segunda-feira, março 06, 2006

Na ruela de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis de ouro a um tostão
enriquece o charlatão

no beco mal afamado
as mulheres não têm marido
um está preso, outro é soldado
um está morto e outro f'rido
outro em França anda perdido

é entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra

Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
Chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga

no beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come
os catraios passam fome

na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-se em quatro zonas
instalados em poltronas

pr'á rua saem toupeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca de alguns patacos

entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro de um canhão


e o trono é do charlatão








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