sexta-feira, junho 30, 2006

Salazar elogia governo de Sócrates
«Obra de reintegração e de reeducação, obra em que muito há a salvar do que se perdia e muito a construir e a inovar, é forçoso a cada passo cotejar os princípios e a aplicação, as instituições e os resultados, os sacrifícios e as vantagens, as reacções individuais ou colectivas perante as reformas que violentam os hábitos e os egoísmos»
-António de Oliveira Salazar

quinta-feira, junho 29, 2006

A nossa Maria merece....

texto de autor desconhecido:
"De acordo com o Correio da Manhã, Maria Monteiro, que é filha do antigo ministro António Monteiro e que actualmente ocupa o cargo de adjunta do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, vai para a embaixada.
Para que a mudança fosse possível, José Sócrates e o ministro das Finanças descongelaram a título excepcional uma contratação de pessoal especializado.
Contactado pelo jornal, o porta-voz Carneiro Jacinto explicou que a contratação de Maria Monteiro já tinha sido decidida antes do anúncio da>redução para metade dos conselheiros e adidos das embaixadas.´
As medidas de contenção avançadas pelo actual governo, nomeadamente o congelamento das progressões na função pública, começam a dar frutos.
Os sacrifícios pedidos aos portugueses permitem assegurar a carreira desta jovem de 28 anos que, apesar da idade, já conseguiu, por mérito próprio e com uma carreira construída a pulso, atingir um nível de rendimento mensal superior a 9000 euros.
É desta forma que se cala a boca a muita gente que não acredita nas potencialidades do nosso país, os zangados da vida que só sabem criticar a juventude, ponham os olhos nesta miúda.
A título de curiosidade, o salário mensal da nossa nova adida de imprensa da embaixada de Londres daria para pagar as progressões de 193 técnicos superiores de 2ª classe, de 290 Técnicos de 2ª classe ou de 290 Assistentes Administrativos.
O mesmo salário daria para pagar os salários de, respectivamente, 7, 10 e 14 jovens como a Maria, das categorias acima mencionadas, que poderiam muito bem despedir-se, por força de imperativos orçamentais.´
Estes jovens sem berço, que ao contrário da Maria tiveram que submeter-se a concurso, também ao contrário da Maria já estão habituados a ganhar pouco e devem habituar-se a ser competitivos.
A nossa Maria merece.

Calendário escolar do próximo ano

PERÍODOS


INÍCIO
TERMO



Entre 11 e 15 de Setembro.
(As aulas depois de iniciadas não podem ser interrompidas.)


15 de Dezembro.




3 de Janeiro
23 de Março.



10 de Abril

A partir a de 8 de Junho, para os 9.º, 11º e 12.º anos, e de 22 de Junho, para os restantes anos de escolaridade.


INTERRUPÇÕES

DATAS



De 18 de Dezembro a 2 de Janeiro.


De 19 a 21 de Fevereiro.


De 26 de Março a 9 de Abril.

quarta-feira, junho 28, 2006

Encerramento incompleto do tubo neural

Algumas substâncias têm efeitos teratogénicos.
Durante o processo de embriogénese, provavelmente devido a contacto materno com tais substâncias, existem casos em que a formação do sistema nervoso central é perturbado e em que a ectoderme não concretiza por completo o encerramento do tubo neural, que, deste modo, não fica totalmente isolado do meio externo, ficando em contacto, em alguns casos, com o próprio lúmen intestinal, também incompletamente isolado do restante celoma.
Existe pois, nestas situações, uma comunicação anómala entre o lúmen intestinal e o líquido cefalo-raquidiano.
Curiosamente e inexplicavelmente, nestes casos, precocemente se desenvolvem defesas específicas nestes indivíduos que lhes permitem chegar à idade adulta com um desenvolvimento aparentemente normal, conseguindo combater eficazmente as bactérias e outros microorganismos fecais sem que este venham a afectar os seus sistemas nervosos.
Habitualmente esta doença apenas é diagnosticada em exames post mortem ou ainda, quando por qualquer outro motivo, se procede a um exame de ressonância magnética ao SNC.
Na prática, suspeita-se que um indivíduo poderá padecer desta doença ao constatar-se que só tem ideias de merda e surtos agudos de diarreia cerebral.

Poderá ELA estar afecada??? Digo, afectada.

Candidaturas


Estão abertas as candidaturas para lacaio da ministra.
Candidatos podem consultar as regras de candidatura em:

http://www.drel.min-edu.pt/upload/docs/AnúncioCP-CEIJunho06.pdf
19 horas.

Toca o telefone.

A professora atende.

É um telefonema do Conselho Executivo.

A professora é informada que se deve dirigir à escola de imediato.

A professora vai.

É lhe dada a ordem para limpar as mesas da sala onde tinha dado aulas porque ficaram sujas.

E ela limpa.

E regressa a casa.

Pedido de informações

Contaram-me por aí, da existência, na Escola Padre Alberto Neto dum ser abjecto, mal encarado e fascista, que julga ser dono de tudo e de todos e que necessita ser publicamente desmascarado e conhecido.
Por isso, a quem souber de factos sobre tal execrável criatura, solicita-se que aqui os divulgue para conhecimento de todos.

terça-feira, junho 27, 2006

A BANDA LARGA DUM GOVERNO ESTREITO

Se estás de esperanças mas a maternidade fechou, VAI PARIR COM A BANDA LARGA!

Se a escola fechou e o teu menino teria de ir estudar para longe, MANDA-O PELA BANDA LARGA!

Despediram-te, não tens trabalho? TRABALHA NA BANDA LARGA!

Em casa chove, o tecto está a caír? COBRE-TE COM A BANDA LARGA!

O dinheiro não chega para comprares comida? COME A BANDA LARGA!

Dói-te o dente, mas o teu centro de saúde não tem odontologista? ARRANCA O DENTE COM A BANDA LARGA!

A reforma é pouca e o dinheiro não chega, PAGA COM A BANDA LARGA!

E por fim, quando estiveres morto, descansa em paz ENVOLTO NA BANDA LARGA!

Sê agradecido, portanto. O teu governo pensa em ti. Faz tudo por ti!
ATÉ TE DEU A BANDA LARGA!!!!!

sábado, junho 24, 2006

A Coitadinha


Com os seus pézinhos fracos e perninhas frágeis, desloca-se tropegamente inspirando receios de que se parta.
Senta-se quietinha, de sorriso fácil, olhando timidamente a assistência, que a observa num misto de curiosidade e comiseração, de tão frágil que aparenta ser.

E depois fala baixinho....Serenamente. Insidiosamente.

Mas a língua, bífida, forte, viperina e traiçoeira; e o discurso, pensado, preparado, meticulosamente estudado, mostra que a fragilidade está só na aparência.
Tal qual um réptil, avança rastejando as palavras num tom suave, para que o efeito seja mais penoso. Seraficamente dispara as frases com que destrói pessoas e sistemas, mas fá-lo de modo tão sub-reptício (não estivéssemos nós a falar dum réptil...) de forma a que apenas as vitimas se apercebam da agressão.

Aos outros até parece afável e cordial.

Após função cumprida de novo se retira trôpega, cambaleante: patética imagem de mulher sem nome.
Revolução Cultural? Maoismo?

Fazendo emergir o que há de pior em todos nós, este governo começou o seu mandato por pôr todos contra os farmaceuticos; a seguir pôs todos (incluindo os farmaceuticos) contra os juízes; a seguir pôs todos, (incluindo os famaceuticos e os juízes), contra os funcionários públicos; a seguir põe todos, (incluindo os farmaceuticos, os juízes e os funcionários públicos) contra os professores e a seguir se verá quem será o alvo desta vez dos farmacêuticos, dos juizes, dos funcionários públicos e dos professores....talvez os médicos ou os polícias?
Ficam de fora os jornalistas, porque são eles o veículo do processo...Por enquanto são intocáveis.
Faz emergir de cada um a sua invejazinha escondida, a sua revolta irracional, para levar a cabo a sua política de poupar dinheiro para benefício das empresas que tem por fim servir e obedecer.
Mas será que ainda não perceberam a estratégia?

É maoismo no seu pior, nos momentos tenebrosos da revolução cultural.

quinta-feira, junho 22, 2006

Mas afinal...

PESO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS NA POPULAÇÃO ACTIVA>> *( Dados de 2004)*
*Suécia ..... 33,3%
*Dinamarca .....30,4%
*Bélgica ..... 28,8%
*Reino Unido .....27,4%
*Finlândia .....26,4%*
*Holanda ..... 25,9%
*França ..... 24,6%
*Alemanha ..... 24%
*Hungria ..... 22,4%
*Eslováquia .....21,4%
*Áustria ..... 20,9%
*Grécia ..... 20,6%
*Irlanda ..... 20,6%
*Polónia ..... 19,8%
*Itália ..... 19,2%
*República Checa .....19,2%
*PORTUGAL ..... 17,9%
*Espanha ..... 17,2%
*Luxemburgo ..... 16%
*Fonte EUROSTAT publicado no Correio da Manhã*

quarta-feira, junho 21, 2006

Acaso ou necessidade?

Exercício de futurologia

Preparem-se os colegas professores de Língua portuguesa!!!

O inesperado grau de elevada dificuldade do exame de hoje do 9º ano que certamente resultará num número bastante elevado de "negativas", não é con certeza um acaso, mas antes uma necessidade!
A srª Ministra precisa destes maus resultados para poder lançar um novo e furioso ataque, voltado desta vez contra os professores de Língua Portuguesa!
Se repararem bem a orquestração já começou nos media, com os "fazedores de opinião" de serviço a "botarem faladura" sobre a matéria.
É uma questão de dias. Preparem-se pois!!!
E, mais uma vez, quem vai ser responsabilizado pelo facto dos alunos lerem poucas obras literárias, não vai ser a Drª Ana Benavente e companhia...vão ser mais uma vez os que estão no terreno a cumprir as ordens....

Quando a realidade ultrpassa o pesadelo...

Entrevista real da ministra-BEM PIOR QUE A VIRTUAL!!!

Algumas partes da entrevista de hoje na Rádio, da ministra, comentados:

A -Relativamente à mais recente novidade educacional dos pais avaliarem os docentes, a ministra refere que a avaliação - a qual não sabe como será feita - vai ter um peso mínimo na nota final.
Assim se confirma o post deste blog "os fantoches da ministra"

B -O descontentamento dos professores contra o Ministério da Educação é grande e Maria Lurdes Rodrigues, depois do episódio em que a Fenprof pediu a sua demissão, disse ao "Diga Lá Excelência" que "nunca culpou e que nunca acusou os professores de nada" e que "houve uma leitura errada" das suas declarações na Maia.
Estranho como tanta gente ao mesmo tempo consegue fazer leituras erradas...

C- Para Maria de Lurdes Rodrigues, o problema não é a questão da motivação dos professores. "É um problema, de facto, mas não é um problema do país. O problema do país é os resultados, são os milhares de alunos que passam pela escola e não a concluem, seja no básico, seja no secundário".
A ministra, porque não sabe o que é ser professor no básico e secundário, porque não tem a mínima ideia do que é dar aulas neste níveis de ensino, não consegue compreender a importância da motivação dos professores para o sucesso escolar dos alunos! É simplesmente lamentável que esta Srª possa ser Ministra da Educação...

D-"Os professores não deviam estar a ser parte do problema, deviam estar a ser parte da solução"
O que não devia ser parte do problema mas sim parte da solução é a ministra. Pois é a ministra que rejeita e afronta os professores impedindo-os de serem parte da solução!!!

E-O insucesso à disciplina de matemática é dos maiores no ensino e uma das soluções apresentadas pela ministra da Educação, é que a partir do próximo ano lectivo, as escolas vão puder contratar directamente professores de matemática sem recorrerem ao ministério
Curiosamente o documeto enviado às escolas pelo ministério referente a esta matéria diz expressamente que os recursos humanos disponíveis que as escolas podem usar são os existentes nas escolas do agrupamento e em nenhum ponto do referido documento se prevê a hipótese de tais contratações directas!!! Será que, para além de tudo o resto a Ministra é também mentirosa? Ou houve esquecimento ao elaborar o referido documento? E que esquecimento!!!

Pena que os jornmalistas entrevistadores não tentem sequer conhecer a realidade do verdadeiro estatuto que se apresenta aos professores e dele só questionem a ministra sobre aquilo que porventura é mesmo o menos importante, a questão da pseudo-participação dos pais na avaliação. Mas para questionar a ministra sobre tudo o resto que constitui a proposta de estatuto da carreira docente era preciso ter feito bem o Trabalho de Casa.... e como se sabe, a ministra descobriu que os TPCs fazem stress...portanto, parecem estar assim os srs. jornalistas justificados....
Violência na escola
O vídeo que o ministério da educação
não gostou de ver...

Pode ser revisto em:
mms://195.245.176.20/rtpfiles/videos/ocas/
violencianasescolas20060530.wmv
"Nos momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento" (Albert Einstein)

Bem...conhecemos esta ministra...
Imaginemos, pois, uma outra!

terça-feira, junho 20, 2006

Os fantoches da ministra

Com o objectivo estrito de poupar dinheiro aos cofres do estado, a Sr.ª Ministra elaborou uma proposta de novo estatuto da carreira docente em agrava substancialmente as condições de trabalho dos professores, e em que prejudica, por essa via, o rendimento docente e consequentemente o rendimento do processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Mas, como consegue poupar imenso dinheiro, ela acha que vale a pena.

Apenas um pequeno problema. Como fazer aprovar tal estatuto? Como derrotar, à nascença,a resistência e revolta dos professores?

Aqui entram os “fantoches” da ministra.

Tratando os pais e Encarregados de Educação deste país como meros fantoches ao seu serviço, a Sr.ª Ministra nem se deu ao trabalho de lhes perguntar quais os aspectos que a eles, os Pais (representados pelas Associações de Pais, para este efeito) mais lhes interessaria verem alterados. Não. Ela decidiu que o que lhes interessava mais do que tudo eram aulas de substituição, os prolongamentos no 1º ciclo e….avaliarem os professores.
E assim, tratados como meros fantoches, e acenando-lhes com tão apetecíveis iscos, a Dr.ª Ministra entendeu que os tinha ganho para travar com ela a sua batalha contra a carreira docente, tal como a conhecemos.
Neste contexto, ganhou uma relevância surpreendente a avaliação dos professores pelos pais, como se fosse esta a mais importante alteração do estatuto. Na verdade, é provavelmente uma alteração menor e, sem dúvida, a menos relevante.

Porquê então, começar por divulgar esta alteração e não qualquer uma das outras de muito maior importância?

Para manipular os pais e apenas para isso.

Tenta a ministra convencer os pais que passarão agora a ter um papel determinante na definição da educação dos seus filhos…pelo facto de poderem “avaliar” os professores…
Mas, entretanto vai decidindo sobre tudo o que verdadeiramente interessa aos pais, sem os ouvir...regras sobre avaliação, horários escolares, apoio aos NEEs, etc etc.

E os pais, convertidos em fantoches da ministra deverão regozijar-se com tamanha revolução nas escolas e que consiste em….avaliarem os professores.
Mas, mesmo assim, a ministra, lá vai dizendo, para quem a sabe ouvir, que a sua proposta é de uma participação minimalista dos pais na referida avaliação…ou seja….a avaliação dos pais não vai servir rigorosamente para nada porque só tinha mesmo por objectivo servir para os manipular colocando-os do lado da ministra na sua guerra que esta decidiu travar contra a classe docente.

Triste guerra essa, em que um dos supostos aliados vai ser a principal vítima da contenda, pois as consequências globais das alterações propostas ao estatuto traduzem-se na construção duma carreira docente desinteressante, não apelativa, relativamente à qual só se interessará quem não for mesmo capaz de se interessar por mais nada, transformando-se assim a classe docente no último reduto de colocação para os formados de pior qualidade saídos do ensino superior, degrandando-se ainda mais a qualidade de ensino nas escola!

Só que há uma coisa que a Srª Ministra ainda não percebeu: é que pais e professores têm uma meta em comum, a educação das crianças. Quem tem por meta poupar dinheiro aos cofres do estado, é a ministra, não são os pais nem os professores.

E portanto, mesmo que conjunturalmente possa ter conseguido fazer dos pais fantoches, a médio prazo tudo ficará claro e a unidade far-se-á, por certo entre aqueles que têm objectivos comuns, ou seja, entre os pais e professores que saberão deitar a Srª Ministra no caixote do lixo da história do sistema educativo português.
Ser professor em Portugal

Segue o link:
>http://www.geocities.com/jcndz/SERPROFESSOREMPORTUGAL.ppS
De acordo com um vice-presidente da bancada do PS, que solicitou o anonimato, na reunião de hoje da direcção parlamentar, o anúncio da nova lei das finanças locais pelo ministro de Estado e da Administração Interna, António Costa, foi considerado «um incidente» e «deixou um grande mal estar».
Segundo o mesmo vice-presidente, nenhum dos dirigentes da bancada do PS, nem sequer o líder parlamentar, Alberto Martins, tinha conhecimento do diploma, o que motivou «comentários de desagrado» na reunião do grupo, sobretudo porque «não é a primeira vez» que este é surpreendido por medidas do Governo.
Os deputados socialistas souberam da reforma da Segurança Social também pela comunicação social, o que levou o primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, a justificar-se, numa reunião com o grupo parlamentar, em Maio, afirmando terem sido necessárias «explicações técnicas» antecipadas aos jornalistas.
- in edicão de hoje do diário digital
Mal estar? Desagrado? Incidente?
Mas quem diabo julgam eles que são?
Estão lá é para votar como Sócrates lhes manda, mais nada!
Foi para isso que o PS os pôs lá!
Ora não querem lá ver estes parolos a brincar à democracia?
Façam mas é como o Manuel Alegre que quando fala é para criticar Cavaco Silva!

domingo, junho 18, 2006


MILU NEW LOOK

Porque assim já vão gostar mais de mim!


Entrevista a Milu (cont)

Continuação da entrevista virtual a Maria de Lurdes Rodrigues

E- SRª Ministra, explique-nos um pouco melhor o seu entendimento sobre a escola a tempo pleno.

MLR- Bem, a escola existe para servir a sociedade. Não é a sociedade que existe para servir a escola. Estamos num momento em que se desenvolve um processo de flexibilização dos horários nas empresas. Estas medidas, que têm que ver com a criação de melhores condições e mais fortes atractivos para que o investimento tanto estrangeiro como nacional se faça e contribua para o desenvolvimento do país, leva a que os pais estejam menos livres para estarem com os seus filhos. Precisam pois, de estruturas que guardem os filhos enquanto trabalham.
O Governo socialista, a que pertenço, honra-se de tudo fazer para tornar o nosso País mais aprazível para as empresas se fixarem cá e aqui criarem riqueza.
Não pode a escola ficar alheia a este processo, antes pelo contrário!
A escola, ela também, deve contribuir para o desenvolvimento empresarial e, desde logo, facilitando espaços de guarda às crianças, que dada a flexibilização dos horários dos Pais, necessitam de local onde possam estar vigiadas e acompanhadas. É neste enquadramento que devemos entender o prolongamento escolar no 1º ciclo, e sublinho, para já ainda só no 1º ciclo.

E- Mesmo que não seja a aprender?

MLR- Essa é uma falsa questão. O importante é que estejam protegidas e seguras. Os tempos de aprendizagem são os tempos lectivos.

E- E não entende que esse aumento de tempo na escola corresponde a uma diminuição do tempo familiar, tão importante para o desenvolvimento socio-afectivo das crianças?

MLR – Sabe que a opinião pública foi inundada de noções pseudo-teóricas como as que acaba de referir. É o que agora vulgarmente é designado e com algum sentido de humor pelo “eduquês”. Sem dúvida que as crianças e as famílias saberão encontrar respostas às novas exigências que a sociedade empresarial e globalizada em que vivemos lhes apresenta, mas precisa de um apoio de retaguarda – a escola a tempo pleno. Mais importante que essas teorias do “eduquês” não fundamentadas é com certeza o desenvolvimento empresarial do nosso País.

E- Srª Ministra, há quem diga que Vª Exª é uma espécie de “testa de ferro” da sua equipa no ministério, cujas políticas são definidas não por si mas pelos seus colaboradores. Que tipo de relacionamento tem com os seus Secretários de Estado?

MLR – A ministra tem sempre de dar a cara pelas políticas que aprova. É uma questão de princípio a que não fujo, portanto, se se entender que isso é ser “testa de ferro”…. Entretanto é claro que que o meu conhecimento do Sistema de Ensino conta com a minha experiência de professora, mas como sabe, no Ensino Superior, sendo natural, portanto, que os meus colaboradores tenham um papel fundamental no delinear das medidas concretas que se adoptam a nível do básico e do secundário.

E- Mas não lhe parece estranho haver convites directos do Sr 1º Ministro dirigidos ao seu Secretário de Estado Valter Lemos para inagurações de espaços educativos?

MLR – Como sabe, mesmo em política, as relações de amizade têm sempre o seu lugar. Portanto não me parece estranha essa situação, tendo em conta o relacionamento passado entre o Sr Primeiro Ministro e o Dr Valter Lemos. Não direi que é uma situação especialmente agradável para a Ministra, mas compreendo essa situação.

E - Voltando ao ECD. Não lhe parece que a situação de um professor deslocado das famílias, da mulher, dos filhos, por um período no mínimo de 3 anos pode ser extremamente desmotivadora para esse professor e também causar danos por um lçado, nas suas relações familiares, por outro na sua dedicação às aulas e aos alunos, podendo mesmo conduzir ao aumento do absentismo desse professor?

MLR- A estabilidade das escolas é um valor em si que transcende os problemas individuais de cada professor. Mas, de qualquer forma, nós vivemos na era das comunicações. Estar hoje a 100 ou mesmo a 200 km das famílias não é o mesmo que era há algumas décadas atrás. Todas as escolas possuem já internet e webcams. Portanto, esses professores afastados geograficamente tem todos os meios para se reunirem às famílias usando as novas tecnologias. Falam-se, vêem-se, estão em contacto. Poderão até fazer sexo virtual com os maridos ou esposas!!!
Isto para lhe dizer que não me parece que essa questão deva ser equacionada desse modo.
Relativamente ao absentismo, o novo ECD irá por certo fazer como que o professor pense duas vezes antes de faltar a uma aula para ir "mandriar" para casa. Verá que ele saberá optar pelas novas tecnologias!

Não perca as cenas dos próximos capítulos da entrevista virtual a Maria de Lurdes Rodrigues!!!
O Titanic
São José Almeida
A ministra que tão enérgica se revela no ataque aos professores não tem uma palavra a dizer sobre o verdadeiro Titanic da educação em Portugal: o ministério que tutela
O que faz correr a ministra da Educação? Há mais de um ano que anuncia e pratica medidas que, garante, são para melhorar o ensino. Mas o que resulta de mais de um ano de choque é o ataque à escola pública e a humilhação da dignidade profissional dos professores. Certamente o ensino português tem problemas. E, se a democratização social plena do ensino, após o 25 de Abril, a sua assunção universal e gratuita, foi um sucesso, é uma realidade que a qualidade do ensino ministrado levanta dúvidas. Só que a estratégia adoptada por Maria de Lurdes Rodrigues deixa muito a desejar quanto aos objectivos. É que, para além de avançar com a ideia catastrofista sobre o estado do ensino público, Maria de Lurdes Rodrigues não prova essa desgraça, não fundamenta as suas afirmações com a divulgação de estudos que demonstrem o que diz. Apenas participa numa espécie de campanha de opinião na qual transparece uma imagem negra do ensino público. (Será que nas escolas privadas a qualidade do ensino é assim tão melhor mesmo?) Campanha que surge em simultâneo com a multiplicação de vozes a defender a liberalização do ensino. Quando já não é só Paulo Portas a defender propostas como o cheque-ensino (medida que o seu paladino, George W. Bush, já teve de abondonar nos EUA), quando o PSD aderiu à defesa do fim da universalidade do ensino público obrigatório e gratuito inscrita na Constituição, quando a partilha do espaço da escola pública com o privado é defendida por figuras tutelares no PS, no que toca ao sector da educação, como Marçal Grilo, a questão coloca-se: será que, com este cenário de fundo, o objectivo de Maria de Lurdes Rodrigues é mesmo a optimização da escola pública? E, sendo esse o objectivo da ministra, será que a estratégia que adoptou cumpre essa finalidade ou antes ajuda, ainda que involuntariamente, a destruir perante a sociedade a imagem da escola, criando o clima que leva a população a considerar que, embora tenha que pagar, é preferível uma escola privada, em que não haja a turbulência que se gerou na escola pública? Por outro lado, há toda uma lógica de acção que deixa muito a desejar, como, por exemplo, o facto de, na entrevista que deu ao PÚBLICO e à Renascença, ter apresentado a questão do insucesso escolar e os dados em relação ao investimento do Estado, às realizações e meios do Ministério da Educação e aos resultados do aproveitamento final, como quem fala dos resultados de uma empresa. Isto, quando já é entregue a parcerias com privados o ensino da Música, do Inglês, do Desporto e da Expressão Dramática, que passaram a matérias extracurriculares. Para mais, quando o ensino movimenta quantias importantes, não se pode ignorar como a sua privatização é apetecível para os investidores privados. É básico que para a escola funcionar é preciso professores e é preciso professores que sejam, como sempre foram, uma imagem de autoridade para os alunos. Além dos pais e muitas vezes sozinhos os professores garantem a formação cívica e social dos alunos, são a imagem da autoridade, a referência do que é o comportamento socialmente aceitável. Ora, se a ministra leva mais de um ano apostada em destruir esta imagem, como poderá a escola funcionar? E a questão é que, mesmo que Maria de Lurdes Rodrigues ache que não é isto que está a fazer, o resultado prático na escola do que tem sido o bombardeamento à dignidade profissional dos professores é só um: a sua desmoralização. E nem é preciso chegar a extremos, como a ideia absurda de pôr os pais a avaliar os alunos, que já causou, em algumas escolas, a situação de alunos ameaçarem professores de que os seus pais os vão chumbar. Já agora, refira-se que a actuação das aristocracias sindicais nada ajuda a dignificar a classe dos professores. A solução não é dizer que está tudo bem. Não está. Muito há a melhorar. Mas não é intelectualmente honesto responsabilizar em primeiro lugar a classe docente pelos problemas do ensino. As causas são múltiplas e de vária ordem. Desde a questão social à heterogeneidade na sala de aula, passando pelas diferenças de aprendizagem, de acordo com o género, assuntos que em Portugal continuam por estudar. Também não há que negar que há maus professores, desleixados, que se estão nas tintas e que até ludibriam o Estado. Como em todas as profissões, há maus profissionais e até vigaristas. Mas assumir como adversário uma classe profissional, sem a qual não há escola, parece no mínimo absurdo. É que, além de declarações gratuitas sobre os maus professores, Maria de Lurdes Rodrigues tem tido toda uma acção dirigida contra os professores, chegando ao ponto de o novo Estatuto da Carreira Docente propor que, em cada escola, apenas um terço do seu corpo docente possa atingir o topo, criando assim professores de primeira e professores de segunda, que não poderão progredir na carreira. Estranhamente, Maria de Lurdes Rodrigues, que tão enérgica se revela no ataque aos professores, não tem uma palavra a dizer sobre o verdadeiro Titanic da educação em Portugal: o ministério que tutela. Isto porque, se as escolas são o desastre que diz no que se refere ao ensino que é ministrado, a responsabilidade não é só dos professores, nem principalmente destes. Há dezenas de departamentos e chefes, que aprovam e dão orientações sem nexo sobre a gestão das escolas. Departamentos que, ano após ano, são os reais mandantes no ensino. Departamento que fazem e aprovam programa e guiões para a ocupação dos tempos livres, assim como regras de gestão, que os professores são obrigados, por ofício, a cumprir. Mas, estranhamente, Maria de Lurdes Rodrigues nada diz sobre o verdadeiro polvo da educação, ou seja, o ministério onde altos funcionários, que ninguém elegeu, têm um poder imenso sobre a educação e as escolas, poder esse conseguido à sombra dos negócios de poder do bloco central de interesses e que lhes garante o direito a pôr e dispor do ensino, quer no governo esteja o PS ou o PSD. Sobre isto Maria de Lurdes Rodrigues nada diz. Quando é lapidar para qualquer um que as escolas não vivem em autogestão. Recebem orientações. E, se o resultado é mau, talvez a responsabilidade principal não seja de quem cumpre orientações, mas de quem as dá. Em vez de centrar o seu discurso e acção na estratégia fácil, mas perigosa para o futuro, de descredibilização dos professores perante a sociedade, talvez fosse bom a ministra olhar para dentro de casa, para os que se passa na 5 de Outubro e na 24 de Julho. Afrontar quem de facto manda e é responsável pelo mau ensino. E, já agora, era seu dever também ajudar a reforçar a autoridades dos professores, porque os professores é que são a referência e sem referência não há escola, pública ou privada.
in O Público edição de17 de Junho de 2006

sábado, junho 17, 2006

Entrevista virtual à Srª Ministra da Educação

E- Srª Ministra, começaria por lhe perguntar qual o sentimento com que fica no final dum ano lectivo que se mostrou tão agitado e com tantas medidas controversas, como este foi.

M.L. – Olhe. Como imagina de certo, já esperava alguma contestação às novas medidas propostas propostas pela minha equipa. No entanto, a onda de protesto que se generalizou de Norte a Sul do país devo confessar que me tem estado a colocar num estado psicológico bastante depressivo. No entanto, não faz parte da minha maneira de ser, voltar atrás.

E- E demitir-se?
ML – Seria como voltar atrás….

E – Como interpreta a acusação dos professores de que a sua carreira está a ser desvalorizada?
ML – Bem, como sabe, todos os anos ficam milhares de professores por colocar isto significa que temos professores a mais. Há, portanto que alterar esta situação. E não há outra forma de o fazer que não seja desincentivar as pessoas a entrar na carreira. Como se consegue isso?
Desde logo tornando menos atractivo o conteúdo funcional da carreira de professor e dificultando o acesso à progressão, no interior dessa mesma carreira.
Esperamos que daqui a alguns anos já não se venha a colocar a situação de professores sem colocação pelo simples facto de cada vez haver manos candidatos a serem professores.

E - Mas isso não poderá vir a criar no futuro uma situação semelhante à que deparamos no sector da Saúde em que já estamos a celebrar contratos com médicos espanhóis?

ML – Repare que a situação no ensino é completamente diferente, dado que a taxa demográfica em Portugal é muito baixa e não se prevê que se venha a alterar nas próximas décadas dados as crescentes dificuldades económicas das famílias que por certo continuarão e se agravarão no futuro próximo, infelizmente.

E – Entretanto, tornar menos atractiva a carreira docente, não poderá significar que serão os menos competentes (por falta de outras alternativas) aqueles que procurarão entrar para a função de professor e fazer diminuir deste modo a qualidade do ensino?

ML – A qualidade do ensino mede-se pelas taxas de insucesso. Se conseguirmos fazer diminuir estas taxas alguém de bom senso poderá dizer que a qualidade diminui? Ora tudo faremos para alterar estes valores inaceitáveis de alunos retidos ao longo do processo da sua escolaridade. Ter sucesso escolar é um direito dos alunos. Por certo os professores pensarão duas vezes na sua forma de ensinar e de avaliar ao saberem que eles próprios serão avaliados tendo em conta o sucesso escolar dos seus alunos.

E- Isso não poderá traduzir-se numa menor exigência relativamente às aprendizagens dos alunos?

ML – A escola pública nomeadamente ao nível do ensino básico não tem a vocação de formar doutores.
E é necessário que os professores compreendam isto no momento em que avliam os seus alunos.

E- Mas como explicar, nesse contexto, os exames nacionais?
ML- Repare que os exames nacionais são apenas uma das componentes da avaliação dos alunos, ao nível do Ensino Básico. Um aluno que obtenha uma boa avaliação interna, não vai reprovar por causa dos exames. Os exames tem fundamentalmente por função dar credibilidade ao sistema e pouco mais que isso.

E- Não aceita a crítica de que cumprir 97% da actividade lectiva como condição para ascender na carreira é uma exigência desumana pois esquece que os professores, tal como qualquer outro trabalhador, não tem culpa de ficar doente?
ML – Como lhe referi atrás, temos excesso de professores no sistema. Se alguns desistirem por considerarem as regras exigentes de mais, ou forem forçados à exoneração, isso não nos aflige. Há sempre alternativas, para esses professores, noutros campos de actividade que não sejam o ensino. Por outro lado, como sabe, temos problemas orçamentais graves. Não há qualquer vantagem para o país em fazermos subir o número de professores no topo da carreira, dado que o aumento salarial global seria incomportável para o orçamento de estado.

E-Uma das críticas mais vezes referidas referem-se às famosas aulas de substituição. Que balanço faz sobre esta situação?
ML – Importa mais o balanço que a opinião pública faz, do que o balanço da ministra… Ora os pais sentem-se mais tranquilos ao saberem que os seus filhos estão acompanhados por um professor desde o momento que entram na escola até ao momento em que dela saem.
Esse é o aspecto fundamental O tempo escolar pleno.

E-Mesmo que a ocupação consista em jogar à batalha naval?
ML- Mesmo nesse caso. Pergunta aos pais o que eles pensam sobre isso. O objectivo das aulas de substituição não é substituir aulas de matemática por aulas de matemática. É antes o de substituir tempos livres dos alunos que andavam à solta pela escola, por tempos em que estão vigiados dentro de salas de aula. Importa menos considerar sobre o que estão a fazer nesses tempos, dado sabermos que estão sob vigilância.

E – Sr.ª ministra, não se incomoda de, sendo professora, ter os professores todos contra si?
ML – Olhe, o que me importa é ter a confiança do Sr. Primeiro-ministro e ter o apoio dos Pais que são em muito maior número na sociedade portuguesa do que os professores. E se a sociedade na sua maioria se voltou contra os professores então o isso quer dizer que estão do lado da Ministra da Educação, o que torna a minha posição bastante confortável, apesar de, como lhe disse no início, me sinta um pouco deprimida psicologicamente, mas não irei deixar que isso me demova dos meus propósitos.

(a continuar…
Não perca as cenas dos próximos capítulos em que a ministra se pronunciará sobre as diversas questões relativas ao estatuto da carreira docente!!!!!)

quinta-feira, junho 15, 2006

Bode expiatório, procura-se:
O Ministério da Saúde ordenou ontem a abertura de um processo de averiguações para analisar as circunstâncias em que uma jovem de 21 anos, grávida de seis meses, perdeu o feto no Hospital de Portalegre, depois de ser transferida das Urgências de Elvas.Assinado pelo secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, o comunicado manda a "Administração Regional de Saúde do Alentejo, em articulação com a Inspecção-Geral da Saúde", investigar "cabalmente as circunstâncias em que ocorreu aquele incidente, nomeadamente no que respeita a todo o processo da assistência prestada à grávida, desde o início da gravidez". in Diário de Notícias se 15-06-06
Um sindicato tem a força que os seus sindicalizados lhe souberem dar

Sr Primeiro ministro,
foi o Sr quem teve a enorme coragem política de decidir que o bébé de Elvas deveria morrer?

Bonito de se ver. O mau tempo não desmobiliza a força da razão!

Foi pena...

Porque não estiveste lá, quando eras necessário.
Porque viraste costas aos que consequentemente defendem aquilo que tu dizes que defendes.
Talvez porque tens medo que te vejam na TV e te identifiquem como perigoso agitador de massas...
Ou, talvez, simplesmente, por não quereres que os "teus superiores" pensem mal de ti...

Não sentes vergonha, agora?
Ainda não sentes?

Não tens pena de não teres participado solidariamente numa luta que sabes, tão bem como eu, que é justa?

Não te sentes mal por só saberes falar, falar e voltar a falar e não seres capaz de um acto tão simples como estar presente quando os outros também contavam contigo?

Não sentes mal-estar, sequer?

Pois olha: eu tenho pena que tu não sintas a mesma pena que eu sinto por não te ter visto lá!

quarta-feira, junho 14, 2006

Email enviado a Phillip McKenziePrincipal Administrator - Education and Training Policy Division (Attracting, Developing and Retaining Effective Teachers) da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD)

Dear Sir,

Portuguese teachers are facing the most agressive policy against their careers that was ever acomplished in our country.

I believe the effects of this policy will soon contribute to the quick degradation of the already inefficient public education in Portugal.

In the exact moment I write to you this email, teachers are being humiliated by governmental members that use media to spread to public opinion a bad image of our work.

Since OECD is so particularly concerned on these issues, I send to you this email hoping you may iniciate by any means you think adequate, an evaluation of portuguese governmental actual policy towards teachers and education in Portugal. And i hope this can make a change on what's hapening here in this moment.


Sincerely yours,

a portuguese teacher

Organisation for Economic Co-operation and Development

texto transcrito da publicação da OECD: "Attracting, Developing and Retaining Effective Teachers - Final Report: Teachers Matter"


Experience from a number of countries indicates that unless teachers and their
representatives are actively involved in policy formulation, and feel a sense of "ownership"
of reform, it is unlikely that substantial changes will be successfully implemented. On the
other hand, stakeholder groups should not be able to exercise a veto over education reforms
that are mandated through democratic political processes. It is difficult to find the right
balance, but open and ongoing systematic dialogue and consultation are fundamental to the
process.
In addition to consultative mechanisms, there are also institutional arrangements that can
help to promote dialogue and engage teachers and their professional associations in policy
formation. This is illustrated by the development in several countries of Teaching Councils
that provide teachers and other stakeholder groups with both a forum for policy
development and, critically, a mechanism for profession-led standard setting.
It has also become apparent that the available data and information on teachers, their work
and careers addresses only part of the spectrum covered by teacher policy, making the
development of better national and international information on teachers a priority. In most
countries there are also extensive research gaps concerning the teaching profession. Such
research is important not only for improving the knowledge base for teacher policy, but also
as a way of introducing new information and ideas to schools and ensuring that teachers
engage more actively with new knowledge. Policy formulation would also benefit from
more extensive monitoring and evaluation of innovation and reform, with more policies
launched on a pilot basis before widespread implementation.

terça-feira, junho 13, 2006

Porque não fazes greve:

Aqui encontras a explicação de não fazeres greve.

Eh, meu irmão, que é que tens
que tremes como um chouriço?
Eh, meu irmão que é que tens,
parece que viste bicho!
Um bicho vi, sim senhor,
enroscou-se a mim
e pediu-me amor
tinha corpo de mulher
cabelo encaracolado
beijou-me, apagou as luzes
e eu então gritei!
Ai, um bicho!

Eh, meu irmão, que é que tens
estás branco que nem um nabo!
Eh, meu irmão que é que tens,
parece que viste o diabo!
Vi mesmo, bateu à porta
disse que o povo estava na rua
e que a rua era do povo
que é p'ra quem ela foi feita
e o povo somos nós todos
e eu então gritei:
Ai, o diabo!

Eh, meu irmão, que é que tens
estás branco como o jasmim!
Eh, meu irmão, que é que tens
o que é que te pôs assim!
Foi o medo da água fria
o medo da vida, o medo da morte
o medo da lua-cheia
o medo da lua-nova
o medo até de ter medo
que me faz gritar
Ai, que medo!

E assim com medo de tudo
perdeu meu irmão a vida
e assim com medo de tudo
viveu-a e não foi vivida
meteram-no num caixão
às duas por três, num dia de Verão
desceram-no p'ra uma cova
deitaram terra por cima
espetaram-lhe uma cruz
ita missa est Amen.

Sérgio Godinho

Comunicado da FENPROF


VESTE-TE DE PRETO! Participa na Manifestação na próxima 4ª feira e veste roupa PRETA!
GREVE do dia 14 de Junho

1.Porque é que a FENPROF decidiu avançar já com um plano de luta?
Porque o ME que, tendo ficado de apresentar uma proposta de revisão do ECD durante o mês de Fevereiro, decidiu fazê-lo em finais de Maio, colocando a FENPROF perante duas alternativas:
a) lutar quando estivesse quase tudo decidido, no início do próximo ano lectivo - o ME quer concluir o processo negocial até final de Outubro;
b) avançar ainda durante este ano lectivo, criando uma oportunidade para que todos os professores pudessem dar um sinal claro de que consideram esta proposta de estatuto inaceitável e de que exigem um verdadeiro processo de negociação;
O SN da FENPROF, reunido a 1 de Junho, em face da gravidade da proposta apresentada pelo ME, das declarações da ministra da Educação no Fórum da Maia e da prática de negociação desta equipa ministerial, considerou que adiar a resposta dos professores aos sucessivos ataques de que têm sido alvo seria defraudar as suas expectativas em relação aos sindicatos e prejudicar a sua mobilização num processo de revisão do ECD que sabemos que vai ser difícil e se afigura vital para o futuro da profissão docente.
Neste contexto, a FENPROF decidiu propor aos professores e educadores a realização de uma grande jornada de luta a 14 de Junho, que inclui um plenário em Lisboa, seguido de Manifestação para o ME (onde se espera que estejam MUITOS) e uma Greve Nacional (a única forma de luta em que TODOS são chamados a participar).
A ministra da educação já veio dizer que a reacção da FENPROF é exagerada e que há outros sindicatos que não têm a mesma posição, embora já haja um conjunto muito alargado de sindicatos a aderir à greve.
Fazendo ou não greve, cada um de nós estará a dizer à ministra da Educação uma de duas coisas:
- Senhora ministra, tem razão, apesar do que diz a FENPROF, nós estamos tranquilos
- Senhora ministra, está enganada, a avaliação que a FENPROF faz da situação actual é a que nós fazemos! Queremos dizer-lhe que esta proposta de revisão do ECD é inaceitável e que estamos determinados a lutar contra ela.
A FENPROF está a fazer o que tem que fazer, informar os professores, reunir com eles, propor um plano de acção e assumir a condução da luta. Cabe agora a todos e a cada um de nós assumir a sua própria responsabilidade neste processo. Os colegas que entenderem não tomar posição estão no seu direito, não podem é vir depois acusar o sindicato de não ter feito nada porque a FENPROF só pode fazer a sua parte.
2. Porquê dia 14?
São necessários 10 dias úteis para meter o Pré-aviso de greve. Depois de receber a proposta do ME, o Secretariado Nacional reuniu, de emergência, no dia 1 de Junho e, por isso, a convocação da greve só poderia ser feita para os dias: 13, 14 e 16 ou, na semana seguinte, de 19 a 23.
A 19 iniciam-se os exames nacionais e considerou-se que não havendo ainda uma decisão judicial sobre a questão dos serviços mínimos, não podíamos arriscar a que se repetisse o que aconteceu no ano passado.
As possibilidades eram então 14 e 16, porque 13 é feriado em Lisboa e em mais alguns municípios (14 em 132). Dia 16 era ponte para todo o país e foi excluído para evitar acusações de oportunismo, 14 era o único dia possível e é um dia que nos possibilita realizar uma grande Manifestação Nacional, já que uma Manifestação em Lisboa implica a deslocação de colegas que vão de muito longe (Minho, Trás-os-Montes) que chegam a casa de madrugada e que têm que poder descansar no dia seguinte - por isso é que as Manifestações se realizam habitualmente à 6ª feira.
3. Porquê um dia de greve e não vários?
Porque o processo está a começar, para endurecer a luta é preciso garantir níveis mais elevados de mobilização, porque uma greve é sempre um risco, fortalece-nos quando corre bem mas enfraquece-nos quando corre mal e portanto não basta os professores estarem indignados, é preciso que também estejam dispostos a agir e a lutar.
A FENPROF está consciente de que teremos que desenvolver outras iniciativas no início do próximo ano lectivo e que este processo via ser difícil. Não somos ingénuos e sabemos que a anunciada disponibilidade da ministra para negociar não prevê alterações de fundo à sua proposta.
Cabe-nos a nós manter a pressão sobre o ME e exigir que as nossas propostas sejam também tidas em conta num processo sério de negociação, que tem que ser um processo de aproximação de posições e não de imposição de soluções.
4. Porque é que a FENPROF não entregou propostas?
A ministra, na entrevista que deu ao Público, veio afirmar que a FENPROF não quer negociar e nem apresentou propostas.
Ora, o ME entregou a sua proposta no dia 27 de Maio (sábado) e na 2ª feira seguinte uma delegação da FENPROF disse no ME (e está escrito numa nota de imprensa divulgada nesse dia) que a FENPROF considerava a proposta do ME inaceitável mas não inegociável e que portanto apresentaria as sua próprias propostas logo a seguir à reunião do Conselho Nacional da FENPROF prevista para 8 e 9 de Junho e que daria um parecer sobre a proposta do ME depois de ouvir os professores, como é seu hábito, prevendo a sua entrega até final de Junho.
Isto mostra que temos que estar atentos às tentativas de descredibilização da nossa acção e de desmobilização dos professores.
5. Adianta alguma coisa fazer greve? O que é que vamos conseguir?
Esta é uma pergunta de resposta difícil, num tempo em que se confunde maioria absoluta com poder absoluto. Mas uma coisa é certa, o muito ou pouco que viermos a conseguir passa por todos e por cada um de nós e vai depender da resposta que formos capazes de dar na exigência de um Estatuto de Carreira compatível com a importância da função que exercemos e a dignidade a que temos direito. Sabemos que quem luta, pode perder mas quem não luta, perde sempre.
Pelo futuro da nossa profissão, numa escola pública democrática e de qualidade, vamos à luta!
VESTE-TE DE PRETO! Participa na Manifestação na próxima 4ª feira e veste roupa PRETA!

Professores em pé de guerra

Artigo publicado no jornal "A BOlA"

OS professores andam em pé de guerra. Como os professores são normalmente distantes uns dos outros, os seus pés de guerra andam por aí semeados como pés de salsa, espalhados pelo País. De norte a sul. Os professores estãodescontentes. Com a vida que lhes corre mal, porque ninguém os valoriza; comos colegas, que só se interessam por resolver a sua vidinha; com os alunos, que os desconsideram e maltratam; e, acima de tudo, com o Governo da nação,que os desvaloriza, os desautoriza e os desmoraliza. Nunca fui um estudantefácil e sabia que um professor desautorizado era um homem (ou uma mulher) morto na escola. Não quero dizer fisicamente mas profissionalmente. Comosempre fui bom observador, conhecia de ginjeira os professores fortes e osprofessores fracos. Os fortes resolviam, por si próprios, a questão. Alguns pela autoridade natural do seu saber e da sua atitude, outros de forma menosacadémica. Os fracos eram defendidos pelos reitores. Ir à sala de um reitorera, já por si, um terrível castigo. Mas bem me lembro que professores fracos e fortes, bons e nem por isso, se protegiam, se defendiam e sereforçavam na sua autoridade comum. Já nesse tempo se percebia que tinha deser assim, porque, se não fosse, os pais comiam-nos vivos e davam-nos, já mastigados, aos filhos relapsos. E isso a escola não consentia. Os pais,dito assim de forma perigosamente genérica, sempre foram entidades poucofiáveis em matéria de juízo sobre os seus filhos e, por isso, sobre quem deles cuida, ensina e faz crescer. Os pais sempre foram o pavor dosprofessores de natação, dos técnicos do futebol jovem, dos animadores dascorridas de rua. Os pais, em casa, acham os filhos umas pestes; mas na escola, no campo desportivo, no patamar da casa do vizinho, acham os filhosvirtuosos e sábios. Os pais são, individualmente, insuportáveis e,colectivamente, uma maldição. Claro que há pais... e pais. E vocês sabem que não me refiro aos pais a sério, que são capazes de manter a distância e obom senso. Falo dos outros, dos pais e das mães que acham sempre que os seusfilhos deviam ser os capitães da equipa e deviam jogar sempre no lugar dos outros filhos. O trágico disto tudo é que são precisamente esses pais osque, na escola, se acham verdadeiramente capazes de fazer a avaliação, ojulgamento sumário dos professores dos seus filhos, achando que eles só servem para fazer atrasar os seus Einsteinzinhos. Por isso eu aqui medeclaro a favor dos professores. Quero jogar na equipa deles contra a equipados pais e ganhar o desafio da vida real e do futuro deste país contra o desafio virtual dos pedagogos de alcatifa.In: a Bola - 3.06.2006

sexta-feira, junho 09, 2006

Greve

As Alterações

O PROJECTO DE ALTERAÇÕES AO ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE
REVELA UM PROFUNDO DESPREZO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PELOS PROFESSORES
E UM CHOCANTE DESRESPEITO PELA IMPORTÂNCIA SOCIAL DO SEU TRABALHO.


Estamos perante o mais grave ataque de sempre contra os professores e educadores, sendo este o culminar de uma campanha de ofensas, humilhação, injúrias e mentiras lançada pelo actual governo sobre os docentes portugueses. Se este projecto viesse a passar, seria a liquidação efectiva do actual estatuto da carreira docente e a descaracterização absoluta da profissão de professor e educador.
Colega
Informe-se, debata, esclareça-se, conheça as alternativas e contribua para elas.
Prepare-se para lutar em defesa dos seus direitos e da dignidade da profissão docente.
Os objectivos principais deste projecto são:
· Impedir administrativamente que mais de dois terços dos professores ultrapassem o meio da carreira.
· Manter uma significativa maioria de professores nos baixos índices salariais do início da carreira durante quase toda a sua vida profissional.
· Criar condições de progressão e de promoção que discriminam as mulheres e especialmente as mães, socialmente mais sujeitas a faltar por motivos inadiáveis de assistência à família.
· Atribuir aos professores ainda mais tarefas e horas de trabalho lectivo e não lectivo.
· Reforçar a dependência hierárquica dos professores face aos Presidentes/Directores executivos.
· Dificultar e subjectivar o ingresso na carreira docente, através de uma entrevista para testar o perfil psicológico dos candidatos.
· Diminuir drasticamente o número de lugares do quadro acabando definitivamente com () critérios objectivos.
· Agravar a precariedade dos professores contratados.
· Flexibilizar a movimentação dos professores através dos quadros de agrupamento e alargando a afectação aos QZP limítrofes.
· Desvalorizar o papel das instituições do ensino superior na formação dos professores.
· Empurrar a realização da formação contínua para os períodos de interrupção lectiva e o horário pós-laboral.
· Reduzir ainda mais a autoridade dos professores, sujeitando-os à avaliação anual dos encarregados de educação.
· Avaliar os professores pelos resultados escolares dos seus alunos.
· R esponsabilizar exclusivamente os professores pelo insucesso e abandono escolar().
· Dificultar o exercício da actividade sindical.
Principais alterações propostas:

· A admissão a concurso, para além da habilitação profissional, fica dependente de um exame nacional que inclui uma prova escrita (para avaliar novamente a formação científica e educacional do candidato) e uma entrevista (para avaliar o seu perfil psicológico).
· O ingresso na carreira fica sujeito à obtenção da classificação mínima de Bom no período probatório, durante o qual o docente é supervisionado e avaliado, sendo exonerado se não obtiver pelo menos aquela classificação.
· Os docentes não pertencentes aos quadros deixam de ter contratos administrativos de trabalho e aqueles que porventura venham a obter um lugar de quadro ingressam sempre no escalão 1, independentemente do tempo de serviço que possuam anteriormente.
· Os Quadros de Escola convertem-se em Quadros de Agrupamento ou de Escola Não Agrupada, e os professores dos Quadros de Zona Pedagógica podem ser colocados num QZP limítrofe daquele a que pertencem , caso não exista um horário completo no seu QZP para lhe ser atribuído.
· Os professores do quadro são hierarquizados em duas categorias (professor titular e simplesmente professor) com funções e remunerações bem diferenciadas, não podendo o número de titulares ser superior a um terço do número de professores do quadro de cada agrupamento ou escola não agrupada, podendo ser inferior se for essa a vontade fixada em portaria pelo Ministro da Educação.
· O acesso à categoria de professor titular faz-se por concurso de preenchimento de vaga destinada a essa categoria e grupo de recrutamento, mediante prova pública, à qual pode concorrer quem tiver, pelo menos, 18 anos de serviço na categoria de professor, cada um deles com avaliação igual ou superior a Bom.
· A carreira estrutura-se em 3 escalões na categoria de professor, aos quais se seguem outros três na categoria de titular, todos com a duração de, em regra, seis anos, o que, na melhor das hipóteses, para uma minoria mínima, prolonga a carreira para os 30 anos.
· A progressão nos escalões 1 a 3 de cada categoria depende da atribuição mínima de Bom em cada ano do respectivo escalão e da participação, completa e com aproveitamento, de 25 horas anuais em acções de formação contínua.
· A avaliação do desempenho realiza-se anualmente, com a intervenção de vários actores, mas tendo a direcção executiva um papel determinante, e exprime-se nas seguintes menções qualitativas: Excelente (9 a 10 valores), Muito Bom (8 a 8.9), Bom (7 a 7.9), Regular (5 a 6.9) e Insuficiente (1 a 4.9).
· O processo de avaliação inclui, entre muitos outros elementos, o cumprimento dos programas, a assiduidade, os resultados escolares dos alunos, as taxas de abandono escolar, a avaliação da actividade lectiva pelos pais, e a observação de, pelo menos 3 aulas por ano, sendo cada uma das componentes classificada numa escala de 1 a 10.
· Em qualquer circunstância, a menção qualitativa igual ou superior a Bom, fica sempre dependente do cumprimento pelo docente de, pelo menos, 97% do serviço lectivo que lhe for atribuído.
· As menções de Excelente e Muito Bom ficam sujeitas a percentagens máximas por escola ou agrupamento, definidas por despacho, dando direito, no caso de se verificarem em dois anos consecutivos, à redução de 1 ano ou seis meses, respectivamente, no tempo de serviço necessário para a progressão na categoria de professor.
· A atribuição de duas classificações consecutivas ou três interpoladas de Insuficiente determina a transição do docente para o quadro de mobilidade do Ministério da Educação e correspondente regime legal.
· A componente lectiva dos professores do ensino secundário e no ensino especial passa para 22 horas e a redução pela idade só começa aos 50 anos (2h), atingindo o seu máximo aos 60 (6h). O desempenho de cargos de natureza pedagógica, designadamente de orientação educativa e de supervisão pedagógica, é efectuado nestas horas de redução da componente lectiva.
· As actividades de substituição deixam de ser consideradas serviço extraordinário.
· As faltas por conta do período de férias (uma por mês) carecem de um pedido por escrito, com a antecedência mínima de cinco dias úteis e, tal como todas as faltas que dependam de autorização, obrigam à apresentação de um plano de aula e à garantia de substituição do docente.
· As dispensas para formação só podem ser concedidas na componente não lectiva e, mesmo assim, desde que esteja assegurada a substituição do docente em causa. Se a formação partir da iniciativa do docente, só pode ser autorizada no período de interrupção da actividade lectiva.
· A autorização de permuta, requisição ou destacamento apenas pode ser concedida aos docentes cuja última avaliação do desempenho seja igual ou superior a Bom.
· Aos docentes são atribuídas genericamente 21 funções, onde praticamente tudo cabe, às quais se acrescentam mais oito, exclusivas dos professores titulares.
de autor desconhecido

A OPINIÃO TEXTO DUMA COLEGA NÃO IDENTIFICADA

Aspectos que toda a gente parece ignorar sobre a profissão de professor e que será bom esclarecer:

1º. Esta é uma profissão em que a imensa maioria dos seus agentes trabalha (em casa e de graça, entenda-se) aos sábados, domingos, feriados, madrugada adentro e muitas vezes, até nas férias! Férias, sim, e sem eufemismos, que bem precisamos de pausas ao longo do ano para irmos repondo forças e coragens. De resto, é o que acontece nos outros países por essa Europa fora, às vezes com muito mais dias de folga do que nós: 2 semanas para as vindimas em Setembro/ Outubro, mais duas para a neve em Novembro, 3 no Natal e mais 3 na Páscoa , 1 ou 2 meses no verão.

2º. É a única profissão em que se tem falta por chegar 5 minutos atrasado (também neste caso, exigirá a senhora Ministra um pré-aviso com 5 dias de antecedência?)

3º. É uma profissão que exclui devaneios do tipo "hoje preciso de sair meia hora mais cedo", ou o corriqueiro "volto já" justificando a porta fechada em horas de expediente.

4º. É uma profissão que não admite faltas de vontade e motivação ou quaisquer das ' ronhas' que grassarão, por exemplo, no ME (quem duvida?) ou na transparente AR.

5º. É uma profissão de enorme desgaste. Ainda há bem pouco tempo foi divulgado um estudo que nos colocava na 2ª posição, a seguir aos mineiros, mas isto, está bom de ver, não convém a ninguém lembrar… E olhe que não, senhor secretário de estado, a escola da reportagem da RTP1 não é, nem de longe, caso "único, circunscrito e controlado"!

6º. É uma profissão que há muito deixou de ser acarinhada ou considerada, humana e socialmente. Pelo contrário, todos os dias somos agredidos – na nossa dignidade ou fisicamente (e as cordas vocais não são um apêndice despiciendo…) , enxovalhados na praça pública, atacados e desvalorizados, na nossa pessoa e no nosso trabalho, em todas as frentes, nomeadamente pelo "patrão" que, passe a metáfora económica tão ao gosto dos tempos que correm…, ao espezinhar sistematicamente os seus "empregados" perante o "cliente", mais não faz do que inviabilizar a "venda do produto"

7º. É uma profissão em que se tem de estar permanentemente a 100%, que não se compadece com noites mal dormidas, indisposições várias (físicas e psíquicas) ou problemas pessoais …

8º. É uma profissão em que, de 45 em 45, ou de 90 em 90 minutos, se tem de repetir o processo, exigente e desgastante, quer de chegar a horas, quer de "conquistar" , várias vezes ao longo de um mesmo dia de trabalho, um novo grupo de 20 a 30 alunos (e todos ao mesmo tempo, não se confunda uma aula com uma consulta individual ou a gestão familiar de 1, 2, até 6 filhos...)

9º. É uma profissão em que é preciso ter sempre a energia suficiente (às vezes sobre-humana) para, em cada turma, manter a disciplina e o interesse, gerir conflitos, cumprir programas, zelar para que haja material de trabalho, atenção, concentração, motivação e produção. (Batemos aos pontos as competências exigidas a qualquer dos nossos milionários bancários, dos inefáveis empresários, dos intocáveis ministros! Ao contrário deles, e como se não bastasse tudo o que nos é exigido (da discrepância salarial e demais benesses não preciso nem falar) …

10º. Ainda somos avaliados, não pelo nosso próprio desempenho, mas pelos sucessos e insucessos, os apetites e os caprichos dos nossos alunos e respectivas famílias, mais a conjuntura política, económica e social do nosso país!

Assim, é bom que a "cara opinião pública" comece a perceber por que é que os professores "faltam tanto":
Para além do facto de, nas suas "imensas" faltas, serem contabilizadas também situações em que, de facto, estão a trabalhar :
- no acompanhamento de alunos em visitas de estudo,
- em acções, seminários, reuniões, para as quais até podem ter sido oficialmente convocados,
- para ficarem a elaborar ou corrigir testes e afins , que não é suficiente o tempo atribuído a essas tarefas ,
- ou, como vem sucedendo ultimamente, a fazerem (em casa, que é o sítio que lhes oferece condições) horas e horas não contabilizadas do obrigatório "trabalho de escola"….

Para além disto, e não é pouco, há pelo menos, como acima se terá visto, toda uma lista de 10 boas e justificadas razões para que o façam.

AUTORA: Uma professora que, por achar que - em termos de políticas educativas e laborais deste governo dito socialista – estamos muito pior que no tempo do Salazar , não arrisca identificar-se…

quinta-feira, junho 08, 2006

Política e Educação

"No Parlamento, esta quarta-feira, Manuel Alegre criticou a decisão do presidente da República de chumbar a lei da paridade. O deputado socialista classificou a decisão de Cavaco Silva como «ideológica» e «conservadora»

LOL LOL LOL

Então este deputado "socialista", foi só isto que descobriu de "conservador" na direcção política do nosso país até agora????

Abaixo Cavaco, o conservador!
Viva Sócrates, o progressista!!!
LOL LOL LOL LOL LOL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, junho 07, 2006

Uma carta

Aqui se publica parte duma carta dum colega:

"1. Sou prof. do ensino secundário há 32 anos.
........................................................................
Sobre a componente não lectiva e o local da sua concretização,
há problemas ainda não equacionados. Um deles é o da exposição
do professor a ambientes agressivos e ruidosos. De facto, se há
uma parte da componente não lectiva que pode /deve ter lugar
na Escola, para reuniões e outras coisas parecidas, tal parcela
deve ser pequena —reduzida ao mínimo— pelas seguintes razões:

a) as escolas em geral não têm gabinetes para albergar um grande
número de professores em simultâneo; foram concebidas partindo
do pressuposto de que a componente não lectiva é passada fora da
Escola (por exemplo em casa do professor); desse modo, poucos são
os professores que num dado, momento estariam na escola ao
mesmo tempo: quando uns saiam entravam outros.

b) mesmo nas escolas que possuem alguns gabinetes, quase todos
esses gabinetes têm portas que dão para corredores onde passam
alunos a falar aos berros, a gritar intencionalmente, a bater às portas,
etc.; quem é que consegue (eu não consigo!) fazer trabalho útil no meio
do barulho ?

c) também é de considerar o problema nas próprias salas de professores,
onde alguns/algumas colegas não se coíbem de falar alto, mesmo
quando estão a ver outro colega a corrigir testes, a preparar lições, etc.

d) as condições de b) e c) tornam o trabalho da componente não
lectiva (quando prestado na Escola) penoso, triplamente cansativo,
frustrante e de escasso rendimento;

As condições acima referidas propiciam um desgaste acrescido e
inútil por exposição demorada ao ruído. Sabe-se quais são as
consequências a médio/longo prazo de tal exposição excessiva e
ao "stress" dela derivado (os psicólodos e os psiquiatras têm documentação).
É certo que uma escola é, por definição, um local onde se reúne
muita gente, professores, alunos, etc., mas essa exposição ao
ruído deve ser reduzido ao fundamental. Por isso, a não ser que
haja gabinetes acusticamente isolados, vidros duplos, etc., não
será viável o prolongamente exagerado da componente não
lectiva nos espaços das Escolas.


3. Continua a esperar-se do professor um verdadeiro milagre.
No entender dos mais iluminados governantes, trata-se de um
profissional "multifacetado e de largo espectro" que é, ao mesmo
tempo, psicólogo, psiquiatra, assistente social, animador, bom
encaminhador de jovens, divertido, sempre bem disposto e
tranbordante de energia, despistador de casos de uso de drogas,
domador de delinquentes, perspicaz educador e ainda agente
interactivo escola-família-comunidade. Também se pretende
que seja de vez em quando palhaço quanto baste (com a respectiva
bola vermelha no lugar do apêndice nasal) e pouco faltará para
termos de equilibrar uma bola na ponta do nariz, como as focas do circo!
Depois de tudo isto, e como pequeníssimo pormenor, o professor
também **ensina** uma determinada disciplina (Matemática,
Biologia, Português, Física, Inglês, História, etc.). Mas este último
aspecto será (dizem os iluminados) cada vez mais irrelevante, a
bem das primeiras componentes da profissão.

Espero que tenham tido oportunidade de ler um artigo excelente
de Beatriz Pacheco Pereira, publicado no jornal "Público" de
5 de Junho (página 9).


Os meus cumprimentos"
XXXXXXXXX

segunda-feira, junho 05, 2006

Sim, à greve! Mas a data...

É por demais evidente que os professores têm de se fazer ouvir e uma primeira forma de se fazerem ouvir é recorrer à greve.

Outras formas haverá, como, por exemplo, a demissão generalizada dos cargos de direcção nas escolas, seguidas tais demissões de conferências de imprensa, como, aliás, um Conselho Executivo de Coimbra acabou há pouco tempo de fazer, mostrando que ainda há Conselhos Executivos com grande dignidade e sentido de ética profissional. ( talvez por pouco tempo, tendo em conta os favores da "oposição"(leia-se Marques Mendes) ao governo, com as suas propostas sobre gestão das escolas.)

Por isso, claro, eu farei greve.

Mas isso não me impede de dizer que o dia escolhido é o menos indicado possível.
Importa evitar a todo o custo deixar passar a mensagem de que se faz greve para conseguir uns dias de descanso.
E, na verdade, escolher para o dia da greve o dia 14, entre um feriado em Lisboa e um feriado nacional, não facilita a aceitação da nossa luta junto da opinião pública.

É caso para perguntar aos nossos dirigentes sindicais se não têm "cabecinha para pensar"...

Procurar no local errado

Um texto do colega Rui Monteiro copiado do "Abrupto":

Porque é que ninguém considera os alunos como intervenientes activos e responsáveis pelo seu sucesso ou insucesso?Atente-se no Plano de Acção para a Matemática, Ano Lectivo 2006-07: "(...) o sucesso de uma intervenção para a melhoria dos resultados em Matemática depende fundamentalmente do trabalho das escolas e do trabalho colectivo dos professores de matemática."Os alunos nem sequer são considerados (isto para não falar já dos pais, dos quais, segundo parece, nada se espera).O S. e a N. eram ambos meus alunos a Matemática no 9º ano. Tiveram 5 no final do ano e 5 no exame, quando bastava terem tido 3 para manterem o 5 final (e sabiam-no).Porque é que trabalharam tanto para o exame? E porque é que outros, também meus alunos, a receberem as mesmas aulas, não o fizeram? E esta é que é a questão verdadeiramente crucial no problema do insucesso escolar!!! Os alunos. Andar à procura noutros sítios só me faz lembrar a história contada por Herberto Helder:“Trata-se de uma mulher que perdeu uma agulha na cozinha e a procura na varanda de sua casa. Acorre então o jovem que pretende ajudá-la, e pergunta:Que procura? – Uma agulha. Caiu-me na cozinha. Logo o inexperiente jovem se espanta muito e quer saber porque a procura ela na varanda. – Porque na cozinha está escuro – responde a mulher.A parábola ajudará a desaprender alguma coisa, e depois será possível aprender outra coisa.”Acho que isto diz tudo.(Rui Monteiro, professor de Matemática)
"O Conselho Executivo da Escola Básica 2,3 Inês de Castro demitiu-se ontem em bloco. Face às medidas anunciadas pelo Governo, o clima de insatisfação reinava desde o início do ano lectivo, mas as declarações da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, responsabilizando os professores pelo insucesso escolar dos alunos foram a “gota de água”. -in "Diário de Coimbra" edição de 2 de Junho de 2006

De que estarão à espera os restantes Conselhos Executivos das restantes escolas?

Milu começa luta contra a violência nas escolas

"O Ministério da Educação (ME) pediu ontem pareceres às comissões nacionais de Protecção de Dados e de Protecção de Crianças e Jovens por suspeita de irregularidades na reportagem sobre violência escolar, transmitida terça–feira pela RTP." - in "Correio da Manhã" edição de 3-06-2006

Desta forma, expedita, a equipa ministerial iniciou a sua marcha "contra" a violência nas escolas portuguesas:

-ocultar a realidade
-intimidar quem a divulga

quinta-feira, junho 01, 2006

As razões dum Pai

O gajo não presta.
O gajo fala, fala, fala mas o puto não entende pêva do que ele está práli a dizer e por isso é que não aprende.
Depois, só porque o puto recebe uma mensagem no telemóvel, que até fui eu que lha mandei porque ele tinha deixado o gato fechado na cozinha, põe-se aos grito com ele que preturba a aula.
Preturba mas é o cara---, que o gato podia dar-nos cabo do almoço. O gajo é mas é parvo.
Não tem compreenção pelos alunos, é o que é.
Deu nega ao meu puto, mas agora quem vai ter a nega é ele! E vamos a ver se pró ano, se calhar outra vez ao puto este gajo como professor, ele não le vai dar uma nota de jeito...não percisa ser um 5, que eu também sei que o meu puto não tem grande queda para os estudos, mas o que ele não tem é de andar praí a perjudicar o futuro dos miudos que assim com notas dessa, como é que vão comseguir tirar as facoldades?
O gajo quer é ser ele e os da sua laia a serem dotores só eles.
Eu cá já decidi. nota negativa! Mai nada!

Quando eu era pequenino

Não resisto a colocar aqui este texto do colega DOS de Viseu, colocado por aí num dos foruns que eu habitualmente visito.

"Nos meus tempos de Escola Primária, tive um colega de carteira, que queria ser médico. Chegou à 4ªClasse e desistiu. Foi criticado por todos, inclusivé pela Senhora Professora, sim Senhora Professora, não era como agora. Foi para trolha e fez fortuna a trabalhar nas obras. Eu feito chico esperto... ou burro, quiz estudar, tirei um curso superior, ...no tempo regulamentar 12+5, e sou professor à 13 anos. Agora é o meu amigo que vem avaliar o meu trabalho. Que diria o nosso Fernado Pessa, se ainda estivesse entre nós... Não é anedota é a pura realidade, passa-se num "país" à beira mar plantado, chamado Portugal "