quinta-feira, março 30, 2006

"Recortes" de jornais

Uma professora foi sovada pela mãe de um aluno no interior da sala da aula da Escola EB 1 do Fujacal, na cidade de Braga. A agressora perdeu o controlo emocional, depois do filho se ter queixado de ser agredido por colegas e repreendido por uma docente.


Uma professora da Escola EB 2,3 do Cerco, no Porto, recebeu assistência hospitalar depois de ser agredida por um aluno dentro da sala de aula.
A agressão ocorreu cerca das 12h00 desta quarta-feira. O aluno autor das agressões - tem 15 anos e encontra-se a frequentar o quinto ano de escolaridade - foi suspenso das aulas por cinco dias, a que se seguirá um processo disciplinar.

A agressão sofrida na terça-feira pela docente da Escola Secundária Professor Herculano de Carvalho, nos Olivais, Lisboa, conforme noticiou ontem o CM, não foi situação inédita. Contrariando as declarações do presidente do Conselho Executivo do estabelecimento de ensino, que refere a existência de “pouco mais do que um ou outro furto” no recinto escolar, estão o assalto e agressão sofridos há dois anos por João Prior e oito colegas.

Et pourtant...

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou ontem que "não há nenhum problema real de insegurança" nas escolas portuguesas. in Diário de Notícias, edição de 29-11-06

domingo, março 26, 2006

Palavras significativas de Luis Delgado

"...... É curioso que seja um socialista a fazê-lo, mas isso serve de lição ao PSD e PP. Um dia, se eles continuarem assim, deixam de ter espaço. É o perigo deste PM: ele absorveu tudo o que é bom da direita, e aplica sem dogmas nem problemas ao país. É mais uma razão para o PSD e o PP não perderem muito mais tempo a esclarecer os seus problemas internos.
Sob pena de ficarem sem agenda, nem ideais, nem alternativas para apresentar ao eleitorado. Sócrates sabe-a toda, e aprendeu muito com Clinton e Blair."
Sócrates - o porteiro do "estado-pousada" português

"En dónde queda el Estado en este contexto de neo-liberalismo + globalización?
Los llamados Estados nacionales, refiriéndome a sus estructuras políticas formales y no a su constitución socio-cultural, pasan a ser las posadas de la aldea.
Es un Estado-posada que se supedita a los intereses del capital-ejemplar para venderse como una alternativa viable de cómoda estancia.
El mismo trata de crear las condiciones internas para que el capital venga, nos visite, se sienta cómodo y se quede el mayor tiempo posible.

El Estado pasa a ser un imán para los intereses del capital. Para demostrar que es una buena posada, debe internalizar y respetar las normas del liberalismo, tiene que mantener las manos afuera y hacer evidente que le brinda libertades, incentivos, flexibilidad al interés privado.

Una muestra de esto es que el estado comienza a sacar las manos de cualquier empresa económica en la que él esté involucrado. El Estado comienza a privatizar sus aventuras como proveedor de servicios que eran no sólo permisibles sino que necesarias dentro de la lógica del paradigma Keynesiano de la posguerra.

Cambia la lógica de lo que es el Estado: debe reducirse en aras de la eficiencia, debe proveer el mínimo de servicios posibles, y brindar una infraestructura y un ambiente agradable a las empresas para ser competitivo en la atracción de capital transnacional.

En el contexto estadounidense, se comienza a desmantelar paso a paso el Estado benefactor. Mientras fortalece la benefacción corporativa (corporate wellfare).

Es en ese contexto que llegamos a un Estado hueco.

No es osado afirmar que de las diferentes instancias que componen el Estado sólo dos resultan ser (y parece que será más evidente al pasar el tiempo) eficientes y funcionales: estos son sus mecanismos para crear un ambiente mullido para el capital y su maquinaria de violencia y represión. "
Transcrição de parte de um artigo de de Freddie Marrero

Sócrates- o mais eficaz agente político do neo-liberalismo em Portugal!

quinta-feira, março 23, 2006

Eduquês ou Matematiquês ? (2)

Notícia de hoje, no Diário de Notícias:

"Mais de 60% das empresas portuguesas não têm qualquer interesse em contactar com universidades para desenvolver os seus negócios. Numa altura em que o discurso político oficial assenta na necessidade de promover a integração entre tecido económico e investigação, de forma a promover a inovação, dados revelados por um estudo da Faculdade de Economia do Porto apontam para um panorama desolador: os outros quase 40% só admitem um interesse moderado em contactar com universidades se a iniciativa partir destas. Ou seja, apenas 1% das empresas vê, de facto, nos centros de investigação um parceiro importante em termos de inovação.Estes resultados são "perturbadores", admite Aurora Teixeira, uma das autoras do estudo (também realizado por Joana Costa), que envolveu 1538 empresas de todo o País e dimensão e de todos os sectores de actividade."

Perturbadores? Leia-se o post "Matematiquês ou Eduquês", mais abaixo...

Sempre a inovar

Inovando até o que já há vários anos havia sido inovado!

Então não é que agora os alunos que continuam os seus estudos no ensino básico já não necessiotarão mais de se matricularem?

Ah! Pois é verdade só que isso já está legislado assim desde há vários anos.

De facto de acordo com a lei já em vigor há mais de 5 anos, os alunos apenas têm de confirmar a sua renovação de matrícula o que, naturalmente não implica estarem anualmente a comprar os mesmos impressos, a escrever o mesmo nome do pai, da mãe, da terra onde nasceram......etc, etc, etc.

Agora lá que também é verdade que muitas escolas, ao arrepio da lei em vigor, continuam a fazer o dito processo de "matícula" aos seus próprios alunos já matriculados, todos os anos, vão eles para o 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º ou 9º, acumulando nos seus serviços administrativos resmas de papéis para cada a luno que repetem todos os anos a mesma informação, ah, lá isso também é verdade e acontece com a conivência da tutela!

Porquê?

Facílimo de explicar.... É que deste modo é possível às escolas cobrar uma quantia razoável todos os anos pela "venda dos impressos", que, obviamente não custam nem 1 por cento do que aquilo que os alunos pagam por eles....

Algumas escolas continuam a fazer este processo burocrático estúpido, apenas e tão só para....ganharem dinheiro, infringindo a lei que claramente já afirma não existir processo de matrícula nos anos de continuação de estudos.

Se a "inovação" "agora" introduzida for tão eficaz como a inovação que já está em vigor, bem pode a Milu "limpar as mãos à parede", após tão grande obra desburocratizadora efectuada!


Aqui se reproduz o texto actualmente em vigor sobre a matéria em causa:


Despacho N.º 373/2002, com as alterações introduzidas pelo Despacho N.º 13765/2004Diário da República N.º 163 - 13 de JULHO de 2004 (2ª Sé
……………………………………………………………………………………………....

2.2 - A matrícula tem lugar para ingresso, pela primeira vez, no ensino básico, no ensino secundário ou no ensino recorrente.
2.3 - Há ainda lugar a matrícula em caso de ingresso em qualquer ano de escolaridade dos níveis e modalidades de ensino referidas no número anterior por parte dos candidatos titulares de habilitações adquiridas em países estrangeiros. …………………………………………………………………………………………………

7 - A renovação de matrícula tem lugar, para prosseguimento de estudos, nos anos lectivos subsequentes ao da matrícula até à conclusão do ensino básico, do ensino secundário ou de qualquer curso do ensino recorrente

O texto integral do despacho actualmente em vigro pode ser consultado em:
http://www.eb23-telheiras-n1.rcts.pt/inscricoes_matriculas/1c_inscricoes/legislacao_1c.htm

quarta-feira, março 22, 2006

Um exemplo a seguir



"Nós, empresários, gestores, temos mais condições à partida para pressionar a sociedade....... Não só o governo, mas toda a sociedade", António Carrapatoso

e a pressão, por vezes, dá mesmo os seus rentáveis frutos....

Eduquês ou matematiquês?

Para que serve a escola?

Para que a queremos?

Perspectiva 1: a escola serve para produzir indivíduos aptos para a produção. Só assim Portugal virá a conseguir um desenvolvimento económico paralelo ao da restante europa.

Mas de que necessita a "produção"?
De indivíduos capazes de interpretar Camões?
De indivíduos capazes de resolver inequações?
Para quê?

Em França, "hoje, 70 por cento obtêm o diploma do liceu mas a maioria só consegue emprego... de caixa de supermercado. E, com formação universitária, um em dois jovens tem emprego sem relação com o que estudou." - in Correio da Manhã

Ou seja, à "produção"francesa (e obviamente não só à francesa, esta surge aqui como exemplo devido aos acontecimentos actuais em França...) parece que, afinal, a formação escolar interessa muito pouco....
Ou pelo menos, , Esta formação escolar.

Ou, dito de outro modo, se a formação é importante para a produção, essa formação não tem nada a ver ou tem muito pouco a ver com o que se aprende nas nossas escolas.

Se a perspectiva é esta, então esta escola não serve para nada e é pura ilusão fazer de conta que um aumento desta escolaridade vai contribuir de alguma forma para o desnvolvimento da economia e o crescimento económico do país.

Precisamos de outra escola de outros professores e de outro currículo, currículo este que não tem nada a ver com "reorganizações ou flexibilizações (?) curriculares" mas sim com uma "revolução curricular".
Só que não há quem tenha coragem para a traduzir no concreto....Por enquanto.

Perspectiva 2: a escola serve para "produzir" cidadãos activos e intervenientes que participem de forma responsável na vida social, que sejam cidadãos .... a tempo pleno (lol), ou seja, que sejam decisores na sociedade de que fazem parte e não , apenas, e não, sobretudo, peças duma engrenagem económica.


Ah! mas esta perspectiva é anti-económica, por certo!
Cidadãos intervenientes são cidadãos que constestam!
São cidadãos que colocam "pedrinhas na engrenagem" de quem pretende fazer do Mundo uma gigantesca máquina de fazer dinheiro.

Nesta perspectiva até que fará sentido interpretar Camões, e estudar Filosofia e saber resolver inequações.

Et pourtant....
Em França, "hoje, 70 por cento obtêm o diploma do liceu mas a maioria só consegue emprego... de caixa de supermercado. E, com formação universitária, um em dois jovens tem emprego sem relação com o que estudou."

Como é óbvio.


Só que não há hipótese, em minha opinião, de se estar em condições de optar pelo "matematiquês" de Nuno Crato ou pelo "Eduquês", sem antes se ter optado por uma das duas perspectivas anteriores!!!

Mas, claro, pode-se sempre optar sem dizer que se optou....

domingo, março 19, 2006

Aqui se realça o ar inteligente dum camelo

quinta-feira, março 16, 2006

Cilindrar


"Cilindrar" é uma técnica antiga, de muitos anos.

É uma técnica político-institucional.

Foi frequentemente usada por Estaline, mas iluda-se quem pense que tal técnica nasceu com ele e muito menos que com ele terá morrido.
É uma técnica ainda hoje correntemente usada pelos que do poder têm um conceito provinciano.

Mas vejamos resumidamente em que consiste.

Cria-se ou permite-se que se desenvolva uma situação em que aquele que se pretende cilindrar está organizativamente envolvido.
Depois, vai-se seguindo se perto os acontecimentos, nunca os contestando directamente mas contribuindo, por acção ou emissão para que se venham a verificar desastrosos.

Depois do "desastre" (que pode ser real ou mesmo virtual, mas anunciado como se real fosse)aponta-se de forma mais ou menos insidiosa, mas pública, aquele que se pretende cilindrar como sendo o responsável pelos factos, para os quais, aliás, se procura dar a entender que teria sido alertado.

A opinião pública, que apenas chega a conhecer a versão dos "cilindrantes", (pois são estes que dispoem dos meios institucionais para divulgar facilmente os seus pontos de vista) opinião pública a que não passa sequer pela cabeça que quem está no poder possa ter feito como seu objectivo o "cilindramento" de alguém, aceita como verdadeiros os relatos linsidiosamente difundidos e coloca a pessoa a cilindrar na sua "gaveta" mental das pessoas "a evitar".

Este processo culmina com o efectivo "cilindramento" da pessoa, que se traduz por uma perda de confiança nela por parte de todos, uma ostracização das suas ideias e propostas e no tempo de Estaline podia culminar no seu fuzilamento.

Mas o fuzilamento propriamente dito, por aqui e por enquanto.....ainda não.

quarta-feira, março 15, 2006

A conversa que nunca existiu

Sentados à volta da mesa, Sócrates explica-lhes que é necessário dar um ar de esquerda à sua governação, para que o apoio do povo não se esgote.

E portanto explica-lhe a necessidade de se fazerem ouvir os seus protestos. Sem isso a credibilidade é limitada.

E assim surgiu, no dia seguinte nos jornais, o comunicado dos banqueiros protestando contra a obrigatoriedade de fazer aparecer em "letras grandes" os encargos inerentes aos empréstimos que concedem.

E assim todos viram que o nosso governo é mesmo socialista.

E por isso Manuel Alegre não tem necessidade de saír do partido.

É deste barro que são feitos os grandes líderes. É deste barro que é feito José Sócrates.

A corte

Juntam-se à volta do rei.
Deslocam-se deslizando,
sem fazer ruido com os sapatos,
e estão presentes sem se fazerem notar nos locais mais movimentados.

E, sem que se espere, escutam.
E, sem que se espere, dissertam.
E, sem que se espere, comentam o que não se espera que comentem,
e dizem o que não se espera que digam.

Ah! Mas à mesa do rei, tudo é diferente!
Aí, quem os ouvir, não dirá que são os mesmos.

Cheios de tique, taques, tiquetaques , e salamaleques,
dizem o que o rei gosta de ouvir, pebsam o que o rei gosta que pensem,
e aplaudem quando não se esperaria que aplaudissem,
e gabam o que se esperaria criticarem,
e cantam hinos ao que se julgaria desprezarem.

Porque eles são os ouvidos do rei, os olhos do rei, os narizes do rei,
se for preciso até apalpam em nome do rei.

A corte é uma nobre instituição que dura sempre.

Os cortesãos e cortesãs são imanentes.
Algumas formas de Poder

O poder que esmaga...


O poder que mente...



O poder que acusa...


O poder que se disfarça...



O poder que espia...






Mas, felizmente, também existiu Ghandi!

segunda-feira, março 06, 2006

Os papinhas

A doutrina da Infalibilidade do Papa diz que o Sumo Pontífice é infalível quando fala nas condições “ex cathedra”, isto é:
1. Quando, na qualidade de Pastor Supremo e Doutor de todos os fiéis, se dirige a toda a Igreja;
2. Quando o objecto de seu ensinamento é a moral, fé ou os costumes;
3. Quando manifesta a vontade de dar decisão dogmática e não simples advertência, instrução de ordem geral.
A razão da infalibilidade, ela pode ser deduzida pela lógica, pela obviedade das Sagradas Escrituras. Vemos em Mt 28,19-20:
“Ide, pois, e ensinai a todas as nações; baptizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.”


Pois é. Se há quem desconheça o dogma da infalibilidade do Papa, muitos mais haverá que desconhecem o dogma da infalibilidade dos papinhas.

Mas quem são os papinhas?

Os papinhas são os detentores de algum poder para o qual se consideram especialmente vocacionados, ou seja, predestinados.
Palavra esta que é essencial para entendermos o dogma.

O pré-destino, não é, por certo, outra coisa, senão um espírito de santidade que os papinhas consideram estar na génese da sua ascensão ao poder.

Impensável para quem é papinha julgar que, terminado o seu longo processo de ascensão, o espírito do pré-destino os abandona. Isso seria algo de contraditório com o próprio propósito manifestado pelo espírito ao longo do processo ascencivo!

Logo, se o espírito do pré-destino se mantém no exercício da sua benéfica influência ao longo de todo o período de funções do papinha é lógico que as grandes decisões dos papinhas são, por suposto, por eles consideradas como determinadas, na sua génese, pelo referido espírito, donde resulta a sua infalibilidade!

Logo os papinhas consideram-se abrangidos pelo dogma de infalibilidade.

Se são infalíveis por “direito divino”, é pois justa, e mais que justa, necessária, a luta sem quartéis a quem com eles não concorde, quer se trate duma discussão metafísica, quer se trate de saber se um copo está meio cheio ou meio vazio.

Se o papinha diz que está meio cheio, pois que ninguém ouse afirmar que ele está meio vazio – pois uma tal contradição não é, na óptica do papinha, uma salutar e democrática divergência de opiniões: é, isso sim, uma heresia que tem por único objectivo pôr em causa um dogma papínhico, situação, pois, de grande gravidade visto que, quem se atreve a pôr em causa a infalibilidade do papinha poderá não se ficar por aqui e chegar mesmo ao ponto de vir a negar o pré-destino como causa e justificação do poder papínhico.

É também o pré-destino que ilumina os papinhas e lhes confere uma sapiência que se desconhecia até ao momento de assumirem as suas funções.
E é dessa forma que é também um dogma inquestionável que um papinha sabe sempre mais que os outros porque recebe iluminação cognitiva, não através dos processos vulgares de aquisição de conhecimento dos comuns cidadãos, mas por meio de transferências energéticas cognitivas de origem transcendental.

Quem não reparou já que, em caso de dúvida sobre tal ou tal matéria, são sempre os papinhas quem tem a última palavra?

Claro, pois é com eles que está com o santo pré-destino!

Os papinhas desconfiam sempre da democracia: poder do povo, porquê? Se não foi ao Povo que Deus iluminou mas a sim a eles, os escolhidos?

Que este texto vos esclareça e vos guie, meus irmãos, e vos proteja e ilumine e sobretudo que ele vos ajude a entender as lógicas ocultas de actuação de todos os papinhas com quem vos cruzais neste Mundo de Deus e….do Diabo, por certo, também um pouco!

Nota: os termos deste post não constantes do dicionário, deverão considerar-se não como erros, mas neologismos de inspiração directa do transcendente, via espírito do pré-destino.
Na ruela de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis de ouro a um tostão
enriquece o charlatão

no beco mal afamado
as mulheres não têm marido
um está preso, outro é soldado
um está morto e outro f'rido
outro em França anda perdido

é entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos, três enguias
uma cabra abracadabra

Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
Chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces, paga amarga

no beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
têm os dentes enterrados
no pão que ninguém mais come
os catraios passam fome

na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-se em quatro zonas
instalados em poltronas

pr'á rua saem toupeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca de alguns patacos

entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguém quis
vai o tiro de um canhão


e o trono é do charlatão








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domingo, março 05, 2006

Estados de espírito causados por Milu