sábado, outubro 29, 2005


E...no entanto....
ainda há quem continue a organizar actividades que procuram motivar e despertar o interesse dos seus alunos, por essas escolas fora, como é o caso que a foto documenta. O sistema ainda vai funcionando, apesar da tutela.

sexta-feira, outubro 28, 2005

As cores adequadas


Ao que consta, os professores que se vestiram de negro na última apariçao pública da Srª Ministra numa escola, foram chamados a comparecer nas instalações do ministério a fim de serem reprendidos.
Ora aqui está uma atitude que me parece inteiramente justa, pois, na verdade, o negro, não é cor adequada: sugere-se, pois, que em próximas ocasiões de ministeriais visitas, as cores escolhidas sejam as seguintes- chapéu amarelo berrante; camisa vermelha com grandes estampados de bolas verdes; calças ou saia(consoante o caso) verde brilhante; sapatos brancos com um pom-pom vermelho na ponta. Estas, sim, são as cores adequadas para a palhaçada em que se transformou a política da educação em Portugal!!!!

Faltar ao que não existe...

É claro que os alunos percebem que as actividades de substituição são uma perda de tempo, tentando, por isso mesmo, perturbá-las causando indisciplina, ou, pura e simplesmente, não indo lá...
Mas, face a esta situação, os nossos dirigentes ministeriais já encontraram a solução!!! Os alunos que faltarem a uma actividade de substituição, terão falta marcada na disciplina a que essa substituição corresponder.
Dito de outro modo: os alunos terão falta marcada a uma aula que....não existiu!
Mais: como as faltas podem, em alguns casos, ser motivo de reprovação, os alunos poderão mesmo reprovar por faltarem a aulas que....não existiram!
E assim, de absurdo em absurdo, se vai construindo(?) o sistema educativo português pela mão da Srª Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, um nome que, seguramente, ficará para sempre na História da Educação em Portugal.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Todos juntos, abaixo os argumentos de caca!

-Um dia....Para que serve isso?....Se fosse uma semana inteira, aí sim, aí iam dar por nós. Agora só um dia... Assim não faço!
-Três dias?! Devem estar mas é malucos....Eu vou lá perder 3 dias.... Se fosse um ainda fazia, agora três.... Não posso. Sai muito caro.
-Pois....Tinham logo de marcar para a 6ª feira....Vão todos dizer que é mais um fim-de-semana-prolongado. Não, à 6ª feira não faço. Se fosse no meio da semana, assim já não podiam dizer nada e eu fazia.
-Olha, vou perder dinheiro, ao menos que tenha alguma compensação. Marquem para 6ª feira, se querem contar comigo. 4ª feira não faço!
-Olha, os novos que façam, Para eles é que se está a construir um futuro bem negro. No meu caso, já não interessa, Eu não faço.
Olha, eu que ganho tão pouco não posso fazer. Que façam os mais velhos que já têm bons ordenados e não lhes vai fazer diferença!

Este tipo de discursos, por mais razão que cada um possa ter, tira força à razão de todos!!!
A razão de todos lutarem pelos seus direitos que estão sendo pisados por quem despreza a educação e os professores.

Seja um, três ou uma semana, seja às aulas ou à avaliação, seja à sexta-feira ou à quarta, é tempo de, por uma vez, pormos de parte as nossas opiniões particulares e de nos juntarmos todos à razão colectiva maior, a que reside na unidade na luta!!!

E importa pouco se é convocada pelo SINDEP ou pela FENPROF ou pelo SPGL....Quero lá saber de quem vem a orientação.....
Quero é que resulte e para isso que se discuta depois, mas que se actue em unidade durante.

Se não for assim, então somos mesmo uma trampa duma classe....



Relembrando Sophia


Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

sexta-feira, outubro 21, 2005

PETIÇÃO AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Lê-a, assina-a e divulga-a

em:

http://new.petitiononline.com/profspor/petition.html

Entrevista da ministra ao publico, comentada

Trechos da Entrevista com a Ministra da Educação ao Público em 20-10-05, comentados

512 escolas com elevado insucesso vão ser encerradas no final do ano lectivo
Que tipo de problemas existem na rede?Temos problemas nas zonas urbanas, na região de Lisboa e no Porto, com escolas antigas que estão degradadas. Só em Lisboa há 13 estabelecimentos a necessitar de intervenção urgente. Outra decisão que tomámos foi a de encerrar já no próximo ano lectivo aquilo a que chamo "escolas do insucesso", que são sobretudo do 1.º ciclo e de pequena dimensão, escolas onde o nível de repetência é muito superior à média nacional.
Bem, bem. Escolas do insucesso. Um conceito pedagógico francamente inovador. Referir-se-á exactamete a quê? Serão as parede ou o tecto que causam o dito insucesso???
Esse levantamento já está feito? Encontraram uma correlação entre escolas pequenas e maiores níveis de insucesso?
Está feito e a correlação é impressionante. O cruzamento das taxas de repetência com a dimensão das escolas permite desenhar um gráfico de uma clareza total. As taxas anormais de insucesso estão praticamente todas localizadas em estabelecimentos com menos de 20 alunos.
Mas será que alguém de bom senso pode acreditar num disparate destes????? Que o insucesso tem como causa a dimensão duma escola????
Ainda que acreditemos na possibilidade de existir exista uma tal correlação, não seria razoável primeiro tentar perceber o porquê de tal correlação?
Exemplificando, com outra situação, perceberemos melhor a lógica de raciocínio da Srª Ministra:as aldeias mais pequenas são as que têm uma taxa maior de idosos e menor taxa de população jovem. Logo: as aldeias pequenas causam a morte dos jovens e o envelhecimento. Logo: vamos destruir as aldeias pequenas e tranferir os velhos para cidades grandes e eles rejuvenescerão!!!
Pedi para as listarem e chegámos a um total de 512. No próximo ano essas escolas já não abrirão, uma responsabilidade que terá de ser partilhada com as autarquias.
Encontraram outras correlações com insucesso? Encontrámos pontos negros à volta de Bragança e da Guarda, em Lisboa e no Porto, para além de uns focos de reduzida dimensão no Alentejo. O que as direcções regionais estão a fazer é a contactar as autarquias e a procurar no contexto escolas para onde possam ser deslocados os alunos e os professores das que vão encerrar e a ver o que é que isso significa em termos de transportes escolares. Depois teremos um ano para resolver os problemas de fundo da rede escolar, identificar os pontos em que é preciso construir novas escolas.
Bem…então o problema deve estar mesmo no tipo de tectos ou de paredes, talvez, pois se vão construir outras….Já devem saber o que é para não calhar a construirem novas “escolas de insucesso”….
Está disponível para ajudar as autarquias?Não há outra solução. Até porque muito provavelmente estas decisões vão afectar concelhos com fracos recursos e pouca motivação para investir na educação.O orçamento chega?Não estamos a falar de nenhuma enormidade em termos de despesas. Muitas vezes sai seguramente mais barato alugar um táxi para transportar as crianças do que manter certas escolas abertas. Até porque muitos professores não se fixam e é necessário substituí-los, sendo que numa destas escolas com pouquíssimas crianças chegamos a colocar 18 docentes num ano. Isto não sai caro, sai caríssimo.
Até parece que pagam mais por srem 18, como se os colocassem a todos em simultâneo….
Mas o problema não é o custo, é nenhuma criança poder ter sucesso assim. Não podemos ignorar que temos 500 escolas de insucesso consistente, que falharam sempre nos últimos três anos.
Estupidez ou hipocrisia? A ministra por acaso dar-se-á conta do que representa em termos de contributo para o insucesso escolar as longas e demoradas deslocações dos alunos da sua localidade para outra onde se situa a escola e regresso a casa???? Os tempos mortos que isso representa porque, obviamente há que rentabilizar o custo do gasóleo e portanto o horário do transp+orte nunca é personalizado….Vá a Odeceixe, por exemplo e pergunte aos estudantes como é!!!!
Colocações plurianuais vão ser obrigatórias
Quando anuncia a colocação dos professores nas escolas por vários anos, refere-se aos contratados ou aos que fazem parte dos quadros?
Estão em aberto todas as possibilidades.
Ela sabe lá….
O problema é que o sistema de colocação de professores privilegia a mobilidade dos professores e não o interesse das escolas e dos alunos. Os professores têm o direito de pedir para mudar de escola todos os anos, o que não é aceitável.
Bem, os professores quando conseguem ficar numa escola em que não têm de fazer quilómetros e quilómetreos de deslocação não paga para trabalharem, já não voltam a pedir para mudar de escola……Mudar anualmente de escola não é propriamente a ideia que os professores têm sobre fazer turismo….Mais uma vez não é um privilégio….é uma causa duma situação injusta.
Assim como é preciso resolver o problema dos quadros de zona pedagógica, que chegam a ter a dimensão de um distrito, prejudicando os professores.Como?Trabalhando no conceito de quadro do agrupamento. Os directores das escolas saberão com que professores podem contar no ano seguinte para dar continuidade ao seu projecto.Nessa lógica não devia ser adoptado um mecanismo que desse às escolas mais autonomia na selecção dos professores?Essa ideia não me choca.
Pois a mim choca bastante. Basta ver como os Conselhos Executivos conseguem, em concurso(?) dar emprego a membros dum agregado familiar inteiro na mesma escola, nas secretarias e como auxiliares de educação…..É o pai, a mãe e os dois filhos, todos juntos….Parece uma empresa familiar…..
Não me revejo no actual modelo excessivamente centralizado, em que até os horários de sete horas vão a concurso nacional. Há um desajuste entre a geografia e os interesses dos professores e das escolas que não tem nenhuma justificação. Mas nos sistemas públicos também temos a necessidade de garantir que há professores de qualidade em todas as escolas, que há igualdade de oportunidades e universalidade no sistema.
Qual seria então o modelo de colocação de professores alternativo?
Vamos fazer agora pequenas alterações e teremos depois quase um ano para pensar.
Ela sabe lá….
As colocações plurianuais avançam já. Vão ser uma opção dos professores ou a sua aceitação será obrigatória?Será obrigatória, mesmo podendo prever-se muitos mecanismos para criar essa obrigatoriedade, através de desincentivos ou de penalizações. O que importa é contrariar a cultura de mobilidade há muito enraizada.
Bem, se a srª Ministra começar a pagar subsídio de alojamento aos professores “desterrados” oiu subsídio de deslocação, contraria logo a cultura de mobilidade….

Estava quase a achar-se normal uma criança ir à escola e não ter aulas
As alterações à organização dos horários dos professores e do período de funcionamento das escolas do 1.º ciclo foram as medidas mais difíceis até agora tomadas, assume a ministra da Educação. E, se admite problemas, recusa-se a aceitar que casos pontuais ponham em causa decisões que "têm toda a razão de ser".O ministério conhece a dimensão do absentismo dos professores? Foi isso que a levou a definir a ocupação dos "furos" dos alunos como uma das prioridades?
Setenta por cento dos professores são mulheres, as mulheres têm filhos e têm de cuidar deles e é esta questão, que se coloca em todas as organizações em que o trabalho é predominantemente feminino, que não podemos iludir. A especificidade do absentismo no ensino é que tem um efeito muito maior. Quando um professor falta e a escola não se organiza, são 30 famílias que são afectadas. Uma criança entra na escola para estudar o dia todo, não pode, por uma razão qualquer, ficar sem aulas e ir jogar à bola ou para o café. O tempo lectivo tem de ser pleno.
Tempo lectivo pleno? Esse conseito também é inovador. Mas não se sabe o que significa neste contexto, porque ter meninos ocupados a jogar num espaço fechado quando deviam estar a aprender matemática, verdadeiramente não é muito mais “pleno” do que estar a jogar à bola no pátio da escola…. Agora, se a ministra quer mesmo que o tempo seja “pleno”, bem, basta colocar em cada escola por cada grupo disciplinar de cada ciclo, um ou dois ou três (consoante a dimensão da escola) profesores sem horário lectivo fixo, que estão lá para assegurar essa mesma plenitude. E é esta a única forma. Não há outra!
O absentismo entre a classe docente é superior às outras profissões predominantemente femininas?
Ela sabe lá…A minha preocupação é que a organização escolar tenha resposta para estas disfunções. Se um professor faltou, paciência. Agora a escola tem de ser capaz de ocupar as crianças, ( bem, agora já é só ocupar, já caíu o “tempo lectivo pleno”….)até para dar um sinal de disciplina de trabalho e de dedicação ao estudo. (Enorme dedicação ao estudo, com o professor de inglês a arranjar joguinhos para entreter os meninos que deviam estar a ter matemática…O que se dá é mesmo o sinal contrário…)
Estava quase a considerar-se normal que uma criança pudesse ir para a escola e se tinha aulas tinha, se não tinha não tinha.As tarefas que os professores estão a ser chamados a desempenhar têm criado divergências com os sindicatos.Não há uma divergência profunda em relação à componente não lectiva. Os sindicatos reconhecem que há uma parte no trabalho dos professores que é individual e outra que tem de ser dedicada a trabalho nas escolas. A grande discordância é que os sindicatos são da opinião de que o ministério devia dizer qual o número de horas de cada componente, em vez de serem as escolas a fazerem-no.Os sindicatos também dizem que os professores estão a ser obrigados a realizar tarefas que "desvirtuam" a função docente e atentam contra a sua dignidade profissional .Tenho dito aos sindicatos que gostava que me fizessem chegar informação sobre se as orientações estão a ser mal aplicadas ou se há abusos, mas até hoje não me chegou uma única queixa de um caso concreto.
E para que serve a inspecção??? Então os sindicatos agora devem-se substituir aso serviços inspectivos do ministério???!!!!
Perante casos concretos interviremos.Um caso concreto é pedir-se a professores dos 2.º e 3.º ciclos para acompanharem meninos do 1.º ciclo. Faz sentido recorrer a pessoas que não têm preparação para estar com crianças para garantir, por exemplo, o alargamento do horário das escolas?Faz todo o sentido. Por um lado, há um (há por lá um, ela não sabe bem qual é….) artigo no estatuto [da carreira docente] que diz que todos os professores sem excepção têm o dever de acompanhar alunos dos diferentes níveis de ensino. Por outro lado, no que respeita à formação inicial, quase não há distinção entre a preparação dos docentes do 1.º ciclo e do 2.º ciclo.
A ministra desconhece que essa semelhança de formação (com muito maus resultados, aliás, tanto para o 1º ciclo como para o 2º ciclo) só se tornou semelhante de há alguns anos para cá , pelo que, na maioria dos casos, as formações são completamente diferentes!!!!
Não me parece que haja aqui qualquer ataque à dignidade da função docente, pelo contrário: é uma oportunidade para os professores circularem e contactarem com docentes de outros ciclos.
Pois é….Aliás eu até penso que seria bom estender tal oportunidade aos docentes do superior, que poderiam também substituíssem de vez em quando os do secundário e 3º ciclo, quando terminam os seus semestres passados 2 meses depois de os terem iniciado….
O que estava mal era haver profissionais sem uma actividade distribuída e, no mesmo agrupamento, existirem escolas do 1.º ciclo a precisarem de professores.Um professor do 2.º ou 3.º ciclos pode não se sentir preparado para estar com crianças de 6, 7 anos...O facto de um professor em concreto não se sentir preparado não pode servir para se rejeitar em abstracto uma medida que tem toda a razão de ser.
Bem, pensava que isso era rejeitar em concreto, uma medida que se defende em abstracto….mas a ministra tem uma forma de pensar que….é mesmo só dela.
Acredita que a nova organização dos horários, que obriga os professores a passarem mais horas nas escolas, altera as suas rotinas e melhora o sucesso dos alunos?O alargamento do horário e a revalorização do 1.º ciclo são as medidas mais difíceis que tomei até agora e, se calhar, das mais difíceis que vou tomar nestes quatro anos. São iniciativas simples mas que têm um enorme significado, sendo que segredo do seu sucesso pode estar no acompanhamento e no apoio às escolas para superarem as dificuldades que surgirem.
A ministra não sabe o que é dar aulas a ciranças. Por isso não sabe o que é o burn out dos professores. Por isso não entende que os professores estando mais tempo na escola terão uma produtividade muito menor do que têm tido até aqui. Trata-se de ignorância do funcionamento do sistema no seu estado mais absoluto.Que dificuldades sentem as escolas?Umas são dificuldades objectivas, outras resultam da resistência subjectiva à mudança. Por isso é que o apoio do ME é importante, para identificar os casos em que faltam meios, salas, professores. Às vezes a escola também não sabe como fazer, porque se habituou a outra forma de funcionar. Preocupam-na os sinais de descontentamento e desmotivação dos professores?Sou professora (professora no superior, onde um semestre dura 3 meses, onde os alunos não precisam de ser motivados e até levam os cadernos e os lápis que precisam….onde os professores tem gabinetes para trabalhar….etc, etc,etc, Não! Nao estamos a falar da mesma coisa…..) e preocupa-me uma certa desmotivação ou até uma certa representação social negativa dos professores. Mas a desmotivação não pode ser invocada para resistir, pois, quando vou às escolas, não é isso que sinto. As pessoas percebem o sentido das medidas, mas é preciso dar tempo e distinguir o que é pontual e circunstancial dos problemas de fundo. Essa percepção global ainda não a temos.
Ah, mas deixe lá que irão ter, essa tal percepção global. Pode estar certa disso!!!!
Escolas vão ter de reflectir sobre os resultados dos exames
Em ano de estreia das provas nacionais do 9.º ano, os resultados revelaram-se péssimos a Matemática: 70 por cento dos alunos tiveram negativa e o ministério quer que as escolas avaliem o que falhou e elaborem estratégias de recuperação. O que pensa fazer com os resultados das avaliações que estão disponíveis?Os exames nacionais são uma peça essencial do sistema. Não para seriar alunos, mas para fazer a monitorização da qualidade do ensino e das dificuldades de concretização dos programas. Só que não têm estado a ser utilizados para essa finalidade. Nem os exames, nem as provas de aferição, nem os resultados do PISA [Programme for International Students Assessment]. O que queremos é que Júri Nacional de Exames e o Gabinete de Avaliação Educativa acompanhem as escolas na reflexão que têm de fazer sobre os resultados e que estas definam planos de recuperação. O quadro era de total desresponsabilização.
Bem, afinal a paixão de Guterres foi desastrosa….No que refere às aulas de recuperação para os alunos com várias negativas, como é que as escolas vão integrar estas horas a mais nos horários de alunos e professores? Quem é que vai dar apoio?
Ela sabe lá…São perguntas às quais as escolas terão de responder, pois ao ministério só cabe definir os referenciais de organização. Temos de voltar a centrar a política educativa nos resultados, de combater o insucesso, de ter mais alunos a concluir o secundário. A probabilidade de um aluno que começa a repetir aos 7 anos ter insucesso no resto da escolaridade é enorme, o que significa que a repetência não serviu para nada. É por isso que já há escolas que se organizam para recuperar esses alunos.Mas nas que ainda não se organizaram...Têm de organizar-se. A recuperação dos alunos tem de ser uma actividade normal das escolas e os recursos que têm já são suficientes.Em muitas escolas as dificuldades que os professores enfrentam já são muitas...Sei que o desafio de ensinar os alunos que têm dificuldades é um trabalho muito exigente e de uma dignidade e generosidade enormes. Mas o desafio é as escolas dizerem-me o que necessitam, não invocarem falta de condições em abstracto. Quando uma escola ou um professor me escreve uma carta a dizer concretamente o que necessita, raramente fica sem resposta.
1ª Boa notícia. Vou escrever já!!!!Vai manter a o peso de 30 por cento dos exames do 9.º ano no cálculo da nota final?
Ela sabe lá….Vou avaliar os exames antes de tomar qualquer decisão. Não excluo a hipótese de ser necessário mudar, mas tenderia a não alterar nada.As provas de aferição no 4º e 6º anos são para continuar?Têm de continuar. Não temos outros instrumentos de avaliação externa. O problema, de novo, é que se instituíram as provas e depois não se fez nada. Foi um muro de lamentações à volta dos resultados sem consequências. No programa de formação contínua de Matemática que criámos para os professores do 1.º ciclo já foram tidas em conta as falhas que os resultados evidenciaram.E até que ponto esses resultados podem servir para avaliar da actuação de um conselho executivo?O ministério não dispõe de uma avaliação sistemática das escolas que lhe permita fazer isso, mas no futuro queremos avaliar os resultados não tanto dos exames, mas da capacidade de resposta das escolas ao desafio do insucesso, da eficácia e da eficiência.
Metade dos professores já estão nos três escalões mais altos da carreira docente
Se todos os relatórios de actividade que os professores fazem antes de subir de escalão são valorizados com a nota máxima, tem de concluir-se que não estão a funcionar como uma avaliação de desempenho, afirma a ministra da Educação.
Pois afirma mal, porque por norma, eles nunca são avaliados com a nota máxima, mas apenas com a menção de satisfaz….Porque a nota máxima implica um juri especial de avaliação e permite um progresso mais rápido na carreira do que o habitual.
Mais: "Actualmente é possível um professor progredir na carreira estando dispensado de dar aulas." Talvez porque o trabalho dum professor não é nem nunca foi só dar aulas…a ministra é que ainda não entendeu isso….O congelamento das carreiras por um ano vai permitir reavaliar o sistema de progressão, explica Maria de Lurdes Rodrigues. "Precisamos de ter uma componente de avaliação de desempenho que valorize os professores que efectivamente dão aulas, que têm várias turmas, que se envolvem no esforço da recuperação dos alunos." Até porque, acrescenta, os obstáculos que se possam criar "são valorizadores" da função docente. "Penso que os professores que são muito empenhados também não se revêem neste regime em que praticamente não há distinções entre os que trabalham muito e os outros." O resultado de não se ter controlado o mecanismo de progressão, critica, é que nos últimos anos o sistema ficou com "50 por cento dos professores nos últimos três escalões do carreira". "Obviamente que esta situação tem de ser trabalhada, temos de construir progressivamente uma hierarquia, que distinga os professores com mais experiência e mais competências, até para distribuir correctamente as responsabilidades. Neste momento um professor em início da carreira ou no 10.º escalão pode estar a exercer exactamente as mesmas funções", observa a ministraPior que isso! Como os professores no 10º escalão não, podem ter redução dos cargos por directivas de sua Exª a ministra, são os professdores mais novos, muitos ainda completamente inexperientes, que podem ter tais reduções, que têm assento nas estruturas de gestão pedagógfica das escolas!

quarta-feira, outubro 19, 2005

Minha carta de demissão de membro da Assembleia de Escola

Exº Sr Presidente da Assembleia de Escola

A constituição do órgão a que preside resultou da disponibilidade pessoal dos seus membros que, sem contarem, à partida com qualquer beneficio pessoal resultante de pertencerem à Assembleia de Escola, entenderam dar o seu contributo gracioso para o regular funcionamento das estruturas de gestão estabelecidas pelo DL nº 115-A/ 98.
Trata-se de apenas uma, de entre muitas e muitas das situações em que os elementos da comunidade educativa, em particular os professores, se disponibilizam habitualmente para contribuir para o regular funcionamento do sistema educativo, sem qualquer contrapartida pessoal para o trabalho que desenvolvem.

Entretanto, muita coisa mudou desde então.

Usando o método político do "bode expiatório", procura-se agora fazer crer à sociedade que os males do país se devem às pessoas que são funcionários públicos (o mesmo estilo e política que em outras épocas históricas, levou outros políticos a fazerem crer aos seus governados que todos os seus males se deviam à existência dos judeus...) e, procura-se escamotear o facto de que o número de funcionários e o modo de funcionamento da administração pública não foi definido pelas pessoas que são os funcionários mas pelos governos do bloco central, que os têm vindo a gerir.

Sendo os professores funcionários públicos, foram atingidos pela mesma lógica de pensamento que, nem sequer se preocupa em atentar nas especificidades próprias de cada carreira dentro do funcionalismo público, tratando assim, todos por igual.

Desta forma, enquanto por um lado, se aplicam cegamente as normas propostas em Bruxelas no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento aos docentes, por outro lado, faz-se crer à opinião pública que os maus resultados do sistema educativo se devem à prática dos profissionais do ensino e não às políticas erradas de quem gere o sistema, pretendendo-se que as normas gravosas para os professores que agora se adoptam e que apenas decorrem duma política de contenção de custos, se destinam a melhorar o funcionamento do sistema, quando, na verdade o pioram.

Quem o faz, porém, revela uma ignorância profunda do funcionamento das escolas, nomeadamente em relação a dois dados fundamentais:
1º: O processo ensino-aprendizagam é extremamente delicado em termos da psicologia dos indivíduos envolvidos no processo, sendo a motivação de ambas as partes, fundamental;
2º: Os profissionais docentes padecem sistematicamente dum processo anual de "burn out" psicológico, que impossibilita o trabalho para além de limites muito rígidos, objectivos e quantificáveis.

A ignorância deste dois aspectos fundamentais faz com que as políticas que aparentemente são divulgadas à opinião pública como passos muito acertados e no bom sentido, não passem de poeira lançada aos olhos de quem de ensino percebe muito pouco, e sejam, na verdade, políticas que terão, a muito curto prazo, efeitos tremendamente negativos, no funcionamento do sistema.


Nestas circunstâncias, entendo que participar em órgãos de gestão das escola que têm de gerir e fazer aplicar as actuais políticas erradas do governo é objectivamente pactuar com elas.

Neste contexto, entendo não dever continuar a fazer parte desta Assembleia de Escola, pelo que fica a partir deste momento o meu lugar à disposição de Vª Exª, Sr Presidente.

Sem mais e com os melhores cumprimentos,

Amadora, 19 de Outubro de 2005
habacuc

Carta aos nossos dirigentes sindicais

Exmo. Srs.
Mas por que esperam?
A indignação e a revolta dos professores raramente foi tão sentida nas escolas como agora. Os atropelos ao ECD e à nossa dignidade profissional são em catadupa, quer da parte da tutela, quer da parte dos conselhos executivos, reduzidos a nada mais nada menos que a capatazes estupidificados de uma equipa ministerial das mais incompetentes, demagógicas e desconhecedoras da realidade das escolas e das salas de aula de que há memória. Será que os representantes dos professores que estão nos sindicatos também já se esqueceram dessa realidade? Já fui sindicalizada num sindicato e desisti não só porque o que descontava mensalmente me começou a fazer falta, mas também por considerar que a vossa pressão e actuação não eram tão empenhadas como deveriam sê-lo. Embora possam argumentar o contrário, o que têm apelidado de formas de luta, na actual conjuntura, são para mim, e para muitos, demasiados, formas de “ir fazendo que se faz qualquer coisa”. Assim não. Precisamos de representantes confiantes e sem medo, porque o oposto já temos nas escolas.
Unam-se! Acabem com esta tristeza de “n” sindicatos, cada um a defender o seu quintal! Não é isso que os professores querem. Se os outros corpos profissionais se unem, por que razão não o fazemos nós? Andam a fazer apelos tímidos nos vossos sites, a acenarem uns aos outros, a querer cada um ter o ónus da ideia da união, do melhor abaixo-assinado, de quem foi mais reivindicativo… Mas essas patetices interessam a quem? Não a nós, certamente, que nos esmiframos no terreno. Sei que muito do ECD se deve aos sindicatos, sei que têm ajudado muitos colegas. Mas o que vos escrevo é o sentimento de todos os docentes que conheço. Leiam as cartas nos jornais, leiam as mensagens nos fóruns, estejam atentos aos blogs.
Seria bom que nos mostrassem que não é assim. Greves prolongadas, às aulas, às avaliações, às horas de componente não lectiva, sei lá, vocês é que têm os juristas, mas proponham qualquer coisa com impacto na opinião pública. Preferencialmente, acompanhado de um esclarecimento aos pais e encarregados de educação, com um convite ao senhor da CONFAP ou qualquer outro para durante um mês acompanhar como uma sombra o dia a dia de um professor do básico. Embora fosse um sacrifício acrescido, o convite poderia ser extensivo à ministra e ao secretário de estado.
Não dá mais, meus senhores. A descaracterização da nossa profissão entrou num caminho sem retorno. Os enxovalhos são múltiplos e de todos os lados. Nem os enumero, nem me refiro às consequências para a educação deste país. Isso têm feito, e bem, os senhores. Apenas apelo à acção. Urgente.
Obrigada.

Embor colocado aqui por mim, este texto pertence ao seguinte autor: Flor do Azedume

terça-feira, outubro 18, 2005

O Sr Presidente....

Mas o mais curioso não foi nem os professores vestidos de negro, nem a ministra a fazer de conta que não sabia responder aos jornalistas, com a sua carantonha de meter medo às cirancinhas....
O que foi mesmo curioso foi ver o Sr Presidente do Conselho Executivo, por um lado a fazer de mestre de crimónias, por outro a ameaçar as criancinhas que até estavam fora do recinto escolar....

Os eunucos devoram-se a si mesmos
.................................
Não matam os tiranos, pedem mais!
VAMOS À MANIFESTAÇÃO
É urgente obrigar o ME a mudar de atitude. É urgente dizer ao ME que num estado democrático a negociação das condições de trabalho é um direito. É urgente obrigar o ME a entender que a participação negociada dos professores e educadores é indispensável para a melhoria da nossa escola.
É inevitável dizer ao ME e ao Governo que as alterações que nos foram impostas – no que respeita à aposentação, ao tempo de serviço, à “estrutura dos horários – não merecem o nosso acordo e que contra elas nos continuaremos a bater.
É urgente dizer publicamente que a imagem dos professores e educadores que o ME e o Governo têm construído junto da opinião pública é uma imagem falsa, deturpada, caluniosa que em nada contribui para a melhoria da nossa Escola.
Vamos dizer tudo isto e muito mais na MANIFESTAÇÃO de 20 de OUTUBRO.
Concentração de Professores e Educadores: 14h30 junto ao FÓRUM PICOAS.
TODOS NÃO SEREMOS DEMAIS
Juntar-nos-emos aos restantes trabalhadores da Administração Pública no Marquês de Pombal, de onde seguiremos para a Assembleia da República.

copiado do site do SPGL

quarta-feira, outubro 12, 2005

Os eunucos


















Os eunucos devoram-se a si mesmos
Não mudam de uniforme, são venais
E quando os mais são feitos em torresmos
Defendem os tiranos contra os pais

Em tudo são verdugos mais ou menos
No jardim dos harens os principais
E quando os mais são feitos em torresmos
Não matam os tiranos pedem mais

Suportam toda a dor na calmaria
Da olímpica visão dos samurais
Havia um dona a mais na satrapia
Mas foi lançado à cova dos chacais


Em vénias malabares à luz do dia
Lambuzam da saliva os maiorais
E quando os mais são feitos em fatias
Não matam os tiranos pedem mais

terça-feira, outubro 11, 2005


Quando os animais que metes num estábulo morrem uns atrás dos outros, não te debruces sobre eles à procura da cura do mal. Debruça-te sobre o estábulo e queima-o.
(Saint-Exupéry)

domingo, outubro 09, 2005

Sindicatos de carpideiras???

Parece que os sindicatos dos professores se transformaram num movimento de carpideiras, chorando após as reuniões com os representantes ministeriais e carpindo em cordões pelas ruas de Lisboa.
Quanto a luta concreta, nada.
E vai passando o tempo e a justa revolta de todos e de cada um vai se transformando em resignação.
Talvez seja isso mesmo que as velhas direcções cansadas, anquilosadas, desgatadas, já com alguns sintomas de Alzheimer, dos nossos sindicatos estejam à espera, para virem então dizer que não estão criadas as condições subjectivas para uma luta forte e eficaz e assim se furtarem ao combate. E terão então talvez razão, pois deixaram passar o tempo próprio em que tais condições existem.
Talvez seja tempo de dizer, parafraseando alguém: "inventem-se novos sindicatos!"
Sindicatos que sejam algo mais do que um grupinho de carpideiras de serviço.

quarta-feira, outubro 05, 2005

Pequenos deuses da pedagogia de papel

Imperturbáveis no seu limbo de retórica, eles vão criando as suas teorias de papel e de papéis. E chamam-lhes ciência, para que a si próprios se possam chamar cientistas, ignorando, porém, que a ciência não se faz de dogmas, e que a verdade, em ciência, é, por natureza transitória e sujeita a um permanente confronto com a realidade.
Depois vem os papeis-suporte das suas teorias de papel:, as grelhas, os organigramas; os pees,os paes,os pcts...e damos todos um profundo mergulho nestas águas turvas duma pseudociencia inventada, sentindo-nos afogados neste habitat poluído, que não é o nosso, mas do qual não possuímos as forças necessárias para fugir.
São os deuses da "pedagogia dos papéis", os que elaboram teses extraídas de papéis que geram elas próprias novos papeis donde nascerão novas teses de papel...continuando este processo interminavelmente, para auto satisfação e auto-justificação dos seus deuses criadores.
São eles também os donos dos centros de formação, onde pseudo formadores formados à pressão, papagueiam aquilo que ouviram dizer aos ditos deuses, sendo tanto melhores pseudoformadadores, quanto melhor souberem papaguear sem se enganarem, nem se rirem, do que papagueiam.
E no fim desta cadeia estás tu. Tu que tens a experiência do real, que só é valorizada, porém, se eventualmente se enquadrar no pensamento daqueles a quem é reconhecido o direito ao pensamento.
E questionas-te de porque se terá esquecido a troca de experiências do real preferindo-se, em vez desta, o esquematicismo dos formulários cheios de frases mas ocos de conteúdo utilmente aplicável, porque são feitos, não para que se apliquem, mas para que conste como prova do pedagogicamente correcto o simples acto de terem sido feitos.
E, entretanto, o tempo vai mostrando o engano dos deuses...quando o resultado obtido pela aplicação das teses dominantes não é o prometido...
Os deuses, então, culpam-te a ti, incompetente mortal, de teres aplicado mal as suas brilhantes doutrinas...enquanto, silenciosamente, as põem de parte, para inventarem outras novas, que estas sim, passarão a ser agora, o novo catecismo que te impingem!
E lá voltas tu a ter de fazer novo pee, pei, pii, poo, ptu, pll... e a PQosP a todos!
O dia da troca fatal, ou nem tanto...

Dr. Raul, Presidente do C. Executivo da EB23 da Quinta dos Negros, em Lisboa, chegou extenuado a casa, naquele dia. Mesmo assim, não tão extenuado, que não trocasse algumas ideias com a mulher, Dra. Ermelinda, também ela Presidente de Conselho Executivo, mas da EB 23 do Bairro Novo dos Betos, zona de moradias de luxo, também em Lisboa, antes do jantar.
É que tinham ambas as escolas acabado de aprovar os respectivos PEEs. Curioso comparem-nos, pois mais diferentes não poderiam ser, tanto quanto a problemas detectados como quanto a estratégias e metas.
Ermelinda fez notar a Raul que seria interessante melhorar o aspecto gráfico da folha de rosto do PEE da escola de Raul e, vendo o marido tão cansado, ofereceu-se ela própria para o fazer, o que ele aceitou.
No dia seguinte, Raul entregou a André, da secretaria, a disquete com o PEE já com a nova capa de rosto, para que a imprimisse, mandasse policopiar e distribuir pelos coordenadores dos diversos departamentos, pois que, com base nele deveriam, durante os próximos dias elaborar as actividades para o PAA da escola.
André assim fez e entregou 4 exemplares a Raul, para arquivo no próprio Conselho Executivo.
O tempo foi passando e na véspera da reunião do Conselho Pedagógico agendado para aprovação do PAA, Raul voltou a pegar no PEE, a fim de se preparar para a reunião.
Foi então que Raul se apercebeu do engano: o PEE distribuído, embora com a folha de rosto da escola dele, era afinal o PEE da Escola do Bairro Novo dos Betos!!!
Raul iniciou, no dia seguinte a reunião do CP com enorme perplexidade.
No entanto tudo decorreu normalmente, tendo todos os coordenadores entregue as propostas de actividades concordantes com os diversos pontos problemáticos e estratégicos do PEE...da escola da sua mulher....e a única referência oral feita por alguns coordenadores ao PEE, foram elogios referentes ao aspecto gráfico da folha de rosto do documento.
Ao longo desse ano, as actividades previstas forram decorrendo como programado e com enorme adesão por parte dos alunos e com muito bons resultados. De tal modo, que na última reunião desse ano do C.Pedagógico, o balanço feito relativamente às actividades do PAA, foi francamente positivo.
O Dr. Raul, formulou então uma importante tese que, ainda hoje é largamente analisada nas Escolas Superiores de Educação do nosso País e que, dado o seu enorme interesse, aqui se regista:
"A eficácia dum Projecto Educativo duma escola, é directamente proporcional à qualidade gráfica da sua capa de rosto, sendo tal eficácia independente das restantes variáveis do documento."