Não há memória duma outra política tão conflitual como a destes dois anos, ao nível da educação.
Não há memória de tanta proposta de alteração ao nível do funcionamento das diversas estruturas do ensino, de tanta transformação e de tanta "inovação".
Não há memória de um outro mandato governamental ao âmbito do ensino, que tanta contestação, discussão, apoio, ânimos agitados, tenha levantado.
Estes factos, em si mesmos, não serão por si só nem bons nem maus. Embora seja lícito pemsar que a desestabilização de qualquer sistema, pelo menos no curto prazo, não é normalemnte benéfico para esse mesmo sistema. No entanto, poderá sê-lo a prazo, se de tal desestabilização vier a resultar um passo em frente no seu funcionamento e eficiência.
Mas, ao fim de dois anos de guerra, umas vezes mais fria outras mais quente, é mais do que lícito que se avaliem os resultados de tanta azáfama renovadora.
Há dados subjectivos, que por o serem não os tornam menos reais. Mas haverá, em breve, também, dados objectivos - os resultados da avaliação dos alunos.
Na verdade, desde há dois anos que estes alunos, que irão agora ser avaliados, passaram a ter regras diferentes para estudar: são as aulas de substituição, são os critérios alterados no que se refere ao Ensino Especial, são o não poderem estar no espaço escolar em tempos de pura confraternização e, em lugar dela, estarem obrigados a dirigirem-se para espaços escolares com bibliotecas, ludotecas ou a frequentar as já refridas aulas de substituição.
Passaram também, neste ano, a usufruir do Plano de Acção para a Matemática.
Entretanto, ao nível financeiro, embora tenha havido grande poupança c0m a reformulação do conceito de aula, ou seja passou a haver aulas lectivas que se pagam aos professores e aulas não lectivas (?) que não se pagam, a verdade é que também houve gastos importantes ao nível da distribuição de computadores portáteis pelas escolas, para uso de alguns professores e de alguns alunos nalgumas disciplinas, o que, sem dúvida terá representado um gasto financeiro significativo e, no âmbito do já referido PAM, muito dinheiro foi atribuido também na aquisição de equipamento diverso.
Alguns dados subjectivos estão aí e são bem reais e bem conhecidos, para quem não se quiser esconder atrás do politicamente correcto, até porque são transversais a todos os professores e a todos os alunos, independentemente da sua simpatia partidária : os professores estão mais desmotivados, em, termos de carreira e de prática lectiva diária; estão mais cansados e com menos tempo real para preparação das suas aulas; os alunos deitam as aulas de substituição pelos olhos, e sentem a falta de tempos livres na escola para simples confraternização.
Mas.
Pouco importa tudo isto se, de facto, estes dados subjectivos forem a contrapartida para uma maior eficácia do sistema de ensino.
E essa maior eficácia deverá obrigatoriamente reflectir-se, agora, nos resultados da avaliação.
Porque, se assim não acontecer, se no final deste ano lectivo o insucesso não se evidenciar como significativamente diminuido, tanta confusão e desestabilização terão servido só
e apenas para satisfação do ego pessoal da Srª Ministra.
O que, para tanta confusão gerada
é muito pouco!
terça-feira, maio 08, 2007
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1 comentário:
Como a Sra. ministra precisa de apresentar resultados, vai, com toda a certeza, certificar-se de que os exames terão um grau de dificuldade bastante mais reduzido. Já não se pode acreditar em nada ! As eleições são só em 2009? Apre, como o tempo passa devagar!
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