação destas aulas!

Se isso vier a acontecer, veremos então a coerência política da Srª Ministra: se continurá ou não a exigência das ditas "aulas".

domingo, dezembro 17, 2006

Bernstein ou Marx? Quem tinha razão?

A social-democracia viveu... até que o capialismo deixou de precisar dela.

Nem a anunciada 3ª via de Blair é já capaz de a salvar. Porque ela já não é mais necessária.

Lembremos então como nasceu a social-democracia, por oposição às teses marxistas da proletarização progressiva da sociedade capitalista:
Eis as principais teses de Bernstein por oposição às teses marxistas:

"1. A progressiva miséria dos trabalhadores não se verifica nas economias capitalistas avançadas; 2. As classes médias estavam longe de se dissolverem no proletariado; 3.O aumento da produção em massa das economias capitalistas, acaba por gerar um aumento de produtos para serem consumidos pelos próprios trabalhadores, tornado-os desta forma beneficiários da riqueza dos capitalistas. Em síntese, no capitalismo o seu estado mais desenvolvido, em vez de aumentar a pobreza, gerava uma melhoria do bem estar da população."
in http://afilosofia.no.sapo.pt/11SocialDemocracia.htm

E assim, durante muitos anos os partidos social-democratas foram gerindo o capitalismo e conseguindo dele um relativo bem-estar e seguranças sociais.
Enquanto....os capitalistas precisaram de dar uma imagem de bem-estar e segurança sociais "patrocinados" pelo capitalismo.

Era o tempo em que a guerra-fria vigorava. O tempo em que dois tipos de sociedade distintos competiam diariamente. O tempo em que se copmparavam os sistemas de saúde, os sistemas de educação, a segurança no trabalho dum lado e do outro do muro e em que era fundamental que nas sociedades europeias não se criasse tal insegurança social que pudesse levar as populações a desejar optar pelo comunismo.

Durante esse tempo o capitalismo renunciou a parte do lucro e financiou a social democracia e os seus governos. E conseguiu fazer acreditar que as teses de Bernstein eram afinal as verdadeiras e falsas as teses marxistas.

Mas hoje a competição acabou. Um dos sistemas ficou sozinho no mundo.
Já passou o momento da necessidade de competir, de comparar.

E, portanto, o capitalismo de hoje não tem já necessidade de sustentar o estado providência. Não precisa mais de manter a sua imagem de fornecedor do bem estar social.

Por isso, hoje, os partidos sociais democráticos ou socialistas não podem já garantir políticas de qualidade de vida para os cidadãos. Já nem o tentam fazer, sequer.

Porque o capitalismo já não lhes paga para isso.
Porque já não precisa.
Porque já não se sente em risco.

Se governam, governam como eles querem.
Se não é como eles querem então nem sequer é.

A social democracia acabou. Nem a 3ª via (ou será 4ª ou 5ª?) de Blair a salvou.

Mas acabaram também as ilusões de Bernstein.

Ele está aí de novo: puro, duro e selvagem como sempre foi, mas agora já sem a necessidade de se disfarçar.

Neste contexto, entendamos Sócrates.
Uma peça útil ao desenvolvimento do capitalismo internacional, porque ainda com a aura "socialista", esta peça é facilitadora da implementação das políticas anti-sociais mais cegas e mais socialmente insensíveis. E estrá no cargo apenas e enquanto tiver esta utilidade.

Neste contexto, é tempo de revisionar a história e procurar saber, afinal, de que lado está a razão, se do lado de Bernstein se do lado de Marx.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Um texto de Santana Castilho

"Gracias profesorado, sin vosotros no seria posible"

06.11.2006, Santana Castilho

Àepígrafe subjaz uma das muitas diferenças que explicam como, tão perto, estamos tão longe. Foi escolhida pela Consejeria de Educación da Junta deAndalucia, da vizinha Espanha, para lema de uma campanha na imprensa, rádioe televisão, visando prestigiar, reconhecer e valorizar socialmente a profissão de professor.A Consejeria está para o governo autonómico da Andaluzia como o nossoMinistério da Educação está para o governo do país. A sua titular,consejera(ministra) Cândida Martinez, considerou o conjunto dos 112.000 professoressob sua tutela "o elemento central do sistema educativo" e quis, com estacampanha, "agradecer em nome de toda a sociedade o trabalho que, em cadadia, realizam estes docentes" nas suas escolas. É caso para dizer, ironicamente: lá, como cá! Lá, 20 anos de adesão àEuropatransformaram a Espanha numa das 10 maiores economias mundiais e 45 milhõesde habitantes em cidadãos. Apesar do atraso, da presença de nações distintas e dos antagonismos linguísticos. Aqui, primeiro-ministro, ministra daEducação e sequazes, tudo têm feito para dividir os 10 milhões de habitantesem bons e maus, produtivos e vilões. Porque a cidadania é escassa, o populismo destes pequenos políticos resulta e espelha-se nos fóruns da TSF eAntena 1, nos correios dos leitores da imprensa escrita e nos comentáriosdos blogues. Os professores são hoje, infelizmente, para muitos portugueses invejosos e pouco esclarecidos, os novos párias da sociedade.O anunciado prolongamento das negociações entre a plataforma sindical e oMinistério da Educação sobre o estatuto dos professores está obviamentecondenado ao insucesso. Os sindicatos reclamaram-no para não serem acusados,mais do que já são por alguns, de intransigência. O ministério aceitou-oporque a lei assim obriga. Ambos sabem que o resultado vai ser nulo. Mas o tema justifica algumas considerações, entre tantas possíveis, que ofereço àreflexão de quem pensa que os sindicatos não passam de forças de bloqueio eos professores de desavergonhados privilegiados.Para reunir cerca de 30.000, vindos de todo o país em dia feriado, econseguir uma adesão da ordem dos 80 por cento a dois dias de greve, tem dehaver um número esmagador e bem superior de professores descontentes. Estarealidade está bem para além da influência do PCP ou dos sindicatos. Significa uma ruptura absolutamente única entre o corpo docente e oMinistério da Educação.Pouco importa que o primeiro-ministro, alardeando insensibilidade política esobranceria pessoal, fale de humor quando devia aproveitar, democraticamente, para reflectir sobre a natureza da mensagem. Pouco importaa boçalidade das gargalhadas da ministra quando interrogada sobre o facto.Os atentos sabem que não há concerto possível para esta política de reformas, que assenta no ataque a determinados grupos profissionais,instigando terceiros contra os "privilégios" por aqueles adquiridos.Falemos de "privilégios". Qual é o vencimento liquido dos professores, depois de 16 anos de estudo, pelo menos, a que acrescem formações periódicasobrigatórias, pós-graduações, mestrados e doutoramentos em número jásignificativo, pagos do próprio bolso? Em inicio de carreira são cerca de 760 euros, 1000 ao fim de 13 anos de serviço, 1400 ao fim de 23 anos detrabalho. Com 30 anos de serviço chegam aos 1700 euros. Será istoescandaloso?O impacto da diminuição salarial proposta pelo Ministério da Educação, projectada ao longo da carreira, chega a atingir verbas da ordem dos 300.000euros. Não deverão os professores lutar por estes "direitos adquiridos"?Para justificar esta rapina, os novos justiceiros falam de justiça social. Estranha maneira de fazer justiça, radicada no cortar, no diminuir e novilipendiar os que já têm algo. Por que não escolhem aumentar os que têmmenos, em vez de lhes alimentar ressentimentos? Que progresso é o deste país, que anda para trás em nome da justiça social?Qualquer professor tem 35 horas de serviço semanal, como qualquerfuncionário público. As 13 dessas horas que não são de aulas sãoinsuficientes para realizar as tarefas que cabem a um professor. Por favor, peço aos portugueses mais distraídos que façam alguns exercícios fáceis.Estejam atentos ao próximo teste que os vossos filhos levem para casa.Leiam-no e reescrevam as anotações que os professores lá exararam. Pensem que ter 200 alunos é uma média corrente. Se o professor fizer dois testespor período e gastar 15 minutos a corrigir cada um, necessitará de 100horas. Quer isto dizer que lhe sobram 50 horas, nesse período de três meses, para reuniões na escola, preparar lições, atender pais, etc., etc. Onde vaiesse tempo?Por favor, preencham duzentas daquelas fichas idiotas que os professores têmque preencher. Cronometrem o tempo.Experimentem um só dia espreitar para o interior de uma escola, daquelas em cujas imediações a policia apreendeu, desde o inicio do ano lectivo, 1159doses de heroína, 1406 de cocaína e 3358 de haxixe. Não falhem uma daquelasonde há rapazinhos com pulseiras electrónicas no tornozelo.Se não mudarem as ideias sobre os privilégios dos professores, digam-me, queeu sugiro mais exercícios, de tantos que poderão clarificar o que é serprofessor, hoje, em Portugal. Professor do ensino superior

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Diabo das gralhas...Vivam as gaivotas!




Pois parece que umas gralhas se meteram onde não deviam e vai daí, a versão final do ECD aprovado em Conselho de Ministros, não contempla, afinal, alguns dos acordos conseguidos(?) com o ministério,pelos sindicatos, nas últimas rondas negociais.





Bem que fazem as gaivotas em tentar colocar as gralhas em vias de extinção!

domingo, dezembro 03, 2006

Alteração curiosa...

Há dois anos atrás era frequente afirmar-se o seguinte:

"Pois, estes alunos até gostam de estar na escola, o que eles não gostam é de ir às aulas"

Estas afirmações traduziam uma realidade que se observava com frequência nas escolas e que, se por um lado reflectiam um aspecto negativo, por outro traduzia-se na realidade de ser possível à escola promover um conjunto de actividades extra-curricula, que conseguiam atraír os miúdos ao espaço escolar, afastando-os da rua e, em alguns casos, da rua e da marginalidade.

Mas isto era há dois anos atrás.

Hoje, e em relação ao mesmo tipo de alunos, a afirmação que se faz, já não é esta. Sofreu actualização:

"Pois, estes miúdos detestam as aulas e não gostam de estar na escola"

Porque a escola se transformou, de facto, de um espaço de alguma liberdade e feliz convivência, para um espaço opressivo e obsessivo.

E os putos que antes, por vezes, faltavam às aulas mas estavam na escola, agora continuam a faltar às aulas só que também já deixaram de entrar sequer na escola....

Pais preocupados?

A possibilidade de uma greve deixa, no entanto, os pais “preocupados”. António Castela, presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap), sustenta que perante o clima de contestação às políticas do Governo a posição da federação é a “manutenção do apelo, lançado no início do ano, para que sindicatos e Ministério da Educação levem a bom termo as negociações sem que isso prejudique o percurso escolar dos alunos”. -in Correio da Manhã

É natural, é justo, faz todo o sentido que os pais e, por consequência, as associações de pais e encarregados de educação que são representativas de alguns dos pais e mães deste país, se manifestem e manifestem as suas preocupações com a educação dos seus filhos.

Mas também é natural e é justo que o façam com a informação necessária com conhecimento de causa e sabendo tomar partido.

As associações de Pais não são uma Presidência da Republica que deva estar de bem com tudo e com todos, pelo menos publicamente.

E porque muitas coisas aconteceram nestas últimas semanas que mereceriam a viva preocupação dos pais e associações de alguns deles, estranho é que a preocupação só se manifeste relativamente a uma questão de curtíssimo prazo: as avaliações de final de período.

Apela o Sr Castela ao bom termo das negociações.

Mas pena foi que estas Associações não tivessem dado um passo no sentido de fazer compreender à Srª Ministra e sua equipa que a maioria das alterações ao estatuto são negativas para a melhoria do ensino em Portugal!!!!

Teriam assim talvez contribuido efectivamente para o tal "bom termo"das negociações! Deixaram passar a oportunidade. Foi uma pena!

Prefiram ficar de bem com Deus e com o Diabo...

Mas, para além da aprovação de um mau estauto da carreira docente que irá no concreto e no curto médio e longo prazo prejudicar gravemente o ensino neste país, foi também aprovado um muito mau orçamento de estado que corta a eito nas despesas com a educação.

Então e este aspecto, não deixa os pais e as Associações que representam alguns deles preocupados?

Pois. Será talvez preciso um acidente grave numa escola, por falta de haver quem efectue vigilância, para que então, para mostrarem que "estão vivos" aos outros pais, uma destas associações se lembre de fechar por umas horitas a tal escola a cadeado.

Mas entretanto o orçamento passou, e não se ouviram; o estatuto passou e não se ouviram; os filhos passaram a estar nas escolas em regime semi-prisional, e não se ouviram.

Não se ouvem relativamente a nada do que é estruturante.

Preocupam-se, afinal, é com as notitas....

quarta-feira, novembro 29, 2006

José Esteves

Afinal, parece que Camarate não terá sifo acidente mas sim atentado.
José Esteves, em entrevista, confirma ter sido ele próprio o construtor da bomba que viria a provocar o incêndio, a queda do avião e a morte de Sá Carneiro e Amaro da Costa.

José Esteves....Que pena já estar reformado!

Chegou a vossa hora...

Flexiquê???

A estratégia de "dividir para reinar", que tem virado portugueses contra portugueses, e que tão eficaz se tem vindo a revelar para a implementação das políticas anti-trabalho deste governo, tem um problema: é que, fechando-se o ciclo, aqueles que apoiaram o governo contra tal ou tal classe profissional privilegiada, acabam também por ver chegar a sua vez de sofrerem com as ondas sucessivas do atque contra quem vive do que trabalha.

Pois bem, agora que já se procedeu metodicamente ao ostracismo público dos funcionários publicos, ostracismo esse quantas vezes apoiado pelos não funcionários públicos...

Eis chegada a vossa vez, Srs funcinários não públicos!!!!

Sim, a vossa vez!!! A vez dos não funcionários públicos, chegou.

O processo está já em marcha avançada. A prova é que a campanha mediática teve já início consertado, com os lambe-botas noticiosos do poder a fazer serviço.

Aí vem ela, a grande descoberta teórica para enganar papalvos.
De seu nome "Flexisegurança"

Que, traduzida para bom português se deve ler: flexiinsegurança.

A diferença apenas de uma letra que faz, afinal, toda a diferença...

sábado, novembro 25, 2006

Vaca de substiuição, precisa-se!


A vaca habitual abandonou o presépio e tem sido vista noutras funções...

25 de Novembro
Todos à manifestação!!!!!!
Lulu, Pedrosa e o Valterzito, têm agora uma nova ocupação.

O jogo do quem é quem.

E passam horas juntos,frente a TV, passando e repassando os videos das manifestações de professores.

Além deles próprios e contribuindo desta forma para o combate ao desemprego, dezenas de bois, perdão, boys, dedicam-se à mesma tarefa diária.

E vão fazendo listas negras dos participantes que vão reconhecendo nas filmagens das manifes.

E é tanto o trabalho que os espera!

Coitados, até que não são más pessoas, não fosse um ou outro problemazinho.
Alguém escreveu este texto que eu aqui reproduzo:

A SUPERESCOLA

Onde estão as melhores escolas do mundo?
Claro!
Está certo
Em.Portugal
Ora vejamos com atenção o exemplo de uma vulgar turma do 7º ano de escolaridade, ou seja, ensino básico.
Ah, é verdade, ensino básico é para toda a gente, melhor dizendo, paraos filhos de toda a gente!

DISCIPLINAS / ÁREAS CURRICULARES NÃO DISCIPLINARES
1. Língua Portuguesa
2. História
3. Língua Estrangeira I . Inglês
4. Língua Estrangeira II . Francês
5. Matemática
6. Ciências Naturais
7. Físico-Químicas
8. Geografia
9. Educação Física
10. Educação Visual
11. Tapeçaria
12. Educação Visual e Tecnológica
13. Educação Moral R.C.
14. Estudo Acompanhado
15. Área Projecto
16. Formação Cívica
É ISSO . CONTARAM BEM . SÂO 16 ( dezasseis)
Carga horária = 36 tempos lectivos

Não é o máximo ensinar isto tudo aos filhos de toda esta gente? Detodo o Portugal?
Somos demais, mesmo bons!
MAS NÃO FICAMOS POR AQUI !!!!
A Escola ainda:Integra alunos com diferentes tipologias e graus de deficiência,apesar dos professores não terem formação para isso; Integra alunos com Necessidades Educativas de Carácter Prolongado detoda a espécie e feitio, apesar dos professores não terem formaçãopara isso;
Não pode esquecer os outros alunos, "atestado-médico-excluídos" que também têm enormes dificuldades de aprendizagem;
Integra alunos oriundos de outros países que, por vezes não falam um cu de Português, ou melhor, nem sequer sabem o que quer dizer cu;
Tem o dever de criar outras opções para superar dificuldades dos alunos como:
Currículos Alternativos
Percursos Escolares Próprios
Percursos Curriculares Alternativos
Cursos de Educação e Formação

MAS AINDA HÁ MAIS.

A escola ainda tem o dever de sensibilizar ou formar os alunos nosmais variados domínios:
Educação sexual
Prevenção rodoviária
Promoção da saúde,
higiene, boas práticas alimentares,etc.
Preservação do meio ambiente
Prevenção da toxicodependência
Etc, etc.
"peço desculpa por interromper, mas. em Portugal são todos órfãos?"(possível interpolação do ministro da educação da Finlândia)

Só se encontra mesmo um único defeito: Os professores.
Uma cambada de selvagens e incompetentes que não merecem o que ganham,trabalham poucas horas, comparem com os alunos, vá, vá comparem.
Têm muitas férias, faltam muito, passam a vida a faltar ao respeito e a agredir os pobres dos alunos, coitados,
Vejam bem que os professores chegam ao cúmulo de exigir aos alunos quetragam todos os dias o material para as aulas, que façam trabalhos decasa, que estejam constantemente atentos e calados na sala de aula, etc e depois ainda ficam aborrecidos por os alunos lhes faltarem aorespeito!!
Olha que há cada uma!
No melhor pano cai a nódoa!...

sexta-feira, novembro 24, 2006

Genética, chuva e governança
17 horas. Chove torrencialmente em Lisboa. Em vários pontos da capital a água forma lençóis nos pavimentos das estradas.
À minha frente segue um veículo ligeiro, nitidamente a funcionar mal, após ter passado uma poça de água. Continuamos a circular, eu atrás dele e reparo que, finalmente recomeça a circular a uma velocidade normak, pelo que a água no sistema eléctrico deve ter acabado finalmente por evaporar. Mais uns metros adiante, novamente na estrada outro lençol de água e este bem largo e profundo. Abrando, naturalmente e....qual não é o meu espanto ao observar que o referido veículo que continuava a circular à minha frente, acelera, aumenta de velocidade e passa a toda a velocidade por cima (e pordentro...) do charco, fazendo um enorme "spalsh" a`sua passagem.
E logo a seguir....imobiliza-se no meio da faixa de rodagem, naturalmente que com o sistema eléctrico completamente encharcado.
Penso ser este tipo de situações que explica este governo Sócrates.
Só mesmo um povo geneticamente estúpido consentiria em ter um governo assim.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Engraçado (3)

E porque não formar uma comissão especializada para avaliar ministros?

E porque não estabelecer uma prova científica de ingresso para cada uma das pastas dum governo?

Como poder continuar a consentir que cargos de tão relevante importância para o futuro do país sejam ocupados por pessoa cujo critério de selecção é o compadrio?
Sim porque na verdade é esse o critério de selecção dos ministros do governo de Portugal!

Os ministros são escolhidos pessoalmente pelo 1º ministro.

Mas quais os critérios de selecção se não a visão pessoal do 1º ministro sobre cada uma das pessoas escolhidas?
E sendo, pois, a opinião pessoal do lider do governo o critério de selecção, que outro nome dar a tal tipo de critério de selecção se não o nome de compadrio?

compadrio
s. m.,
relações entre compadres;
intimidade;
familiaridade;
protecção exagerada;
favoritismo


É pois o favoritismo a forma de selecção estabelecida para a escolha dos ministros.
Não espanta, assim, que pessoas como Maria de Lurdes Rodrigues ocupem cargos ministeriais.

É, portanto, urgente a criação do E.C.M., Estatuto da Carreira de Ministro!

Engraçado (2)

"Para o primeiro-ministro, José Sócrates, o novo Estatuto da Carreira Docente aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros é fundamental para melhorar o ensino público com vista a “uma educação de excelência” no nosso País." in "O Correio da Manhã de hoje

Ora bem. de tão mal que estávamos em termos de educação....fez-se clic no estatuto....e aí vamos nós rumo à "excelência"! Não fazemos por menos!

E...melhor ainda...poupando nos custos.

Gastamos menos em educação do que gastávamos até aqui, e do medíocre saltamos para o excelente!

Porra, que ainda há quem diga mal deste fantástico governo!!!

Engraçado (1)

"Se os docentes têm acusado sistematicamente, a tutela de “ intransigência e inflexibilidade", a ministra da Educação tem insistido na mudança, salientando que o que existe “não serve para obter melhores resultados nas escolas, como ficou provado nos últimos dez anos, em que esteve em vigor." in "o Correio da Manhã" de hoje

Engraçado.
também um cientista uma vez terá dito que as rãs se tornam surdas quado lhes cortam as patas, ao ter feito a experiência e ter gritado salta, e a rã não ter saltado.

Então ficamos pois a saber que a culpa do insucesso, é do estatuto! Pois claro!

E então os programas????
E então os curricula?
E então as aulas de 90 minutos?
E então a fusão de escolas em agrupamentos?
E então, e então, e então.....?

Com a mesma legitimidade que se culpa o estatuto se poderá culpar tudo o que atrás foi mencionado. Ou, melhor, com muito mais legitimidade, por certo!

Mas pronto, a culpa era do estatuto.

Foi resolvido. Já está.

Para o ano o insucesso já será bem diferente, por certo.

Ministro sem ética

Ministro da Defesa: «Manif é contrária à ética da instituição militar»

Bem. tentemos, pois, descobrir porquê:

Dicionário Porto Editora:
ética
substantivo feminino
1.
FILOSOFIA disciplina que procura determinar a finalidade da vida humana e os meios de a alcançar, preconizando juízos de valor que permitem distinguir entre o bem e o mal;
2.
princípios morais por que um indivíduo rege a sua conduta pessoal ou profissional; código deontológico;
3.
moral;
4.
ciência da moral;


Não sendo o Sr Ministro filósofo, não se aplicará a 1ª definição. Também não parece aplicar-se a 3ª ou 4ª, sendo o ministro um político e não um pregador ou padre. Resta-nos a 3ª que se refere a deontologia. Voltemos, pois, ao dicionário.

deontologia

substantivo feminino

estudo dos deveres especiais de uma situação, particularmente dos deveres das diversas profissões



Qual será, então, o dever profissional de um militar que torna ilícita eticamente a sua participação numa manifestação?

Vamos ver o que a este respeito se encontra no Regulamento de Disciplina Militar (RDM)
(Decreto-Lei n.º 142/77, de 09ABR)


12.º Não tomar parte em manifestações colectivas atentatórias da disciplina, nem promover ou autorizar iguais manifestações, devendo como tais ser considerados quaisquer protestos ou pretensões ilegítimas referentes a casos de disciplina ou de serviço, apresentados por diversos militares, individual ou colectivamente, bem como as reuniões que não sejam autorizadas por autoridade militar competente;
13.º Conservar, em todas as circunstâncias, um rigoroso apartidaris mo político.
Para tanto, é-lhe vedado:
a) Sendo do quadro permanente, na efectividade de serviço ou prestando serviço em regime
voluntário:
Exercer qualquer actividade política sem estar devidamente autorizado;
Ser filiado em agrupamentos ou associações de carácter político;
b) Estando em serviço militar obrigatório, praticar durante o tempo de permanência no serviço
activo nas forças armadas actividades políticas, ou com estas relacionadas, sem estar devidamente
autorizado;
14.º Não assistir uniformizado e mesmo em trajo civil não tomar parte em mesas, fazer uso da
palavra ou exercer qualquer actividade em comícios, manifestações ou reuniões públicas de
carácter político, a menos que esteja devidamente autorizado;


A redacção do artigo 12 e simplesmente deliciosa, já que, apenas no caso dos protestos ou pretensões serem ilegítimas e relativas a casos de serviço ou disciplina se poderá considerar contrária à ética militar a participação em manifestações.

Agora digam-me cá se pretender não passar a ganhar menos se poderá considerar pretensão ilegíma referente a caso de disciplina ou serviço?

Mesmo que se possa considerar não justa, nunca se poderá dizer de tal pretensão ser ilegítima!!!
E mesmo que fosse ilegítima, também pouco importaria, pois não se trata de caso de disciplina ou serviço!!!

Sr ministro da defesa, o que é mesmo pouco ético é fazer política à custa da manipulação da opinião pública!

terça-feira, novembro 21, 2006

Dedicado à colega D. , que me fez (infelizmente) relembrar ( e não porque não goste de os relembrar...) os Pink Floyd:

We don't need no education.
We don't need no thought control.
No dark sarcasm in the classroom.
Teacher leave the kids alone.
Hey, teacher leave the kids alone!
All in all it's just another brick in the wall.
All in all you're just another brick in the wall


Buraco-monumento

Este é o momento.
De pegar no sonho e fazer dele revolta,
De pegar no amor e fazer dele ódio,
De pegar nas palavras e transformá-las armas.

Hoje o vermelho das rosas virou sangue,
O castanho da terra, sofrimento
O azul do mar, ânsias de loucura.

Que se levantem as águas dos rios e dos mares e dos lagos
e também as águas subterrâneas,
em ondas gigantescas
para cobrir a terra
e levar consigo os homens, as cidades, os países,
para o profundo infinito do desconhecido.
Para que sobre só o verde da relva sobre os campos.

E que a seguir as núvens se juntem
E façam fogo de tudo o que se vê e sabe,
Numa manifestação espontânea de relâmpagos improváveis,
mas que de tão reais façam arder o mundo, deixando no final
apenas
um montinho de cinzas negras que o vento varrerá do ser.

E que por fim impluda a Terra,
Ficando apenas um buraco negro no azul do espaço em que orbitava,
em memória do desastre a que se pôs fim.

Um artigo de José Gil


sábado, novembro 18, 2006

nota

Na migração para um novo layout deste blog, não estou certo se não houve alguns links que tenham desaparecido (não sei porquê) por isso se alguém notar que o seu link que aqui estava desapareceu, agradeço que me informem para repôr a situação. Obrigado.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Parece que na 2ª vai haver novo beija-mão.

E, mais uma vez, os Srs Presidentes dos Conselhos Executivos se irão deleitar por estarem na presença de tão ilustre dama.

E levantarão suas ilustres nádegas, para aplaudir de pé a entrada triunfal de sua Excelência acompanhada dos últimos abencerragens dum ministério caduco.

E a excelentíssima excelência lhes pedirá mais, lhes explicará as boas intenções de suas decisões, que eles louvarão e que depois tratarão de implementar, custe o que custar e doa a quem doer.

Mas para quê?

E porquê, Srs. Presidentes dos Conselhos Executivos????


É assim tanto o medo que tendes de dar aulas, de estardes com alunos, caso tivésseis de renunciar aos cargos????

O Bacalhau e a democracia


Pode uma escola ensinar pouco....Ou não ensinar nada... Mas, ao menos, que não ensine a antidemocracia!

Como é possível que alguns mentecaptos paladinos da subserviência estejam impunemente a transmitir a noção de que democracia é obediência cega e que em democracia a manifestação e a greve são crimes?

E como é possível sustentar que uma escola em que esta seja a prática se possa considerar um paradigma das "boas práticas" em pedagogia?

Mais uma vez recorro ao blog dos alunos do algarve, e dele transcrevo parte dum post ali colocado.
Vale, porém, a pena lê-lo na íntegra, pelo que sugiro que sidam o link do referido blog!




"Na Escola Secundária de Pinheiro e Rosa, nesse dia de greve geral da função pública, não havia comida (bar e cantina encerrados por falta de pessoal). Mesmo assim, o director da tão "bem-falada" escola, quis que as aulas decorressem normalmente até as 13h30. Desvalorizando, assim, o facto de alunos e professores ficarem sem comer durante cerca de 5 horas! Os alunos reuniram-se junto do portão da ESPR no intervalo da manhã (no qual era suposto comerem) e recusaram-se a entrar numa escola que, por motivos de reputação, não fecha nem em dias de greve! O Sr. Professor Bacalhau dirigiu-se aos alunos dizendo que tudo aquilo era uma HIPOCRISIA porque eles só queriam ir para casa (sendo assim por que razão terão eles ficado, durante o horário escolar, a LUTAR pelos seus direitos?). Estas declarações foram filmadas pela RTP (canal que não se dignou a fazer a mínima referência a este caso).
Mais tarde, o concelho directivo da escola convocou uma reunião com os delegados de turma, na qual, entre outras coisas, ameaçou os alunos de aderirem à greve de hoje, pelas suas palavras "Ai de vocês que façam greve!".

Bidireccional

É.
O processo de ensino-aprendizagem é, de facto, bidireccional.

O post que se segue foi retirado do blog

http://alunosalgarve.blogs.sapo.pt

Uma boa oportunidade para confirmarmos o aspecto bidireccional da aprendizagem, neste post em que podemos aprender solidariedade e combatividade.

"O Ministério da Educação diz que lamenta o protesto dos alunos contra as aulas de substituição. Critica também a estranha coincidência de uma manifestação na Avenida 5 de Outubro no dia em que são retomadas as negociações com os professores sobre o estatuto da carreira docente."

Sem os professores a escola não fazia sentido, mas também sem nós, alunos, eles não poderiam leccionar. Numa altura em que deviamos estar todos unidos, surgem boatos que nos tentam separar! A greve de hoje não foi organizada pelos professores, teve como principais organizadores os alunos que estão descontentes com toda esta situação.
Nem nós nem os professores queremos "Jaulas" de Substituição! Eles não têm culpa de não saberem leccionar qualquer disciplina... se os responsáveis por esta nova reforma pensam que é possível que alguém o consiga fazer, eles que nos venham dar aulas porque não sabemos como é que isto vai resultar e tinhamos muito gosto em APRENDER!
Senhores Professores, os alunos não estão CONTRA vocês, mas sim POR vocês! Vamos combinar vigílias em conjunto (professores e alunos), fora do horário escolar, vamos resuscitar Portugal!
Professores + Alunos = Escola
Quando é que o Ministério da Educação vai perceber que não entra nesta soma?"

in "http://alunosalgarve.blogs.sapo.pt

terça-feira, novembro 14, 2006

Errata

Em todos os posts deste blog, onde se ler "Milu", deve passar a ler-se "Lulu", terminologia mais de acordo com o tratamento carinhoso e amoroso que Sua Excelência tanto aprecia.

Ainda sobre o conclave

Que se desiluda quem pensa que o PS deicou de ter preocupações sociais, que deixou, na verdade, de ser um partido socialista.

A prova ficou bem clara no conclave do partido.

Com aquela ênfase empolgante que lhe é conhecida, com a voz embargada pela emoção, no seu discurso ao conclave, Sócrates afirmou, com solenidade, a subida do salário minimo nacional!

E se isto não é socialismo do verdadeiro, então, afnal, socialismo é o quê?

Apesar de José Sócrates ter falado num aumento “ambicioso” do SMN, a proposta governamental só será conhecida na próxima segunda-feira, em sede de concertação social. O porta-voz do Ministério do Trabalho esclareceu que, tendo em conta o histórico de aumentos do SMN, a “subida para este ano deverá reflectir-se num ordenado de entre os 390 e os 405 euros”.A hipótese mais optimista – dos 405 euros – traduzir-se-ía num aumento de 19,1 euros mensais, ou seja, pouco mais de 63 cêntimos por dia, o suficiente para pagar um café.
-in "O correio da manhã", ediçãode hoje

Não, à tolerância! Sim à mesquinhez!

Vai longe o tempo em que o PS representou em Porugal a vanguarda da luta pelo paradigma da "tolerância".

Hoje, o PS fez vir ao de cima na sociedade portuguesa aquilo que de pior nela se pode encontrar: em oposição à velha "tolerância", implemeta-se agora o paradigma da "mesquinhez".

Basta ouvir um pouco com atenção os comentários nos cafés, nos autocarros, para se perceber do que se trata.

É a crítica ao vizinho, que se reformou mais cedo do que deveria, é a crítica ao colega que recebe mais 200 euros do que deveria, e por aí fora.

Este novo paradigma social foi intencionalmente cultivado na sociedade portuguesa e promete dar bons frutos.
Não sendo inovadora a tese de "dividir para reinar", esta forma da sua implementação a partir da criação dum normativo social de novo tipo, a mesquinhez, é, sem dúvida, o aspecto mais criativo em termos politico-sociais deste novo PS.

E tão eficaz ele é, que muito mais frequentemente se ouve na rua a critica ao colega ou ao vizinho, do que a critica àqueles que verdadeiramente representam as desiguladaes do tecido social português!

Estão, pois, tranquilos os donos do dinheiro e os donos do poder: enquanto o paradigma de mesquinhês funcionar, podem eles continuar tranquilamente os seus processos de enriquecimento, enriquecimento esse, que mesmo que legal, nunca será lícito num país onde uma grande percentagem da população continua em situação de pobreza grave.

E assim, enquanto "os cães ladrarem, a caravana vai passando"...

A pergunta sem resposta

Dois factos me parecem ser os mais curiosos do conclave do PS.

O primeiro: quando Helena Roseta questiona o congresso, colocando a questão: estamos nós a cumprir o que prometemos?

O curioso foi a ausência de resposta à pergunta colocada.

O segundo: o unanimismo em torno do "führer".

Porque é assim que eles se constroem. Em democracia. Os "führer".

Pela complacência e inacção dos outros.

Pelo segurança dos jobs.

Pelo sentir-se parte do Poder

Esta a génese.

O pior virá depois.

terça-feira, novembro 07, 2006

Unidos, como os dedos da mão!

Próximas actividades de luta dos professores:

9 e 10 de Novembro -Greve

desde as 11h do dia 15 de Novembro até às 12h do dia 17 - Vigília junto a Ministério da Educação

17 deNovembro pelas 14.30h - Plenário Nacional (faltas justificadas ao abrigo da lei sindical) seguido de "cordão humano" até ao ME

A luta não pode esmorecer.
Fazes falta nesta luta!

Professores de todas as escolas, uni-vos!

quinta-feira, novembro 02, 2006

para saberes mais sobre desobediência civil

La reflexión de la desobediencia civil en un sistema político como el democrático, debe necesariamente partir del hecho de que ésta es una
actividad ilegal porque viola normas jurídicas válidas y vigentes
-aunque éstas puedan ser moral y jurídicamente reprobables-
que se comete con el fin de producir un cambio. En este sentido,
la desobediencia civil no sólo viola normas jurídicas, sino que
sobrepasa aquellos canales ordinarios, tanto jurídicos como
políticos, que en un sistema democrático existen para la
producción del cambio de leyes o políticas gubernamentales,
es decir, se coloca fuera de las reglas del juego que sustentan a
este sistema político.
La desobediencia civil, desde un punto de vista puramente jurídico

formal, sólo puede ser considerada como un acto ilegal, aunque no necesariamente defictivo. En esta medida el significado de esta forma
de conducta cívica debe buscarse en un espacio metajurídico,
que precisamente lo constituyen aquellas concepciones
políticomorales que sustentan a las instituciones democráticas.
El hecho de que para algunos autores la desobediencia civil atente

en contra de la democracia misma, mientras que para otros
desempeñe un importante papel innovativo y correctivo y pertenezca esencialmente a este sistema político, se explica en la medida en
que dichas posturas corresponden a dos nociones de democracia.
La primera es la noción de democracia formal que refleja una
preocupación por la validez de los procedimientos democráticos.
La segunda es la noción do democracia sustantiva que se preocupa
porque los resultados del proceso democrático correspondan con
principios político-morales aceptables.

-para saberes mais, consulta: http://biblioteca.itam.mx/estudios/estudio/letras22/textos2/textos2.html

Desobediência civil

A definição de Desobediência Civil
Por: Daniel Arruda

"A desobediência civil, como se sabe, é muito diferente do crime. O crime é uma violação de lei clandestina, feita às escondidas e com o entendimento de que a lei que se viola é legítima. A desobediência civil, por sua vez, é uma violação pública das leis motivada por seu caráter ilegítimo. A desobediência civil se faz abertamente e ela não reconhece que a lei que está sendo infringida seja justa."
in http://troll-urbano.weblog.com.pt/arquivo/2005/06/a_definicao_de.html

Talvez valha a pena reflectir um pouco sobre o conceito e ver que perspectivas se poderão abrir, aplicando-o à luta docente.

Voltarei ao tema em próximos posts...

quarta-feira, novembro 01, 2006

Eleições:engano atrás de engano!

Afinal, porque votamos?
Para que votamos?

Não estou a pensar especialmente no PS nem em Sócrates e sua oligarquia anti-social.

Estou sim a pensar nos milhares de "deuses" de "trazer por casa", que ao longo do tempo fomos elegendo, nós, professores, para os orgãos de gestão das escolas.

E que agora se assumem como as peças fundamentais para a implementação da actual política anti-docente e anti educação da Srª Maria Rodrigues.

Porque é necessário entender com clareza, que sem eles, sem a activa participação dos Srs. que exercem as funções nos Conselhos Executivos, seria de todo em todo impossível à Srª implementar a sua política.

Que nos interessa vê-los pelos corredores das escolas mostrando-se muito incomodados com a situação???
Que nos importa vê-los carregadinhos de "cagaço", a rezingar pelos corredores?

Será que pretendem que fiquemos cheios de pena deles???!!!

Se estão no cargo e se se comprometem a aplicar as actuais políticas da tutela, (porque ninguém os pode impedir juridicamente de pedirem a sua demissão!!!)
não lhes é moralmente lícito fazerem-se passar por vítimas da política que voluntária e conscientemente implementam!

Porque são eles, na verdade, os directos responsáveis pela aplicação das medidas anti-professores e de destruição do sistema educativo português, em cada uma e em todas as escolas de Portugal!

Não passarão incólumes!

Não viverão na tranquilidade da hipocrisia!

Não deixaremos que passem pelos intervalos dos pingos da chuva, sem que se molhem...

porque isso não seria possível...

e, porque, mesmo que o fosse,

não seria justo!


Professores não ficam só a ver...

Tanto os sindicatos dosprofessores afectos à UGT como os afectos à CGTP decidiram aderir à greve convocada para 8 e 9 de Novembro.

NEM PODERIA SER DE OUTRA FORMA!

UNIDOS, COMO OS DEDOS DA MÃO!

quinta-feira, outubro 26, 2006

Agora, marcar faltas.
Agora, escrever cartas de faltas.

Ah, deixem-nos ensinar!

Agora, preencher grelha de Delegado de Turma, nome, morada, telefone.
Agora, preencher dados do sub delegado de Turma, nome, morada, telefone.

Ah, deixem-nos ensinar!

Agora ir ao CD entregar as grelhas do Delegado e Sub delegado,
Agora ir à Secretaria preencher os registos das cartas a enviar.

Ah, deixem-nos ensinar!

Agora ir assinar o livro de ponto dos dts que está na portaria.
Agora ir ordenar as folhas dos alunos que querem ir para os clubes.

Ah, deixem-nos ensinar!

Agora ir preencher a folhinha para ter rectroprojector amanhã.
Agora ir preencher a folhinha para anexar às fichas de trabalho e entregar na reprografia.

Ah, deixem-nos ensinar!

Agora ir esperar 15 minutos para ver se há substituição para fazer.
Agora, não houve substituição, dar uma "mãozinha" para os computadores do Centro de Recursos estarem a funcionar.

Ah, deixem-nos ensinar!

Agora pedir a caderneta à aluna para chamar cá a mãe.
Agora pedir a caderneta à outra luna para ver se a mãe assinou o recado.

Ah, deixem-nos ensinar!

Agora chamar a funcionária para ver se o Zezinho anda pelo pátio, pois está afaltar à aula.
Agora separar o ze do pedro que começaram à porrada.

Ah, deixem-nos ensinar!


Mas porque é que não nos deixam ensinar????

Lá foi

Chegou e sentou-se.
Primeiro calada.
Mas depois, em voz baixa contou.
Que estivera 10 minutos sentada dentro do carro.
No parque de estacionamento.
A chorar.
E à medida que falava, o tom de voz ia subindo e ao mesmo tempo e contraditoriamente ia-se também tornando ireegular no timbre, falsete às vezes.
E contava que já não conseguia suportar.
O stress. A indisciplina da turma.
Os alunos gritando com ela.
E pedia ajuda à colega mais experiente cujo rosto transbordava de angústia de não lhe saber responder.
Tocou.
Pediu desculpa de estar a incomodar com os seus problemas.
E lá foi.
Para o início de mais uma jornada.

terça-feira, outubro 24, 2006

Pim, PAM, Pum...

Pim Pam Pum....Estão aí os PAM!!!

Os famosos PAM.

Trata-se, pois, dos Planos de Acção para a Matemática.

1ª nota: sendo os PAM tão importantes e necessários, seria lógico pensar na importância de os divulgar, até para que os menos criativos se pudessem inspirar nos mais criativos....Mas népia. Vamos ao site doME e nem um dos já aprovados lá aparece. Que pena!

2ª nota: depois das enormes expectativas criadas nas escolas a respeito dos PAM (ele era a possibilidade de contratar novos professores para fazer face ao insucesso, ele era a possibilidade de desdobrar turmas para se trabalhar em grupos mais pequenos, ele era a posbilidade de adquirir novos equipamentos...) bem destas todas, as duas primeiras já foram totalmente postas fora de questão.
Contratar professores ou desdobrar turmas - VETADO
A ver vamos a chegada dos materiais solicitados...

Agora interessante, delicioso, verdadeiramente assombroso, é conhecer alguns dos PAM já aprovados.

Terei eu talvez azar, mas os que conheço e que já foram aprovados (embora alguns ainda sujeitos a reformulações), são páginas seguidas de banalidades didáctico-pedagógicas, (por serem não mais do que o que já é a prática corrente) que, entretanto se enfatiza, se reveste de lindas(?) roupagens linguisticas, se enche, preenche e completa com grelhas, e mais grelhas e quadros e mais quadros , mas que de verdadeiramente inovador, no que ao ensino da matemática respeita, é o absoluto vazio.

E, no entanto, foram horas de "trabalho" para escrever tantas folhinhas e pasá-las a computador.... E não estou a ser irónico! É que foi mesmo verdade!

Alguns PAM dão a ideia de terem nascido de parto distócico, em que o aborto apenas não foi feito por se afigurar mais rentável o deficiente nascituro.
(Já que com o nascimento do PAM, embora deformado e aberrante, se espera que algum material ou dinheirito venha a ser obtido).

Pim, Pam , Pum, estão aí os PAM!

A revolução no ensino da Matemática começou em Portugal!
Professores não podem só ficar a ver...

"Os sindicatos contestam a actualização salarial de 1,5% proposta pelo Executivo em 2007 e o aumento dos descontos dos trabalhadores para a ADSE de 1 para 1,5%. A paralisação anunciada esta terça-feira pelos dois sindicatos afectos à UGT coincide com a greve geral decretada no início deste mês pela Frente Comum, da CGTP.Além das questões salariais, os trabalhadores da Função Pública contestam também as alterações ao estatuto da aposentação, a criação de quadros de supranumerários, as mexidas nas justificação das faltas por doença e a forma como está a ser implementado o sistema da avaliação de desempenho dos trabalhadores do sector." in O Correio da manhã de hoje

Porque, entre outras razões:
-todas estas questões dizem também respeito aos professores;
-os professores não podem esperar solidariedade se não a retribuem;
-o peso da greve é maior se todos os sectores da função pública aderirem e não apenas alguns;
-a luta dos professores não alcançou ainda os resultados desejados;
-o desrespeito pelos direitos dos trabalhadores afecta a todos em geral e não a nenhum grupo em particular;

Os professores devem aderir a esta greve, formando em conjunto com os outros sectores da função pública uma mole imensa de grevistas nos próximos dias 9 e 10 de Novembro!



Quem confessa não merece castigo.... Mas acaba por ser castigado!
E quem não confessa?????



"Antes de ganhar as eleições, não disse que ia pôr a saúde mais cara, aumentar os impostos sobre reformados, deficientes ou funcionários públicos, que ia subir de forma extraordinária os combustíveis e a electricidade, que ia introduzir portagens nas SCUTS, e agora está a fazer tudo ao contrário do que prometeu”
, - justificou o presidente do PSD, durante uma visita ao Centro de saúde do Lumiar - in Correio da Manhã de hoje

"O dia devia ser de festa, mas a crise política húngara, que se arrasta há mais de um mês, voltou a transbordar para as ruas, com milhares de manifestantes afectos à oposição a tentarem avançar sobre o edifício do Parlamento para exigir a demissão do primeiro-ministro socialista Ferenc Gyurcsany"- in Correio da manhã de hoje

"A «bomba» caiu este domingo à noite, quando uma estação televisiva divulgou um discurso do primeiro-ministro húngaro, Ferenc Gyurcsany, em que este admite ter mentido ao povo.
Na altura, no dia 26 de Maio, cerca de um mês depois do partido socialista húngaro ter sido reeleito, Gyurcsany falava com os membros do seu partido. A reunião foi à porta fechada, mas, quatro meses depois, o polémico discurso, com palavrões à mistura, veio a público e está acessível em vários sites húngaros."
– in Portugal Diário on line

domingo, outubro 22, 2006

Diz Eduardo Prado Coelho

O umbigo da Ministra da Educação deve ser tão GRANDE que nãoa deixa ver/ouvir opiniões diferentes da sua.
Há qualquer coisa que não está a funcionar bem no Ministério da Educação. Existe uma determinação em abstracto do que sedeve fazer, mas compreensão muito escassa da realidade concreta.
O que se passa com o ensino do Português e a aprendizagem dos textos literário é escandaloso. Onde deveria haver sensibilidade, finura e inteligência nacompreensão da literatura, há apenas testes de resposta múltipla completamente absurdos.
Assim não há literatura que resista.
Há tempos, dei o exemplo da regulamentação por minutos e distâncias de determinadas provas.
O ministériorespondeu-me que se baseavam na mais actualizada bibliografia e que tinham tido reacções entusiásticas perante tão inovadoras medidas.
Não me convenceram minimamente.
Trata-se de dispositivos ridículos e hilariantes, que provocam o mais elementar bom senso.

O problema reside em considerar os professores como meros funcionários públicos e colocá-los na escola em sumária situação de bombeiros prontos para ocorrer à sineta dealarme.
Mas a multiplicação de reuniões sobre tudo e mais alguma coisa não permite que o professor prossiga na sua formação científica.
Quando poderá ler, quando poderá trabalhar, quando poderá actualizar-se?
Não é certamente nas escolas que existemcondições para isso.
Embora na faculdade eu tivesse um gabinete, sempre partilhado com mais quatro ou cinco pessoas , nunca consegui ler mais do que uma página seguida.
Não existem condições de concentração.
Pelo caminho que as coisas estão a tomar, assistiremos a uma barbarização dos professores cada vez mais desmotivados, cuja única obsessão passa a ser defenderem-se dos insultos e dos inqualificáveis palavrões que ouvem à sua volta.
A escola transforma-se num espaço de batalha campal, com o apoio da demagogia dos paizinhos, que acham sempre que os seus filhos são angelicais cabeças louras.
E com a cumplicidade dos pedagogos do ministério.
Quando precisaríamos como de pão para a boca de um ensino sólido,estamos a criar uma escola tonta e insensata.
Neste benemérita tarefa tem-se destacado o secretário de Estado Valter Lemos.
É certo que a personagem se diz e desdiz, avança e volta atrás,a maior das facilidades.
Mas o caminho para onde parece querer avançar é o de uma hostilização e incompreensão sistemática da classe dos professores.
Com isto prejudica o país, e prejudica o Governo, com um primeiro-ministro determinado e competente, mas que não pode estar atento a todos os pormenores.
E prejudica o PS, mas não sei se isto preocupa.
Vem agora dizer que o professor deve avisar previamente que vai faltar, o que no limite significa que eu prevejo com alguns dias de antecedência a dor de dentes ou a crise de fígado que vou ter. E que deve dar o plano da aula que poria em prática caso estivesse em condições. Donde, as matérias são totalmente independentes de quem as ensina, basta pegar no manual, e ala que se faz tarde.
Começa a tornar-se urgente uma remodelação do Governo, mas isso é tema delicado a que voltarei mais tarde.
- Eduardo Prado Coelho

sábado, outubro 21, 2006

Só de vez em quando....

De vez em quando lá me sai um post sobre práticas pedagógicas.

Mas é só de vez em quando.

O que é estranho, sendo este blog denominado profes.

Ba.... poucos posts pedagógicos, que importância tem lá isso?

Pois...No blog não tem!

Mas tem, quando sabemos que por motivos de uma enorme instabilidade profissional se criou em nós uma necessidade imperiosa de discutir a carreira deixando para momentos mais favoráveis a discussão das práticas do dia a dia.

E isso aconteceu-nos a todos, independentemente dos diferentes "credos" que professamos.



E ocupamos o tempo a pensar como divertir os meninos na aula de substituição de amanhã, e em arranjar um joguinho novo que eles apreciem, e em preparar uma planificação de chacha, para se tivermos te faltar....

E o tempo sério da verdade de ser professor, vais esperando melhores oportunidades de se fazer real.

Esta é, talvez, uma das resultantes mais objectiva das políticas educativas dessa senhora, colocada onde não devia estar e secundada pela irresponsabilidade que resulta da teimosia dum aspirante a ditador.

Frágil ditador, que nem o peso das SCUTs, afinal, foi capaz de aguentar...

Filósofo enganado...

"Os progressos técnicos, que toda a gente está confundindo cada vez mais com
progresso humano, vão criar cada vez mais também um suplemento de ócio que, excelente em si próprio, porque nos aproxima exactamente daquele contemplar dos lírios e das aves que deve ser nosso ideal, vai criar […] uma força de ataque e de triunfo; mais gente vai ter cada vez mais tempo para ouvir rádio e para ir ao cinema, para frequentar museus, para ler revistas ou para discutir política...."

- Agostinho da Silva em "Aproximações

Não compreendendo que as tais vantagens do tal progresso técnico são sempre e só para alguns....

sexta-feira, outubro 20, 2006

Palavras de Sócrates, referindo-se aos militantes do PS? Ou da Ministra da Educação, dirigindo-se aos professores?

Não estão connosco os que preferem à obediência a sua liberdade de acção nem os que sobrepõem às directrizes superiormente traçadas as indicações da sua inteligência, ainda que esclarecida, ou os impulsos, ainda que nobres, da sua vontade.


E a resposta certa é: António de Oliveira Salazar, Discursos, volume 1º , pág. 183 e 184

Como os dedos da mão!!!

CERRAR FILEIRAS

Há que reconhecer.
O ultimato dado pelo ministério é uma estratégia política inteligente.
Cria um complexo de possibilidades cuja probabilidade resolutiva é favorável à tutela, senão, vejamos:

1ª possibilidade: desagregação da frente unida constituida pelos diferentes sindicatos que representam sensibilidades diferentes e cuja unidade de acção é sempre tão difícil conseguir

2ª possibilidade: recusa pelos sindicatos da porposta da tutela e isolamemto desses mesmos sindicatos relativamente aos professores, ao ser implementada a 3ª proposta de ECD em vez da 4ªque, apesar de tudo, sempre tem uma ou outra "benesse";

3ª possibilidade: aceitação pelos sindicatos da 4ª proposta e das suas condições e desprestígio desses mesmo sindicatos no meio docente, nomeadamente tendo em conta o esforço financeiro feito para que a greve fosse um sucesso

4ª possibilidade: não aceitação da proposta e suas condições e menor poder negocial en sede de diálogo de consertação.

5º Em qulquer dos casos, avanço para as transformações que a tutela pretende no sentido de poupar dinheiro ao orçamento de estado.

Há que reconhecer que esta é uma fase extremamente dificil para quem estáno cargo de dirigente sindical e tem de tomar uma decisão.
Dificilmente alguém poderá ter a certeza da decisão certa a tomar.
Mas por isso mesmo há que cerrar fileiras e apoiar a decisão que vier a ser tomada pelas direcções dos sindicatos!!!
Unidos, como os dedos da mão!!!
CERRAR FILEIRAS

quinta-feira, outubro 19, 2006

terça-feira, outubro 17, 2006

DECO é estúpida. Pim!

A associação de defesa dos consumidores DECO considera socialmente injusto o aumento de 15,7 por cento das tarifas de electricidade proposto pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) para 5,3 milhões de consumidores domésticos.

Porque a DECO é estúpida e não percebe nada de economia.

Na verdade este aumento é justo e muito favorável aos consumidores.

É que é este aumento que torna apetecível e viável à Iberdrola e outros tantos, entrarem no mercado da electricidade em Portugal.
Depois disso, graças à livre concorrência, os preços irão baixar apreciavelmente, talevez mesmo mais de 0,5 %!!!

Logo, os consumidores têm tudo a ganhar!

Avante, camarada Pina Moura!

Bendito telemóvel!

Pela primeira vez o homem perdia a compostura, e era vê-lo, espumando de raiva e batendo com o punho em cima da mesa.

A correr e temendo pelo bem estar cardíaco do seu líder, António Costa acorreu a ver o que se passava...

-Então, José, que é que se passa?

-Tu já viste um cabrão (desculpa mas estou fora de mim!) um gajo destes? Ouviste o que ele acabou de dizer às televisões?

-Não....QUe é que ele disse?

- Pois disse que a crise acabou, este cabrão! (desculpa, não costumo usar estas palavras mas é que não estou em mim!)

- QuÊ? O Gajo disse isso? Mas é parvo ou quê?

-Pois, vê lá tu. Que é e que vamos dizer aos sindicatos nas negociações salariais?
-E como vamos explicar o orçamento de estado?
- Mas este gajo é do nosso governo ou é da oposição?

-Oh António, passa-me o telemóvel, faz favor!

-Está? Pinho?
Tu és básico, tu és um infantil do caraças meu, então a crise acabou? Eu por acaso disse-te isso alguma vez? Vais já fazer um desmentido, meu infantil de merda!

E foi assim que, sem mais perda de tempo, o Pinho veio confessar a sua infantilidade perante o bom povo português.

São os comunistas!

Quem tem uns aninhos sabe que, no tempo da "velha senhora", sempre que acontecia alguma agitação social, Salazar e seus correligionários diziam tratar-se sempre de tentativas de desetabilização do regime provocada pelos comunistas a soldo de interesses estrangeiros (URSS). Ou, se alguém contestava algum aspecto da política de então era de imediato rotulado de "perigoso agitador comunista"

Assim torna-se delicioso ler o texto que se segue, em que, qualquer semelhança com o que se passava nesses tempos é, com toda a certeza, pura coincidência e não mais do que isso.

"Na campanha interna do partido, o secretário-geral do PS, José Sócrates, foi recebido na Madeira, Évora e Coimbra com protestos contra as políticas do Governo, nas áreas da Educação e da Saúde. O PS contra-atacou ontem, pelo seu porta-voz, Vitalino Canas, lembrando os tempos do PREC (Processo Revolucionário Em Curso). O dirigente não tem dúvidas: “Parece que há aqui um padrão de comportamento, certamente comandado por alguma organização, eventualmente ligada ao PCP. Que era quem nos anos 70, quando a Democracia não se tinha consolidado, utilizava muito essas formas de intimidação extrademocráticas, de perturbação do funcionamento dos outros partidos.”

Vale também a pena realçar que o "democrata" Vitalino Canas considera que protestos na rua são "formas de intimidação extrademocráticas", embora a Constituição da Republica Portuguesa diga exactamente o contrário... Bem, talvez o referencial constitucional de Vitalino seja ainda a a Constituição de 1933...

Escolha do jantar "à Sócrates" ou de "como se faz consertação em democracia"

Mãe:Vamos lá a saber: o que querem para o jantar?
-carne assada, diz o Zé,
-carne assada com puré de batata, diz a Maria.

Mãe:Bem, bem, o jantar vai ser pescada cozida, isso está fora de causa! Portanto, digam agora lá:o que querem para o jantar?

-Pescada cozida, dizem alegremente a Maria e o José! E disseram também à mãe que a queriam com um pouco de sal, o que a mãe de imediato aceitou.

E assim aconteceu a negociação daquele jantar na família Esteves.

Parafraseando Brecht

Primeiro lixaram os estagiários,
mas eu não me importei
porque não era nada comigo.

Em seguida tramaram as educadoras,
mas a mim não me afectou
porque não sou educadora.

Depois denegriram os sindicalistas,
mas eu não me incomodei
porque nunca fui sindicalista.

Logo a seguir chegou a vez dos de escalões baixos,
mas como não sou desses,
também não liguei.

Agora atacaram-me a mim
e quando percebi, já era tarde.

brincadeira parafraseando o poeta e dramaturgo Bertolt Brecht.

- texto de Zoltrix

quarta-feira, outubro 11, 2006


Fui comprar uma trela para o cão.

Fui a uma "loja dos chineses".

Muito mais barata!

Usei-a ontem. Usei-a hoje.

Começou a fazer um ruido estranho. E agora tenho de puxar o"botãozinho" para fora para ela enrolar, se não encrava.
Agita-se e ouve-se um estranho ruído de qualquer coisa solta lá dentro.

Bem.

Decidi abri-la.

O plástico estava partido em vários locais e a mola deixopu de ter suporte e estava solta lá dentro. Um dos apoios dos parafusos de fixação também já não existe.

E é esta trela de merda chinesa que justifica a política dos baixos salários, da precariedade do trabalho, das benesses às empresas!

É mesmo uma merda dumaTrela!!!

Uma no cravo outra na ferradura?

"Lá boas palavras tem você, ti Toino, o pior foram os bacorinhos que se perderam...."

Algumas palavras proferidas hoje, por Manuel Alegre:

“Não se pode equilibrar o orçamento à custa dos direitos sociais. Não se pode endireitar as contas públicas à custa dos doentes e dos reformados, nem da desertificação do interior", sublinhou o histórico socialista. Insurgindo-se contra a aplicação de taxas moderadoras sobre cirurgias e internamentos, o aumento dos impostos sobre pensionistas e a extinção de urgências hospitalares”

“A autoridade pela autoridade não faz parte da cidadania democrática, nem dos valores do 25 de Abril."

"É preciso que quem exerce, com legitimidade, o poder democrático, não se feche em si mesmo nem deixe de ouvir a rua."

“queiram ou não, volta a haver medo em Portugal”



Só falta agora,depois do que acaba de dizer, vê-lo a votar favoravelmente o orçamento do governo " " " " socialista" " " " "!

Soma e segue!

Perante a intotal capacidade de agir por parte do Ministério da Educação da Dª Lurdes, a vioplência nas escolas "soma e segue", alimentada pelas constante desvalorização e desautorização dos professores por parte da Dª Lurdes e seus lambe-botas no poder...

"Os factos denunciados ocorreram anteontem, cerca das 17h00, perto do final de uma aula de Educação Visual e Tecnológica a uma turma do 5.º ano. Um dos alunos insistia em contrariar o regulamento mantendo o boné na cabeça. Depois de repetidos avisos, a professora optou por retirar o boné ao rapaz, guardando-o na sua malinha e indicando que seria devolvido no final da aula. O aluno foi buscar o boné, remexendo nos pertences pessoais da professora, que admoestou o aluno. Este reagiu a soco e a pontapé. “Ele espumava, tal era a raiva por ser confrontado. Tive medo de o agarrar”, disse a professora, que procurou refúgio atrás de um armário, mas acabou por ser atingida com violência na mama à qual foi operada há dez anos, para remoção de um tumor, e na qual continua a ter riscos oncológicos. Em 24 anos de profissão, nove dos quais em Quarteira, nunca a professora tinha enfrentado tal situação

A professora queixosa terá sido confrontada pela mãe do aluno nos corredores da escola logo a seguir à aula. “Entrou na escola sem autorização e porque não estava ninguém na portaria – situação que também denunciou na participação – insultou-me, acusando--me de ter agredido o filho e dizendo que a palavra dos professores de nada vale.” De acordo com a docente, o aluno em causa mostra sinais de ter problemas domésticos: “Tenho notado no miúdo grandes olheiras e comportamentos provocatórios, para chamar a atenção. A directora de turma disse que ele leva pancada em casa.
” - Correio da Manhã - edição de hoje

Robin dos bosques-ou Reforma da Segurança Social


"Clica" na imagem, para veres melhor
(fotomontagem de autor desconhecido)

Só por isto, já valeu a pena!

A enorme manifestação dos professores, já conseguiu, pelo menos, pôr algumas pessoas a pensar e a concluir que algo de errado se passa no mundo da educação em Portugal e nas políticas deste nosso desgoverno para este sector.

Por isso aqui se transcreve o texto de Pacheco Pereira, no seu blog "o abrupto", para aqueles que habitulamente não o visitam..

Vale a pena lê-lo com atenção!

"O modo como a manifestação dos professores foi tratada mostra a fragilidade do nosso jornalismo, que tem muita dificuldade em sair do habitual, em perceber o que é diferente, para além das legítimas dúvidas sobre a governamentalização da RTP que suscita.

A manifestação dos professores não foi apenas uma manifestação bem sucedida para os sindicatos, não foi apenas a "maior" manifestação dos professores, foi um elemento qualitativamente novo na análise da situação do nosso ensino.

Mereceria que se lhe estivesse mais atento porque mostra uma ruptura entre os professores e o Ministério sem precedentes e que não pode deixar de ter consequências sobre o que se passa nas escolas.
Mereceria um comentário mais qualificado, fora do tradicional conflito sindical, mereceria que se tentasse perceber por que razão o Ministério alienou nas escolas a parte mais qualificada dos professores que podiam ser o suporte de muitas das reformas que têm vindo a ser propostas e que são vitalmente necessárias.
Mostra o preço do estilo do governo de tentar fazer reformas atacando os grupos profissionais no seu conjunto pelos seus "privilégios", o que no caso dos professores foi fatal.

Os professores são uma profissão muito especial, com grandes fracturas internas, muito maus hábitos mas também um dos ambientes de trabalho mais árduos que se possa imaginar, tendo que defrontar problemas sociais, familiares, culturais, para que não tem meios nem qualificações, para que nem sequer é suposto que escola tenha eficácia.

Mas há uma minoria de professores, uma minoria porque a profissão está muito degradada, que se dedica de forma quase "vocacional" ao ensino e esses desejavam há muito algumas das reformas que o Ministério se propõe fazer.

Sucede que esses professores também sabem bem demais o papel negativo que o Ministério sempre teve e as enormes responsabilidades do aparelho burocrático-sindical que o domina.
Revoltaram-se por passarem a bodes expiatórios de uma situação que sempre combateram, sem qualquer assunção de responsabilidades próprias do Ministério.

Alguns pela primeira vez foram ontem a uma manifestação sindical".
- Pacheco Pereira

Pacheco Pereira engana-se, (ou pretende enganar-nos) porém, quantitativamente. São os maus professores que são uma minoria nas escolas e não o inverso.
Mas é verdade que alguns dos muitos bons professores que existem nas escolas se estrearam desta vez na participação em manifestações.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Sim, Srª Ministra!

"Apelo aos professores para que leiam e conheçam por si próprios as propostas do Ministério da Educação que estão em cima da mesa." - apelo melodramático da Srª Ministra, feito hoje.

Mais uma vez a Srª insulta os professores. Desta vez chama-lhes ignorantes, porque ela descobriu que não conhecem as propostas do seu ministério. Como ela descobriu isso, ainda está por saber....

Por outro lado chama-lhes implicitamente estúpidos, porque acha que "se deixam levar" pelas "forças do mal" leia-se, os sindicalistas.

Ora bastaria a Srª visitar as páginas on line dos diferentes sindicatos para constatar que aí se transcrevem, na íntegra, as propostas de sua Exª, que, depois, naturalmente se comentam.

Mas é próprio de um governo que cada vez mais resvala para o autoritarismo e para práticas não democráticas, a crítica sistemática dos sindicatos e dos sindicalistas.
Este governo não se dá bem com os sindicatos.
Como se sindicatos e sindicalistas não fossem parte fundamental dum regime democrático.

É que na verdade não há regimes democráticos sem sindicatos livres e atónomos.

A crítica sistemática a sindicatos e sindicalistas vem pôr a nu a verdadeira natureza totalitária do actual governo português que não sabe lidar com os processos democráticos de contestação de políticas governativas concretas.

Entretanto é delicioso ver os prestimosos moços de recados da informação desdobrarem-se em "elaboradas" teses, como por exemplo a contestação da permanência duramte muitos anos de determinados sindicalistas à frente de muitos sindicatos.
Que não pode ser!
Que é necessário renovar.

Curiosa tese... Então e há quantos anos temos nós, por exemplo, Cavaco Silva nas esferas do poder? E Jorge Sampaio? Sócrates, surgiu agora na política? O Sr. Presidente da Assembleia da República será por acaso um ilustre desconhecido?

Na verdade o que esta tese pretenderia era a existência de políitcos experimentados, batidos, do lado dos governos e ingénuos inexperientes à frente das políticas sindicais.
Que bom seria se assim fosse para os governos de Portugal!!!!

Srª Ministra: os professores leram com atenção as suas proposta.
E é porque as leram que estão ao lado dos seus sindicatos na luta contra a sua implementação!

E se há ainda alguns que estão passivamente de braços cruzados, pois esses são aquele que ainda não tiveram tempo para apreciar cuidadosamente as suas propostas de destruição da dignidade profissional dos professores e da sua carreira.

Mas também esses seguramente, virão a seguir o apelo de Vª Exª e assim que procederem à leitura atenta de tais propostas, por certo engrossarão o caudal de protesto que a há-de levar a si na enchurrada da revolta até que se afogue no mar de iniquidade social que o seu execrável governo fascizante desenvolve.