terça-feira, janeiro 30, 2007

Jornalistas?

A carta da Professora Dalila e a razão da sua escrita, impõe uma reflexão mais alargada sobre o jornalismo e o papel de determinados jornalistas na implementação de objectivos políticos governamentais.
Qual a razão que leva a que um jornalista seja chamado e lhe seja reconhecido o direito a opinar?
Porquê um jornalista? Porque não um médico, um agricultor ou outro indivíduo de qualquer outra profissão?
A resposta é evidente: pretende-se fazer crer que, sendo um jormalista a emitir a sua opinião pessoal(?), essa opinião se reveste de "independência jornalística" (vá-se lá saber o que isso significa).

Trata-se, pois, de um embuste total, do ponto de vista da democracia: o jornalista ao dar a sua opinião não é mais independente ou rigoroso que qualquer outro cidadão, nem a sua opinião se pode dizer ser mais digna de consideração por razões da profissão que exerce.

Simultaneamente, o cidadão, que por ser jornalista, se arroga o direito de julgar que a sua opinião pessoal é mais relevante do que a dos outros cidadãos, está a usar o abusivamente o seu estatuto profissional e eventualmente a prostiuir-se ao serviço de quem lhe paga o discurso. Pois. Porque lhe pagam o discurso!

Infelizmente continua a haver quem pense que para se viver em democracia é necessário fazer que as pessoas pensem o que o poder maioritário quer que elas pensem.
É neste contexto que continuamos a ver proliferarem por aí os "opinion makers".
Mas todos os opinion makers com assento regular nos orgãos de comunicação social, são sempre e só provenientes da esfera maioritária no poder. O dito bloco central. Ou, dito duma forma mais acertada, da esfera da social-democracia, constituida pelo PSD e pelo PS em Portugal.

Por isso aí estão Rebelo de Sousa e Vitorino, com lugares cativos nas horas nobres da TV.

Porque diabo não terão as outras áreas do pensamento político português também o seu direito a ter, em horários nobres das TVs, os seus lugares cativos?

Porque o poder quer controlar o que as pessoas pensam e como pensam sobre os diversos assuntos. Por isso é o poder que escolhe os opinion makers de serviço.
Claro que não os escolhe directamente ele próprio....
O Poder tem quem os escolha por ele e para bem dele.

E o mais delicioso no meio disto tudo, é existirem por aí uns senhores que acham que são Alta Autoridade para a Comunicação Social....

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