O Secretário de Estado da Educação Valter Lemos, que pelos vistos sempre cessou o seu mandato como vereador em Penamacor por acumulação de faltas, é mais um ícone representativo de todo um conjunto alargado de pessoas que foi ocupando diversos cargos de direcção e de chefia na função pública ao longo destes 30 anos.
Não fizeram mais nada na vida, pois tiveram a sorte de lhes ter rebentado uma revolução enquanto jovens que lhes possibilitou uma ascensão rápida no mundo do Estado.
Já conheci diversos Valter Lemos ao longo da minha vida profissional, estão em toda a parte e são desde há muito um dos poderes mais cristalizados e perversos da sociedade portuguesa.
Sempre passaram de cargo para cargo com a maior das leviandades e sem nunca prestar contas a ninguém.
Jamais se responsabilizaram perante a comunidade e os contribuintes pelas decisões que tomaram e pelo modo como, em algumas circunstâncias, desbarataram os dinheiros públicos. Sempre saíram e voltaram impunes.
Esta gente está agarrada ao seu privilégio que quer manter a todo o custo.
E para isso emaranham-se no jogo partidário para tirar dividendos de circunstância.
Estão-se nas tintas para a coerência política e refugiam-se quase sempre naquela figura que está a fazer escola nos anais da política portuguesa: a figura de independente (Valter Lemos que agora está no lado socialista foi, há não mais de dez anos, eleito vereador pelo CDS).
Muito daquilo que vai mal no Estado e na Administração Pública se deve a esta gente.
Neste sentido, quando se fala em diminuir privilégios e reduzir o peso do Estado era por aqui que se deveria começar.
Mas isso é certamente uma impossibilidade, visto que os partidos que nos governam sempre alimentaram e se alimentam deste polvo.
Renato Carmo in http://fugaparaavitoria.blogspot.com/
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