quinta-feira, julho 28, 2005

Alerta aos Pais e Encarregados de Educação

O próximo ano lectivo, que se está desde já a preparar, poderá vir a ser o pior ano lectivo neste País deste há muitos anos, caracterizando-se por uma perda significativa na qualidade de ensino.

E porquê?

Por causa do "burn out" dos professores.

Mas o que é o "burn out"?

Imagine que reúne em sua casa, durante um fim de semana, 5 colegas do seu filho com idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos. Durante esse fim de semana, você tem de organizar actividades para eles. Se já fez esta experiência, então sabe que, no final desse fim de semana você tem urgente necessidade de descansar. Se lhe dissessem, nessa altura, que teria de continuar mais dois ou três dias a tomar conta deste grupo de crianças, você entraria provavelmente em desespero!

Porquê?

Porque você teria atingido o seu limite de capacidade de lidar com a situação. Mais tempo e entraria em "burn out".

Em que se traduziria isso?

Você deixaria de ser capaz de continura a imaginar actividades agradáveis para o seu filho e os seus amigos; à mínima contrariedade de um deles você começaria provavelmente aos gritos, você estaria incapaz para lhes proporcionar qualquer forma de actividade útil ao seu crescimento intelectual, pois teria atingido o seu estado de "burn out".

Ora bem. Aqui começa o problema.

É que, simplesmente os tempos de descanso, longe dos alunos são absolutamente fundamentais para impedirem o "burn out" dos professores dos seus filhos.

Quando um professor inicia uma aula com os seus alunos, não é a mesma coisa se esse professor está "com bom estado de espírito" ou está desgastado.
Se o professor está desgastado, ele pura e simplesmente não vai conseguir motivar os alunos.
Se o professor chega à aula bem disposto, isso é meio caminho andado para que a aula "corra bem" e o seu filho se disponha a aprender com maior facilidadde!
Se costuma falar com o seu filho sobre a sua vida na escola, você sabe que isto é exactamente assim.

É por isso que as pausas entre as actividades lectivas, um número de horas reduzido quando comparado com o de outros trabalhadores, as pausas no Carnaval, no Natal, na Páscoa, não devem nem podem ser entendidos como privilégios., na medida em que estas pausas são indispensáveis para permitirem que os professores não vão para as aulas em estado de "burn out".

Acontece que o governo de Portugal não conhece os mecanismos pedagógicos do processo educativo.

Para a Ministra da Educação do nosso País, estar numa aula com 20 meninos à frente parece ser o mesmo que estar sentado a uma secretária com 20 processos a tratar num computador!

Só que o computador funciona do mesmo modo, quer você olhe para ele com um sorriso ou com má cara. Com os alunos isso já não sucede desse modo!!!

Ao ignorar este aspecto fundamental do trabalho dum professor, a Ministra da Educação de Portugal mostra a sua ignorância pedagógica(já que as únicas aulas que a Ministra conhece é as que deu a adultos na sua Faculdade) e mostra tão só querer poupar dinheiro!

É neste sentido que pretende impôr aos professores um ritmo e quantidade de trabalho que é incompatível com a manutenção do seu estado funcional adequado para leccionar.

Esta política não funciona não é, sequer pelo facto dos professores estarem contra ela.... Não funciona porque é geradora do "burn out" dos professores!!

Se esta política não for contrariada, Sr Encarregado de Educação, para o ano você irá ter o benefício de conseguir ter o seu educando mais tempo na escola, é certo, o problema é que ele vai lá estar mais tempo mas a aprender muito menos do que aprendia até aqui!!!

Vai aumentar a sua desmotivação em relação à própria escola e ao estudo.

Ao fim e ao cabo, vai estar mais tempo na escola a aprender com os maus colegas os maus comportamentos porque os professores não vão estar em condições nem de ensinar correctamente e muito menos de educar e corrigir comportamentos inadequados.

E é por isso que o alertamos para o facto do Governo lhe estar a tentar vender gato por lebre!

Com a aparência de que está a exigir mais dos professores para melhorar o ensino, na verdade o que o governo está a fazer é apenas a tentar poupar dinheiro à custa do desgaste dos professores e à custa da aprtendizagem escolar do seu educando!!!

Por isso, a aluta dos professore não é uma luta só pelos seus direitos adquiridos!

É fundamentalemente uma luta pela defesa da Educação, uma, luta pela melhoria do Sistema Educativo que lhe interessa antes de mais, a si!

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