quarta-feira, junho 27, 2007

Para que serve a Vida do Homem e de cada homem e mulher, em concreto?
Para que estamos aqui?


Porque, na verdade, é esta a base que nos permite comprrender e avaliar a correcção ou incorrecção das decisões políticas que por aí se vão tomando, a cada dia que passa.

Qual o valor e objectivos da organização das sociedades humanas?

Para quê e com que metas se organizam?

Se a estas questões não se procurar dar uma respoata clara, é verdadeiramente imposível ajuizar do valor das políticas concretas e impossível, por exemplo, proceder a eleições conscientes dos nossos governantes.

Fazendo remake do pensamento religioso, os nossos governantes pretendem fazer-nos crer, não numa Vida paradisíaca após a morte, num qualquer paraíso extra-terreno, mas numa Vida de alta qualidade, não para nós, para gerações localizadas num qualquer futuro que há de vir.
Esses, sim serão felizes.
A nós compete-nos construir a futura felicidade deles.

E da mesma forma que, no pensamento religioso, o sofrimento terreno é a chave para a conquista do paraíso extra-terreno, os nossos governantes também nos querem fazer crer, que para alcançarmos o paraíso para as futuras gerações, a chave é o sofrimento das gerações presentes.

Foram precisos anos e anos de civilização para que os ideólogos da região católica viessem a admitir que o alcançar do paraíso celestial não é incompatível com o trabalho pela melhoria das condições de vida diárias cá na Terra. Noutras religiões ainda esta fase não foi assumida.

Entetanto, ao nível político, a tese dominante é que o paraíso social futuro é incompatível com o bem-estar actual.

E assim, de dia para dia, vão surgindo novas restrições sociais à nossa felicidade individual e colectiva, bem apregoadas e defendidas pelos opinion makers ao serviço dos interesses daqueles que, bem instalados nas esferas priveligiadas da sociedade, que, por desígnios de deuses ou do diabo, parecem sempre dispensados de dar a sua contribuição pela via do sofrimento presente, ao alcance dos paraísos futuros - esses mesmo que, entretanto, vão ditando as regras de sofrimento cumprir, mas sempre a cumprir pelos outros, que não por eles.

E é assim que nos aparece neste momento em Portugal ( e não só) a completa desregulamentação das condições do trabalho, como chave de ouro para futuros radiosos de esperança para os que hão de vir depois da nossa morte.
Porque senão, então para quê???

"Os limites de horários diários vão deixar de existir.

um trabalhador poderá, na prática, ficar 24 horas seguidas fora de casa, afecto à actividade da empresa.

A questão dos horários de trabalhos insere-se no domínio da flexibilidade interna, que, de acordo com o relatório ontem divulgado, será uma das prioridades na revisão do Código do Trabalho. O objectivo é dar mais liberdade à organização interna das empresas, de modo a que estas se possam adaptar melhor às exigências do mercado, garantindo a competitividade do País." - in Diário de Notícias, de hoje


E então um dia, quando o país for verdadeiramente competitivo, as futuras gerações irão finalmente usufruir.... do trabalho regulamentado e da felicidade terrena..... Digo eu...
Mas talvez esse nem sequer seja um objectico e o objectivo seja apenas a competitividade do país pela competitividade do país....

Garantias?
E para quando?
Pouco importa, é afinal uma questão de fé e pouco mais que isso.

Entretanto.... alguns poucos sentirão no imediato os benefícios destas novas regras. Exactamente aqueles que as ditam!

Mas isso não passa de coincidência.

Mas que importa, se a grande verdade ja foi repetidamente afirmada e reafirmada há alguns anos atrás:

ARBEIT MACHT FREI!!!

Façamos, pois, do nosso Mundo um imenso campo de concentração!

A bem....das gerações dum qualquer futuro num tempo indeterminado.

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