terça-feira, agosto 02, 2005

Populismo chuchialista?

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou ontem que o diploma que altera as regras de acumulação de funções dos professores, baixando de dez para seis e quatro os limites de horas semanais autorizadas, vai originar três mil empregos. "O primeiro objectivo é criar novas oportunidades de emprego dos diplomados e candidatos à profissão de professor", disse à Lusa.~- in Publico

E esta medida foi elogiada por pais e sindicatos.

Mas expliquem-me lá, que eu sou um pouco lerdinho de pensamento:

Porquê de 10 para 6 e 4 e não para 5 e 3? Ou para 3 e 2? Ou para 7 e 5?

E porque não para zero?

Porque, na verdade, se o grande objectivo é o combate ao desemprego, seria mais lógico pura e simplesmente acabar com a possibilidade de acumulações, ou estarei enganado?

Quem me explica a razão destes 6 e 4?

Ah e já agora, quem não acumula nada, face aos que acumulam, irá ter direito ao subsídio de exclusividade?

Ou, dadas as dificuldades orçamentais, também os médicos deixarão de ter tal subsídio?

Quais os estudos e (conclusões desses estudos) que foram feitos relativamente à aplicação desta brilhante medida?

Ora aqui está um exemplo perfeito duma medida populista, não fundamentada, atirada para o ar só para deitar poeira nos olhos do povinho.

Afinal, o populismo não é exclusividade do Santana Lopes, pois não?

1 comentário:

Anónimo disse...

«Ah e já agora, quem não acumula nada, face aos que acumulam, irá ter direito ao subsídio de exclusividade?»
Os docentes do superior têm isso!
Mas de qualquer maneira, acho que deviam acabar as acumulações para todas as profissões (profs, médicos, etc)

A razão de ser de uma "meia-medida" é o lobby das privadas, que vive à custa do trabalho por acumulação de profs do ensino público. Se houvesse uma redução para zero (como seria justo, aliás) isso obrigaria os colégios privados a contratar a tempo integral os docentes, logo isso seria mais favorável para os profs e para a sua qualidade de desempenho, mas iria trazer-lhes um potencial reivindicativo que os privados temem.